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28 de abril de 2012

UM CARRO - MEU BEM... OU MEU MAL



UM CARRO - MEU BEM... OU MEU MAL

Desde os primórdios do século XX, quando Harry Ford popularizou o automóvel, o carro virou um bem de consumo que em breve tempo deixou de ser status de luxo, pra ser de necessidade de praticidade. Sinceramente, não me vejo mais fazendo compras sem ele com tantas mercadorias pra transportar, nem estar em certas horas aguardando condução em vão. Sei que dirão que muitos o fazem, mas eu não sou muitos- rs - eu sou eu, é minha opinião, do que preciso e me é precioso. Mas confesso que ao aprender dirigir com papi no final dos anos 70, tomei um gosto a mais. Não tendo “paitrocinador” – não fui pra um kart ou Stock Car da vida, mas sabia ser audaz, o rapaz quieto se transformava no irrequieto meio piloto de Fórmula 1 nos limites dos carros populares. Muita imprudência.

 Corria em velocidade a mais e me tornei impaciente a quem fosse lerdo, até com impropérios, de quem estava à frente. Até o dia, que em mão dupla, passei entre o carro que vinha e o carro à frente, em ultrapassagem perigosa, que nem eu sei que reflexo e percepção motora foi capaz de me salvar são e salvo e não provocar um grave acidente – ai que refleti que podia, além de ficar tetraplégico – o que é tão péssimo acho que vir falecer e não perecer, como ceifar vidas alheias que não tem nada haver com minha pressa ou intrepidez inconseqüente. E teve uma vez, por conta de um buraco em dia de chuva, quase bati em outro carro ao desviar bruscamente e a outra pessoa quase já chegou querendo brigar – ou seja, por pouca coisa era como uma tempestade em carro dando burros n”água. Como isso acontece!

Carro passou a também ser um problema como sendo apenas um “bem” – consome muitas vezes mais que um filho, tantos gastos com IPVA, DUT, manutenção, seguro, gasolina, reparos. Um fator desestabilizante de orçamento quando de consertos maiores entre peças e mecânico. Nessas horas é até capaz de mudar prioridades, necessidades. E dar dor de cabeça.

Carro também sempre foi bom como atração, mais ainda para as “Marias gasolinas” que dão preferência, na paquera, quem seja motorizado, mas nesse ponto acho que apenas é um reconforto a mais para saídas, traslados, viagens, divertimentos em especial de praia e os noturnos. Carro mais que um luxo, é um facilitador de viver as coisas da rua, de fora de casa.

Carro então na hora do aperto é mão na roda: da doença e das dores - e na hora do desespero então?  - é emergencial. Do transporte de idosos, de buscar coisas materiais necessárias para casa, pros filhos - levar e trazer de escola ou ao lazer. Quando não é meio de trabalho de muita gente que precisa dele como complemento profissional. Nessas e outras condições carro vira até ítem essencial.

Carro também já foi o local do namoro, do amasso, teve tempo que não voltam mais que ficar nele na praça ou beira-mar não se corria o perigo do assalto à mão armada e os vidros ficavam embaçados de tanto bem-querer. Houve tempo até que era assento de cinema Drive-In, via ( ou achava que via ) filmes em Jacarepaguá e Ilha do Governador - Ah! Se meus carros falassem...

Carro é chamado bem de consumo, mas sai da loja já desvalorizado e se deprecia ano a ano. Mas na verdade, longe do status e do poder econômico supostamente ligado a ele, é uma questão de fascinação. Um gosto intangível que se pode ser atingido, sem ser uma obsessão de tipos mais caros, importante é mais a qualidade que a quantidade de valores monetários.

Dos meios de transporte, o esportivo sempre foi a bicicleta, mas de se deslocar, de sentir bem ao volante, o carro, razoável que seja bom e bonito. E de poder ir a certos lugares que sem carro torna mais difícil acesso, nada a mim se compara, não sei se exagero. Carro e dirigi-lo me é caro não  de preço, mas de ser querido. É um gosto que não troco, nem perco jamais.

Mas quando o carro vira mesmo um mal? Um mal danado?

Eis ai que esta semana deu a mostra como um carro pode ser um bem para o mal. Um grupo de 5 jovens vinha de ES, quando se vem a noticia que sumiram: agora se sabe que o carro caiu e morreram todos na Bahia. E o filho do cantor Leonardo, Pedro, capotou e ficou em estado grave: Cansado de um Show que fez, estava ao volante de um possante, o que levou ao desastre iminente.

Em escrito anterior, falei de Janaina, que ao parar em sinal, levou invonlutariamente um tiro de alguém que queria assaltar o carro. Quem tem carro melhor, é alvo da violência, mais ainda se tratando de mulher. Triste tempo que não se pode ter um carro, que um facínora e delinqüente se acha “dono” e o quer tomar nem que seja a força bruta do roubo na morte.

E claro quando se bebe MUITO, o carro vira um mal maior, uma irresponsabilidade de quem dirige e pode ser tragédia para quem é vítima disso... E quem faz  é apenas "culposo". E mais ainda na insensatez ignóbil dos rachas, pegas, rinhas motoras de quem desatina a mais. Nas ultrapassagens e em manobras arrojadas arriscadas, com riscos de colisão, atropelamentos, capotagens,na perda de controle do carro.

E essa mania de querer ir ao trabalho de carro apenas, traz um sedentarismo e provoca engarrafamentos abomináveis irritantes constantes em certas vias. E muita poluição no ar. Devemos nessa hora ser favorável ao transporte de massa, o drama é a má qualidade do serviço diário que estressa e cansa as pessoas que vão trabalhar. Mas carro nessa hora sai caro e não é bom à gente.

Carro é um bem que não se mede por preço apenas, mas de como se faz uso dele e do que ele representa a cada um. A mim era um gosto e precisão, só eu sei como sofri quando roubado de um, sem seguro de momento, tive que levar filho todo dia de Van, Kombi ou ônibus a outro bairro bem cedo e ir às compras e lazer sem ele. Complica nossa vida.

Falando assim, talvez passe a idéia de materialismo de consumo, mas não vejo o carro nesse sentido. Acho sim, quem quer ostentar carros excessivamente caros, que traz perigo de vida de roubo e velocidade, até fora de seus padrões de nível social, se endividando, que sim. Carro é um bem que pode vir pra mal, quando extrapola os nossos limites, de e em nossas vidas.

Tudo na vida é equilíbrio, então fatores orçamentários, segurança de vida, praticidade, necessidades e prioridades devem ser enquadrados nisso, a não nos desestabilizar e sermos vítimas disso, ao possuir um. Carro é um bem e um mal ao mesmo tempo? Depende. A mim sempre coube fazê-lo um bem muito além do mal...

Ainda que por vezes se possa vir ser ou fazer ao contrário...

Um carro tem que ser-de mim, de todos, “meu bem, não meu mal...”

Vidas jovens ceifadas a bordo de um carro,
que se fez bólido de juventudes perdidas! 





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