NO CORAÇÃO DO BRASIL
- BATE FORTE
BATE ALTO TANTAS ETNIAS...
POR UMA NAÇÃO MAIS SOLIDÁRIA
POR UMA NAÇÃO MAIS SOLIDÁRIA
No coração do Brasil,
no coração do Brasil...
Bate forte, bate alto,
um pulsar sanguíneo.
Fluxo de tantas raízes,
Tantos países, etnias e povos
afro-lusas-caboclas
e tantas imigrantes!
E agora se antena,
ao mundial em seu dial.
No coração do Brasil,
no coração do Brasil...
Na pulsação do Brasil,
na pulsação do Brasil.
Bate tambor, toca viola,
refina a rabeca,
o seu passado papagaio do futuro,
cantado ainda em verso e prosa.
Não seremos
puro Macunaíma,
elegia da preguiça.
Não seremos
puro Malasartes,
elegia da esperteza.
Não seremos,
puro Dom casmurro,
elegia da sisudez.
Trazemos o lúdico e a lucidez,
modernidade e tradição,
entremeiam sem contradição.
De todos caldeamentos,
um grande fervilhar!
A tantos maravilhar,
no coração ao Brasil,
na formação do Brasil!
E tomara que se forme, forje
mais unitária igualitária
mais unitária igualitária
uma nação mais solidária!
POVO E NAÇÃO EM EQUAÇÃO
Duas ponderações, farei
aqui: a étnica e outra ética que forma a nação.
Sou filho de mãe que nasceu em Lisboa, nacionalidade portuguesa
que optou pela cidadania brasileira, vindo nenê com seus pais portugueses, meus avôs
maternos Francisco Carvalho Mattos e Maria Pereira da Silva, e como enchia de
orgulho em si disso mama mia, que se indignava com a pecha de “culpados” dos portugueses
pelo país atrasado subdesenvolvido tanto tempo depois.
Via em novelas a
insistente visão do Brasil imigrante italiano e cheguei a pensar se esse era
outro país que imaginava haver. Mas recentes produções colocaram no lugar a
figura dos portugueses e seus descendentes aqui. A base brasileira na verdade dos
fatos é lusitana, destarte tanto falarem do Brasil mestiço, mas tanto na base
primeira, de “ Portugueses pisando em índia nua” se miscigenando geral e depois
misturando gostosamente com as negras como dizia Gilberto Freyre em “Casa
grande & Senzala”, criando o mamaluco tão vilipendiado depois pelos
litorais e interiores nos sertanejos e caipiras, ali havia a raiz lusa, assim
como na aproximação inter-racial de brancos e negros que forjou o mulato e
depois o cafuzo com algo de indio. Bases raciais e culturais brasileiras.
Eis que ao ver as mesmas novelas, como se custou a aparecer isso, e depois quanto a massa
nordestina que é base-raiz do país, eu que sou descendente de avô paterno sertanejo
de baiano de fronteira com Sergipe, Seu Dr. Donário, o pai, e meu Donário
Filho, que por sua vez tem mãe, minha vó Zelita, mistura de português e Francês com
olhos azuis, os quais eu não puxei, só mana com seus olhos verdes. Sou prova viva dessa diversidade étnica nacional.
E não se deve negar a parte imigrante, que deve ser
considerada absorvida e não o fazem. Um dia vi um programa de debates na TVE e
uma mulher loira reclamava por ter sido
espezinhada por ser “branca azeda” e que
uma mulher negra a chamou “gringa” e a grande verdade, tirando os índios puros, todos
somos “gringos”! Mas na verdade somos brasileiros, como são os descendentes
nisseis e sanseis que insistentemente chamam ainda da japas e japoneses e já
são é brasileiros e cujos mestiços ainda não tiveram um nome feito para estes,
vendo no Orkut eles se denominam “mestiços” – ou seja, são “nunseis”( ?) – rs.
Confusos(?) – rs.
Sem brincadeiras, eis esse país se fazendo bem mais mestiço
em outro sentido que o tal “Brasil brasileiro, meu mulato inzoneiro” – que se é maioria, que tanto sofre em
preconceitos que vão superando aos poucos, não são únicos. O pais num todo é mais além, é até na mistura
de descendentes brancos entre si, tipo italianos, alemães e os nossos já ditos patrícios
portugueses, entre tantos outros, uma mistura pouco badalada. Destarte, a grande massa de fenótipos tão
distintos, que não sejam ignaras, ignorantes, indispostas a se interpolarem,
ingerirem em prol de um país conjunturado. Devemos ver todos como um só.
