Roxane é a mulher
que apreciava um cortejo poético - baseado em Cyrano de Berjerac – assim se
pode resumir essa personagem da peça teatral francesa de Rostand. A tal ponto
que fiquei espantado vendo a versão cinematográfica com Gerard Depardieu. E vou
aos poucos dizer a razão disso comparando com os tempos modernos.
Quem não sabe fique
sabendo, Cyrano era um galante cortês que a tal ponto de nobres valores que
sendo tão narigudo que é, fez com que um bonito, mas desprovido de saber
Cristiano se fazer passar por quem faz versos e elegias ao sopé da sacada da
prima que Cyrano era apaixonado platônico mas envergonhado de sua feiúra.
No fundo Roxane, na
verdade chamada Madeleine, estava sendo conquistada por essas palavras poéticas
sublimes, em admiração profunda. Quando Cyrano falha em certa época nisso e
Cristiano não tem o que falar, ela questiona onde está aquele que tinha um
cortejo de tamanho esplendor poético, e ficou insatisfeita e inquieta. Há
alguém assim hoje?
Um dia com empenho fiz
mil versos, mensagens, músicas, edificantes e nem de longe conquistei com gosto
com alguém aparente mais sensível sendo preterido por rude mestre de obras e
ainda fui taxado de “puro” – ou seja, ficou desatraente dessa forma. O poético,
o romântico, o cortejar da forma que era é posto de lado hoje em envolver,
coisas de tempos de século XIX.
O tempo passou, será
que hoje haveria campo para uma amada na vida real de hoje. Algumas aqui e
acolá talvez. Ao final a nossa personagem descobre que era Cyrano quem a
conquistava com seus versos, por trás da feiúra de rosto a beleza da alma. O
amou no leito de morte dele. Algo quase inimaginável hoje ou quem sabe nem
tanto.
Ainda espero uma
Roxane da vida –
que sou dado a dedicar em verso e prosa a musa inspiradora.
Link para saber da peça completa, inclusive de seu fundo militar nas guerras religiosas na França...
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