À UM PEQUENO INDIO CURUMIM - NA CIDADE
( EM CUIABÁ - MT – 1983 )
Ah! Pequeno índio curumim,
quisera,
dizer que tudo não passou
de um pesadelo...
Que de fato não lançaram a lança,
no coração,
de sua tribo,
de sua nação.
Agora está aqui, em CUIABÁ.
E nesta cidade,
qual a sua identidade?
Fazer parte, por que não,
da massa do povo brasileiro.
Mas é e sempre será índio na cepa e essência,
não há de escamotear sua estirpe.
Não, não é como fosse sinônimo
de bicho ou selvagem,
preguiçoso e alienado.
que teu povo traz estigmatizado.
Assim seja: um índio civilizado!
Mas de suas raízes um não aculturado.
E sem ressentimentos pelas sombras do passado:
do trabalho escravo, das manchas de sangue espalhada;
do adeus à aldeia, à taba, de qualquer vida primitiva.
E de hoje apesar dos preconceitos que lhe apontarem,
não passar por nissei ou china,
não há de renegar a grandeza que traz em si:
és um pequeno índio,
pequeno índio,
pequeno índio curumim!
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