IDEALISMO E IDEOLOGISMO BRASIL
- AUGE E OCASO
1960 AFORA: ANOS
REBELDES
Por conta da juventude destemida e comovida,
o idealismo se transfigurou em ideologia.
Imergia o isolicionismo,
adentrava o querer modificar o injusto mundo.
Diga-se de passagem, isso era síntese
Diga-se de passagem, isso era síntese
de parte de uma geração, anos 60,
início dos 70, século XX.
início dos 70, século XX.
Acreditava-se na força de transformação,
de uma canção de protesto,
de um teatro engajado,
uma passeata em uníssono.
A partitura, a palavra e a mobilização de ordem,
a serviço da luta de classe, dos desvalidos.
Quando roçava a mudança às armas,
é que a ideologia com idealismo,
abria a idealismo com radicalismo.
De transformar todo o sistema obtuso,
de derrubar o Status Quo opressor,
ainda que uma ditadura proletária,
para derrubar a ditadura sectária,
impor o dito avanço de idéias e ideais sociais.
1970 E MEANDROS - ANOS DE CHUMBO
Eis que a juventude desdourada virou ave de arribação,
exilou-se, isolaram-na em
ostracismo
ou submersa na subversão.
Até que emergiu.
Geração minha em meados dos anos de chumbo,
intermediária, não pode ser sucessora.
Coube mais ser expectadora.
E no desbunde, no desmonte, na desmobilização,
indolor a ela o fim das ilusões.
As canções passaram a ser em inglês,
os teatros estrangeiras peças,
as passeatas sumiram, restavam cartas apócrifas.
Nas bancas uma coleção de MPB,
com Chico, Caetano, Gil, Milton, Vandré.
com Chico, Caetano, Gil, Milton, Vandré.
Abriu-me do colonialismo e coloquialismo que reinava.
Mas restava só um idealismo de indignação,
não tão abertamente revolucionário,
não tão abertamente revolucionário,
as ideologias morriam junto a Che Chevara.
Rever livros que pareciam fardos escolares,
era o único retrato de conhecer a realidade brasileira.
Nos restava partituras e palavras,
mas só de conscientização.
mas só de conscientização.
não restava mais a ignição do motor da revolução...
1980 E ANOS ADENTRO – ANOS PERDIDOS
E deram os últimos suspiros agora a idealização:
de que se podia clamar por índios massacrados,
sertanejos miseráveis, povo urbano achacado em estaginflação, animais exterminados, selvas derrubadas.
Mas veio os anos de dancing
days, o culto ao corpo;
adveio a busca do prazer,
da profissão e da posição social,
da profissão e da posição social,
passaram a ser razão de ser e viver...
Por mais egocêntricas possam parecer!
A realidade abstraída, a fantasia se rasgou,
eterna quarta-feira de cinzas perdurou.
A ideologia anos 60 e idealismo anos 70,
numa geração alienada se descolaram,
numa geração coca-cola desembocaram,
como Renato Russo cantava nos anos perdidos dos 80.
As canções eram de embalo,
os teatros besteiróis, engraçados.
passeatas só as pelas Diretas já e só.
É a geração do eu sozinho em meio grupal.
Individualismo tribal, cada qual no seu espaço.
1990 E AFINS: ANOS DESERTOS
As canções de sexo, apelativas,
os teatros espetáculos de artistas de novela,
Passeatas só contra a violência e o fora Collor,
no mais só passeios a
surfar na Internet.
As canções dos antigos festivais hoje entusiasmariam?
Os teatros de Arena e Opinião hoje empolgariam?
Geração antenada as telas,
onde ficarão os ideais perdidos?
onde ficarão os ideais perdidos?
Nos condomínios fechados,
o cerco da violência vencedora.
o cerco da violência vencedora.
A concentração de renda, a cidade sitiada as favelas.
A esperança veio na moeda remodelada.
Que aos poucos se dissolveu a conta$ gota$.
Onde estaria o ideal no meio do achaque de fraque?
Onde estaria o ideal no meio do achaque de fraque?
A quem apelar, se juntar? Idealistas ideólogos de araque?
Os impostos são impostos, a impostura está no ar.
( Corrupção de valores,
corromper da ética,
chamuscar da moral )
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