AMAR COM RAZÃO, MAS SEM EXPLICAÇÃO
Há tempos, uma amiga contou: - “Quando eu o vi ele mexeu algo em mim de forma forte, estremeceu minhas estruturas, o quis de uma forma como jamais foi com ninguém”. Só que ao final se transformou e a transtornou, como fosse conto da carochinha, do príncipe que se transforma em sapo, mas pior, por trás havia um lobo mau, e pobre “Chapeuzinho Vermelho" que se iludiu, a queria apenas para a “devorar” voraz e depois agressivo mostrou uma bruta, face de lua tão oculta! “Dark side of the moon”.
Confesso que nunca tinha esquecido isso, senti uma pontinha de inveja de ser capaz de fomentar se sentir isso, pensava que sairia da vida sem ouvir disso, mas eis que finalmente alguém me disse o mesmo ao cabo que em dúvida custei a acatar de acreditar de todo. Mas fui convencido de que era mais que o homem até, o amor da vida, mais importante que qualquer sucesso ao que disse definitivo sim de entrega, criando o costume, o apego, o dengo do chamego só que ao término a mais pura e dura decepção.
Ao fim deste, foi minha vez de dizer a alguém o mesmo, fiz de tudo um pouco mais, eis que não sendo levado em conta como criei expectativa, senti correlata certa rejeição. Como fosse uma mão única em contramão, no que me choquei. Não chequei bem que houve apenas o que diria ser um encanto a primeira vista, depois louça fina quebrada a deixar com fome daquele suposto amor bem querido, mas mal resolvido e desenvolvido, em frustração.
Nesse ponto lembro então algo que já li: “Se alguém disser que te ama, acredite pode estar dizendo a verdade. Mas espere! Pode ser só desejo”. Sim, pode ter sido uma vontade e não um amor de verdade. Porque como diz a grande ganhadora do Premio Nobel da Paz - a Madre Teresa de Calcutá - muito de beleza e admiração foi o que moveu nesses exemplos, que sejamos francos, não é de se descartar, mas esteve excessivo a frente de tudo e se fez em vão.
Eis ai que morou o perigo esses fatores não bastam, por que a reciprocidade excepcional mas comum ao mesmo tempo pode vir a reboque dentro de um contexto normal, sem grandes razões, até sem explicações.
Um simplesmente que chega até sem arroubo, mas que não rouba nossa paz, bem estar, auto-estima e amor próprio. Com jeito aparente simplório, mas que se faz um Big bang de um universo tão diverso.
Alguém que nos toca com um gesto de carinho e ternura, além de fazer a fervura do querer na relação homem-e-mulher. Um amar simples e complexo com nexo, no côncavo e no convexo sem perder o encanto.
Ame, simplesmente ame, no infinito ao céu, mas telúrico a terra, aquele que nos deixa reconfortados e afortunados pela sua grandeza e é na riqueza que cabe e nos coube...
Ame, tendo razões,mas sem maiores explicações,quando se fizer os ditames: “Tudo vale a pena quando a alma não é pequena” e “Deixa acontecer que eu faço valer a pena”.
Sem procurar muitos porquês e para quês Apenas dando valor a quem quer mesmo dar e receber um bem-querer sem fim e com jeito de filme, novela e romance de final feliz!
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