O país não deve
jamais entrar em distinção racial feito a Índia com suas castas, nem de regiões regionalizando demais colocando de costas umas pras outras. Essa política de
cotas raciais tem esse lado perverso: pode querer distinguir o que se diz
branco do não branco ( descendentes de negros e índios ) e tirar de nós essa
esfera inespecífica que é o chamado brasileiro. O que se espera que não o brasileiro
deixe de ser só o “cordial” de Sergio Buarque de Holanda. Seja o da concórdia.
E que se una entre si mais, como os americanos do norte o bem fazem com eles mesmo, o que temos visto não é tão simples aqui, pois se não temos castas,
temos classes sociais e culturais distintas no país. Não há propriamente um
orgulho de nação, e apesar do dito calor humano, o brasileiro não tem a coesão
americana por ex. que os unem em comunidades e mais ainda em nação, como se
analisou bem Vianna Mogg em “Bandeirantes e Pioneiros – paralelo entre duas
culturas ” – mostrando como esses tipos históricos influenciaram a nos forjar
distintos de lá. Tão bom seria que houvesse essa união de forças a parte essa
massa racial aparentemente não tão uniforme socialmente, do país.
Quando em época da copa do mundo de futebol, só ai esse orgulho de ser brasileiro? E nessas épocas que nós vemos como esse país
é tão diverso de mundos e povos dentro de suas entranhas. Tem até países dentro
do país, povos dentro dos povo – vai jogar Ucrânia X Gana? Sempre tem como se vê em reportagens de TV. De quase todas
partes do planeta temos e estamos hoje espalhados por ai na emigração também. Achamos
gente dessas nacionalidades todas aqui. Pode-se ver, difícil uma que não tenha
aqui. Mas o que isso acrescenta positivamente se não tivermos aquele ideal e élan de
progressismo coletivo como nação?
E mais, a união solidária, que anda, grassa uma tendência do cada um
por si, só Deus por todos. Precisamos tirar esse pecha do querer se fazer por
si e que se dane os outros, e na nação tão arraigado isso em certa corja que se acha elite,
de conluios que só quer se fazer, segregando-se do país, escamoteando, negociando escuso e não
de forma positiva como faz certa elite positiva que gera renda e dinheiro pra
país junto a um empenho multinacional de resultados.
Se não assim, voltando
as costas e dando bananas a todos como na novela “Vale tudo” fez ao final, deixa o tecido social e econômico do país debilitado, doente. O país jamais será
grande nesses abismos que fazem dentro de si e o transforma num país que jamais
sairá do potencial de ser emergente, deixando de lado o resto por algo
discriminatório dentro de si, não só do exterior.
Um país se faz com mentalidade, unidade ainda que na diversidade
como aqui. Somos multi-étnicos sim, mas deve-se resgatar a ética e a cidadania.
Em nossa formação atual, tiremos nossos entraves, sejamos sim mais antenados ao
mundo, tiremos os corporativismos, os burocratismos, e as ideologias e idealização do isolacionismo
como salvação, mas também não sendo subservientes ao dito primeiro mundo.
“Que pais é esse?” - já se falou e cantou muito com Legião Urbana e
que foi dito originalmente pelo ex-senador Francelino Pereira de forma no meio
de vis negociações políticas em Brasilia. Mas, tempos depois Teotônio Vilela
mostrou um outro lado político mais ético cantado em Menestrel das Alagoas,
mostrando que dá sim não fazer da corrupção e ruptura uma rotina. Cazuza achava
que o Brasil já veio malhado antes da gente nascer. Mas ainda há jeito que não
a antiga brincadeira que a melhor saída é o Galeão – ou qualquer outro
aeroporto pra sair do país.
Somos um só povo, mas
precisamos que seja uma só nação. E como na canção acima de Alceu, que seja
mais solidária, além de progressista. Tomara, meu Deus tomara... Que não seja
mais o país que me ufano, nem o slogan antigo do “Ame-o ou deixe-o”. Façamos
todos nossa parte, não só de cima para baixo, ou de baixo para cima, mas para
todos os lados. Brasil mostre sua cara e coragem de transformação em união de
seus povos formadores, adequação em equação... Custe o que custar!
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