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UM ABRAÇO AFETUOSO DO TAMANHO DO MUNDO PARA TODOS!































19 de abril de 2012

NO CORAÇÃO ÉTNICO DO BRASIL POR UMA NAÇÃO MAIS SOLIDÁRIA - POVO E NAÇÃO EM ADEQUAÇÃO ( ENSAIO SIMPLES DE REFLEXÃO )




NO CORAÇÃO DO BRASIL

- BATE FORTE
BATE ALTO TANTAS ETNIAS...
POR UMA NAÇÃO MAIS SOLIDÁRIA

No coração do Brasil,
no coração do Brasil...
Bate forte, bate alto,
um pulsar sanguíneo.
Fluxo de tantas raízes,
Tantos países, etnias e povos
afro-lusas-caboclas
e tantas imigrantes!

E agora se antena,
ao mundial em seu dial.
No coração do Brasil,
no coração do Brasil...
Na pulsação do Brasil,
na pulsação do Brasil.
Bate tambor, toca viola,
refina a rabeca,
o seu passado papagaio do futuro,
cantado ainda em verso e prosa.

Não seremos
puro Macunaíma,
elegia da preguiça.
Não seremos
puro Malasartes,
elegia da esperteza.
Não seremos,
puro Dom casmurro,
elegia da sisudez.

Trazemos o lúdico e a lucidez,
modernidade e tradição,
entremeiam sem contradição.
De todos caldeamentos,
um grande fervilhar!

A tantos maravilhar,
no coração ao Brasil,
na formação do Brasil!
E tomara que se forme, forje
mais unitária igualitária 
uma nação mais solidária!


POVO E NAÇÃO EM EQUAÇÃO

Duas ponderações,  farei aqui: a étnica e outra ética que forma a nação.

Sou filho de mãe que nasceu em Lisboa, nacionalidade portuguesa que optou pela cidadania brasileira, vindo nenê com seus pais portugueses, meus avôs maternos Francisco Carvalho Mattos e Maria Pereira da Silva, e como enchia de orgulho em si disso mama mia, que se indignava com a pecha de “culpados” dos portugueses pelo país atrasado subdesenvolvido tanto tempo depois.

Via em novelas a insistente visão do Brasil imigrante italiano e cheguei a pensar se esse era outro país que imaginava haver. Mas recentes produções colocaram no lugar a figura dos portugueses e seus descendentes aqui. A base brasileira na verdade dos fatos é lusitana, destarte tanto falarem do Brasil mestiço, mas tanto na base primeira, de “ Portugueses pisando em índia nua” se miscigenando geral e depois misturando gostosamente com as negras como dizia Gilberto Freyre em “Casa grande & Senzala”, criando o mamaluco tão vilipendiado depois pelos litorais e interiores nos sertanejos e caipiras, ali havia a raiz lusa, assim como na aproximação inter-racial de brancos e negros que forjou o mulato e depois o cafuzo com algo de indio. Bases raciais e culturais brasileiras.

Eis que ao ver as mesmas novelas, como se custou a aparecer isso, e depois quanto a massa nordestina que é base-raiz do país, eu que sou descendente de avô paterno sertanejo de baiano de fronteira com Sergipe, Seu Dr. Donário, o pai, e meu Donário Filho, que por sua vez tem mãe, minha vó Zelita, mistura de português e Francês com olhos azuis, os quais eu não puxei, só mana com seus olhos verdes. Sou prova viva dessa diversidade étnica nacional.

E não se deve negar a parte imigrante, que deve ser considerada absorvida e não o fazem. Um dia vi um programa de debates na TVE e uma mulher loira reclamava  por ter sido espezinhada por ser “branca azeda”  e que uma mulher negra a chamou “gringa” e a grande verdade, tirando os índios puros, todos somos “gringos”! Mas na verdade somos brasileiros, como são os descendentes nisseis e sanseis que insistentemente chamam ainda da japas e japoneses e já são é brasileiros e cujos mestiços ainda não tiveram um nome feito para estes, vendo no Orkut eles se denominam “mestiços” – ou seja, são “nunseis”( ?) – rs. Confusos(?) – rs.

Sem brincadeiras, eis esse país se fazendo bem mais mestiço em outro sentido que o tal “Brasil brasileiro, meu mulato inzoneiro” –  que se é maioria, que tanto sofre em preconceitos que vão superando aos poucos, não são únicos.  O pais num todo é mais além, é até na mistura de descendentes brancos entre si, tipo italianos, alemães e os nossos já ditos patrícios portugueses, entre tantos outros, uma mistura pouco badalada. Destarte, a grande massa de fenótipos tão distintos, que não sejam ignaras, ignorantes, indispostas a se interpolarem, ingerirem em prol de um país conjunturado. Devemos ver todos como um só.

