MENINO INDI(GENTE)
Castelo – Centro do Rio:
Uma mulher sentada no asfalto duro e quente,
no inverno com certeza frio como a alma indiferente.
Ao lado um infante, junto na indigência indecente.
Cadê a indulgência dos transeuntes e autoridades?
Vivendo ao relento, que alento pode ter,
essa tão frágil criatura de Deus?
Criança de futuro natimorto, desesperança.
Naquele desamparo total, iníqua herança.
Não há como ela abrigar-se das intempéries,
dos descalabros em série, do abandono miserável!
Maltrapilho, pedinte de esmolas, é indi(gente).
Pena, não temos cidadãos comuns,
altruístas, como arcar o seu prover e porvir.
Ele menino tão vilipendiado,
inviabilizado na inanição,
na subnutrição.
De sua condição subumana.
A cena me toca, acena que nossos imbróglios,
caem na pequenez diante dessa infância infame,
de uma tristeza "Dickensiana", infanticídio inerme.
O que há de se fazer para não tudo ficar inerte?
Como canta os Skanks, o que não
falta é pedido de esmola pelas ruas...
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