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UM ABRAÇO AFETUOSO DO TAMANHO DO MUNDO PARA TODOS!































11 de novembro de 2013


ESSE OBSTANTE OBJETO DO DESEJO - O QUERER SEM CORRESPONDÊNCIA

Muito se fala em amor não correspondido, mas na dinâmica dos dias atuais, dos novos tempos dos relacionamentos, e que estão mais atrelados aos mais palpáveis físicos, mais diretos e objetivos, o componente querer do desejo é a mola propulsora dos casais a se acasalarem. Mas ao que seja conseqüência e não causa do entrelace.

Tristes daqueles que o fazem sua única motivação, mas a verdade que difícil se vai além quando o consumir não advém.  Muitos têm até muita afeição, mas que não passa de apreço, se gosta da pessoa humana e não do homem ou da mulher, sem vontade, de nada adianta ao que se compromete adiante. Na recusa intrínseca - explicita ou implícita.

 Existem casais que fazem disso uma rotina, sem contacto físico e sem intimidades maiores. São bons companheiros de necessidades ou de diversão. E só. Outros pelo contrário tem até demais, mas no fundo é só isso, centelha que acende um fogo e que apaga após sem peso, sem sentimentos. Mas o que aqui venho lhes falar é o de apenas uma parte que quer a não ser recíproco, a querer muito sem retorno.

Mas há de se distinguir que há três facetas do querer não sendo querido: o do marasmo – que advém da rotina ou da apatia; da rejeição que deixa atônito e da obsessão que atormenta – e que nesses interstícios, são faces que acometem e comprometem quem quer sem ter obtido. Se há um gosto pelo outro, mas não há querer de uma parte que não deixa nada ou quase nada acontecer, a recusa permeia sem se envolver, mas pode, no entanto, haver obsessão. Compulsão ao não conquistado e conseguido.

Melhor dar exemplo: O filme do cineasta espanhol Buñuel  “ Esse obscuro objeto do desejo”, mostra a paixão avassaladora de Mathieu (Fernando Rey)  por Conchita vivida por Carole Bouquete, que dá ares franceses à moça; e Angela Molina, com uma sensualidade mais latina duas atrizes distintas. Porém a trama é isso: o desejo irreprimível e do outro lado alguém que não deixa o sexual-corporal  acontecer, ai cria a obsessão de desejar sem ter o consumido carnal. Algo como meu título aqui: esse obstante objeto do desejo – relevado, ou reprimido, ou rejeitado, em recusas contínuas e que fica claro que é um querer se querendo sem correspondência...


Quando um não quer, nenhum dos dois deveria de querer... A não ser que se abra a porta e  vá ao que importa: que se corresponda, haja resposta a esse desejo de paixão incomum desmedido...













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