A hora e a vez de Augusto Matraga é dos
contos do livro “SAGARANA” de João Guimarães Rosa aquele que mais atenção me fez. Um autor mineiro com sotaque
regional mas dito universal na sua linguagem.
Culto falando de pessoas e coisas simples
dos sertões das Minas Gerais. Com seus neologismos Guimarianos-rosanianos,
falava de um jeito só seu. Mas essa obra fez pra mim uma sentença: se escapamos
do nosso fim num agora pode não ser acolá.
A hora e vez de Matraga é uma história
peculiar que foi, por ser valentão destemido e irresponsável , veio a sair ileso sobrevivente
de uma tocaia, se recuperar com ajuda de casal pobre e depois ter a sua hora
contra jagunços em duelo na defesa de indefesos.
Sua vez. Letal, fatal. Todos nós temos. Não
creio necessariamente que estará escrito quando será, um dia específico que
será. Mas quem faz algo que leva a isso a cabo pode até nem merecer como
Matraga, mas não tem como dizer que foi surpresa.
Outras vezes não. Pode ser na incerteza de
quando será. Há casos notórios como de Ayrton Senna: foi inesperado, mas correr
a velocidade dos grandes prêmios não. Mas com certeza quem se mete com
violência não pode dizer que é imprevisto.
A sombra da foice mortal está a espreita em
cada beco, em cada esquina em cada cubículo que seja em que esteja. Quem tem
doença fatal o tem em compasso triste de espera. Muitas vezes imaginamos qual a
nossa hora e vez. Melhor não? Claro que
não!
Não somos personagens que vem do imaginário
de um autor talentoso maior com o de Guimarães Rosa. Mas nosso destino se é ou
não traçado, é para ter esse fim de todos nós. A pior coisa a imaginar é a
forma não o instante.
E se fosse dada a chance de saber,
fugiríamos como o coisa anjo mau caído ente do mal, da cruz? Seria possível? Se
for uma circunstância evitável com certeza. As improváveis também. Mas as
inexoráveis da velhice claro que não!
Não importa. Como o Augusto Matraga de Guimarães Rosa, todos temos a nossa hora e vez - não sabemos quando e como, mas chega um tempo de partimos dessa vida!
Augusto Matraga teve sua hora e vez. Guimarães Rosa teve a sua real passagem em 19/11/1967. E como ele dizia: "O mundo é mágico. As pessoas não morrem, ficam encantadas" - meio estrelas.
Tanto fez, que chegou e quem ler saberá
como foi, fica a surpresa do enredo literário pra quem ainda não leu.
A
nossa hora e vez, só Deus e o destino inexato será concebido nas linhas tortas
e direitas de nossas trajetórias em vida. Até o inevitável FIM.
Digamos
que também tive minha quase hora, porém não era vez. A primeira vez, com pai em
zigue-e-zague com várias pessoas no carro na altura do Recreio dos
Bandeirantes. Outra vez história já contada em outra postagem ondas altíssimas
na Barra, já perdendo o fôlego e as forças, acabei que sai ileso tomando um
caldo da onda. Bato num carro de frente fugindo de possível ladrão numa esquina
bato de frente e sem nenhum arranhão! Como houvesse um anjo protetor, ele
apareceu em outras ocasiões com o carro: levava ex esposa grávida, quando um
caminhão desgovernado bateu forte na lateral e nada sofremos. Tempos depois, ao
fazer volta intempestiva, quase bato de frente a uma Van, mas de novo como um
anjo protegendo nada sofremos a não ser carros amassados e eu sem nenhum
arranhão de novo. Sem contar um dia alguém
sai atirando de um bar e nem de longe corri perigo apesar de poder ter sido.
Não sei quando nem quero saber, não era a hora e a vez de Sergio Matos de
Souza...
Tudo que está vivo morre. A vida tem um fim inexorável. Nós humanos e animais temos essa sina assinalada. Mas acontece de muitas vezes nem parecer, vejam só este pombo abaixo: morreu numa posição como estivesse prestes a voar. Agora só numa outra dimensão de existência, mas ficou nesta posição. Eduardo filho meu mal acreditava que tava morto, mas inerte, não havia vida ali. Talvez porque no fundo estamos sempre pronto pra continuar nossa jornada na terra, aqui e agora, mas vem a morte e seu cajado e ceifa esses novos vôos a serem feitos que ficam para nunca mais.
Tudo que está vivo morre. A vida tem um fim inexorável. Nós humanos e animais temos essa sina assinalada. Mas acontece de muitas vezes nem parecer, vejam só este pombo abaixo: morreu numa posição como estivesse prestes a voar. Agora só numa outra dimensão de existência, mas ficou nesta posição. Eduardo filho meu mal acreditava que tava morto, mas inerte, não havia vida ali. Talvez porque no fundo estamos sempre pronto pra continuar nossa jornada na terra, aqui e agora, mas vem a morte e seu cajado e ceifa esses novos vôos a serem feitos que ficam para nunca mais.
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