O país não deve jamais entrar em distinção racial feito a Índia com suas castas, nem de regiões regionalizando demais colocando de costas umas pras outras. Essa política de cotas raciais tem esse lado perverso: pode querer distinguir o que se diz branco do não branco ( descendentes de negros e índios ) e tirar de nós essa esfera inespecífica que é o chamado brasileiro. O que se espera que não o brasileiro deixe de ser só o “cordial” de Sergio Buarque de Holanda. Seja o da concórdia.

E que se una entre si mais, como os americanos do norte o bem fazem com eles mesmo, o que temos visto não é tão simples aqui, pois se não temos castas, temos classes sociais e culturais distintas no país. Não há propriamente um orgulho de nação, e apesar do dito calor humano, o brasileiro não tem a coesão americana por ex. que os unem em comunidades e mais ainda em nação, como se analisou bem Vianna Mogg em “Bandeirantes e Pioneiros – paralelo entre duas culturas ” – mostrando como esses tipos históricos influenciaram a nos forjar distintos de lá. Tão bom seria que houvesse essa união de forças a parte essa massa racial aparentemente não tão uniforme socialmente, do país.

Quando em época da copa do mundo de futebol, só ai esse orgulho de ser brasileiro? E nessas épocas que nós vemos como esse país é tão diverso de mundos e povos dentro de suas entranhas. Tem até países dentro do país, povos dentro dos povo – vai jogar Ucrânia X Gana? Sempre tem como se vê em reportagens de TV. De quase todas partes do planeta temos e estamos hoje espalhados por ai na emigração também. Achamos gente dessas nacionalidades todas aqui. Pode-se ver, difícil uma que não tenha aqui. Mas o que isso acrescenta positivamente se não tivermos aquele  ideal e élan de progressismo coletivo como nação?

E mais, a união solidária, que anda, grassa uma tendência do cada um por si, só Deus por todos. Precisamos tirar esse pecha do querer se fazer por si e que se dane os outros, e na nação tão arraigado isso em certa corja que se acha elite, de conluios que só quer se fazer, segregando-se  do país, escamoteando, negociando escuso e não de forma positiva como faz certa elite positiva que gera renda e dinheiro pra país junto a um empenho multinacional de resultados.

Se não assim, voltando as costas e dando bananas a todos como na novela “Vale tudo” fez ao final, deixa o tecido social e econômico do país debilitado, doente. O país jamais será grande nesses abismos que fazem dentro de si e o transforma num país que jamais sairá do potencial de ser emergente, deixando de lado o resto por algo discriminatório dentro de si, não só do exterior.

 Muito se fala em povo, população, mas é preciso falar mais em pessoas se unindo pelo projeto de nação, o que parece utópico e não é, basta ver os EUA, que mesmo tendo imigrantes tão distintos, já entram lá com o sonho americano de progresso para si sim, mas para o crescimento da nação. Muitos dizem que eles são frios e calculistas, mas nesse ponto nos dão banho de reunião e não e a toa que, tendo sido o Brasil mais potente até que eles na época colonial, ficamos tão distantes no após duas guerra mundiais no século XX.

Um país se faz com mentalidade, unidade ainda que na diversidade como aqui. Somos multi-étnicos sim, mas deve-se resgatar a ética e a cidadania. Em nossa formação atual, tiremos nossos entraves, sejamos sim mais antenados ao mundo, tiremos os corporativismos, os burocratismos, e as ideologias e idealização do isolacionismo como salvação, mas também não sendo subservientes ao dito primeiro mundo.

“Que pais é esse?” -  já se falou e cantou muito com Legião Urbana e que foi dito originalmente pelo ex-senador Francelino Pereira de forma no meio de vis negociações políticas em Brasilia. Mas, tempos depois Teotônio Vilela mostrou um outro lado político mais ético cantado em Menestrel das Alagoas, mostrando que dá sim não fazer da corrupção e ruptura uma rotina. Cazuza achava que o Brasil já veio malhado antes da gente nascer. Mas ainda há jeito que não a antiga brincadeira que a melhor saída é o Galeão – ou qualquer outro aeroporto pra sair do país.

Somos um só povo, mas precisamos que seja uma só nação. E como na canção acima de Alceu, que seja mais solidária, além de progressista. Tomara, meu Deus tomara... Que não seja mais o país que me ufano, nem o slogan antigo do “Ame-o ou deixe-o”. Façamos todos nossa parte, não só de cima para baixo, ou de baixo para cima, mas para todos os lados. Brasil mostre sua cara e coragem de transformação em união de seus povos formadores, adequação em equação... Custe o que custar!

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