O já clássico poema de Mário Quintana sobre o
tempo - e como desperdiçamos ele, lição sábia
de poeta maduro...
De quebra, o clássico rock progressivo-sinfônico
"Time" com o grupo inglês Pink Floyd - um dos
melhores "dinossauros" grupos desse estilo...
“ O TEMPO E A VIDA ”
Na ampulheta:
grão
a
grão
a
grão
a areia vai marcando
o tempo,
num fluxo preciso, em precisão:
Ele, o tempo, inexiste no espaço sideral,
existe para nós humanos,
existe para nós humanos,
e por vezes o existir parece efêmero demais,
por vezes pode parecer demorado demais
e não há como quere-lo ver
de forma acelerada,
se, é lógico, é imutável
o período de tempo a passar e porvir...
Mas o tempo da vida moderna contemporânea,
com seus objetivos, atos e fatos,
por terem que acontecer
na hora certa e exata,
e chegar a um fim enfim
- ou ao começo de algo, se for o caso -
vem num fluxo e pulsação
de cotidiano moderno
que faz com que o tempo seja transformado
em pura ânsia,
quando há até uma impaciência
bem ímpar
( tipo “ Time is Money ” ).
Talvez por ser hoje
- mais do que nunca -
uma era vivida
na velocidade e pressa
dos novíssimos tempos...
E o que percebemos
( também )
é por vezes uma roda-viva temporal,
como houvesse um determinado tempo demarcado,
muitas vezes no mais ínfimo tempo,
o que é assaz fugaz,
quando alguém ou algo
sairia da obscuridade a evidência,
daí ao ostracismo decaísse
( espécie de “montanha-russa” humana )
do tipo que Andy Wahol previa,
das celebridades dos quinze minutos de fama,
descartáveis
( use e jogue fora ),
fazendo da efemeridade um estilo,
como se fossem traças atraídas pela luz,
para logo depois desaparecer em pouquíssimo tempo.
“ Um dia nascemos,
daí caminhamos
inexoravelmente para a morte ” ( Pitigrilli ).
O corpo deteriora e fenece,
no ínterim, uma vida, um tempo
( demarcado? ).
O tempo, a vida, a existência,
estão interligados,
intercalados são os momentos do viver e acontecer.
Vida é para ser aproveitada, vivida, se não há felicidade, mas momentos bons.
Que as coisas ficam e as pessoas se vão – que não seja de forma vã.
Talvez o que nos resta são nossas obras,
ainda assim podem ser perdidas
na obscuridade dos esquecimentos e desconhecimentos.
Há os que se perpetuam pela celebridade, pública ou particular,
mas ainda assim como é implacável o tempo demolidor ou corrosivo.
Daí relembrar Machado de Assis, em sua proeminente sapiência :
“ O tempo não passa, nós é que passamos ”
( a Terra sempre ficará a girar... )
UMA EXTRAORDINÁRIA CANÇÃO
DE MANO CAETANO SOBRE O TEMPO
( " ORAÇÃO AO TEMPO " )
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