Toca-discos: ainda tenho essa raridade em
casa, apesar de não mais usar. Desfazendo de tanta coisas em casa paterna e
materna, os discos que formava um dos maiores gostos, com tamanhos sucessos e
cantores e grupos categorizados, parece retrógado ainda cultuar. Mas ali está
um jogo de som que vence as motivações e está ali por estar. Mas já não foi bem
assim.
Em minha rua, foi forma que coleguinhas de rua
se fizeram mais próximos de mim, mais, na identificação. Pela melhor condição
dada por pais médicos, tinha o melhor som da rua e os rapazes vieram a mim pra
um inicio de amizade de mocidade e que se solidificou não só no futebol de rua,
mas também pelo som que escutávamos.
Na época, Elton John tinha disco memorável
( Captain fantastic ) curtíamos muita a capa psicodélica, feito esse artista
pop dado a lances e arroubos insólitos, como saltar sobre pianos e trajar
roupas diferentonas. E a cantar canções que marcaram época. Mas havia os
rapazes que gostavam da Black music, em especial as baladas cujo sucesso
absoluto era Michael Jackson.
Mas a turma da gravadora Black “Moutoun”
era o ápice na música americana início dos anos 70. E assim eles iam lá, pra ouvir
também as dançantes, James Brown já era ícone
desse balanço. E assim era o som da velha vitrola, ultimo tipo moderna
pra época. Mas eis que duas coisas vieram mudar em mim o que queria ouvir. A
até querer virar compositor e letrista!
Gostei da canção “Morena” de Gonzaguinha,
uma espécie de toada balada. E ao ver coleções de MPB, sobre grandes nomes,
medalhões, como Gil, Caetano, Milton, Chico, como os antigos sucessos de MPB
anos 30 a 50, pude alterar o que queria ouvir a partir de então, são só rítmica,
que me isolou no subúrbio afeito ao internacional, mas com também letras
elaboradas.
E a volta do nacional, inclusive nas
letras, não era mais só feita sem inglês por nacionais fingindo falsificados
internacionais. Fora as bandas de rock progressivo, Queen com “Night of the Ópera”,
Gênesis, The WHO, Pink Floyd, os hoje dinossauros do rock fizeram também a
cabeça da moçada da época ligada ao pop e ao rock de qualidade.
Destarte que som se ouvia, lá estava ele: o
toca discos ou vitrola, com agulha de diamante tocando o bolachão pretos dos
LP’S ( Long Plays ) no prato do aparelho. Comprava compulsivo a balde e rodo e depois
lá ia pra ouvir no meu som particular. Muitos na época preferiam ouvir nos
bailes de clubes ou nos bares com música ao vivo, mas nunca fui dado a isso, só
ocasional.
A minha balada musical estava em casa
mesmo! Ou em shows 6 e meia no Teatro João Caetano, ou ir no Canecão, em
Botafogo, na época o centro dos lançamentos das estrelas musicais do Brasil.
Mas quem imperava em minha vida eram esses jogos de som, alguns integrados,
muitos com fita cassete, que sucumbiram junto deles.
Tudo passa na vida, a modernidade do CD,
depois DVD e agora os novos formatos
fazem cada vez mais antiquado esses jogos de som. Com o advento da
internet, confesso que só gosto de ouvir no Youtube ou em sites de busca. Ou
gravar baixando em programas operacionais de download, pra ouvir no próprio PC,
em DVD ou arquivo. Ou seja, deixei de lado o jogo de som.
E por que tenho um? Apego? Do involuntário
nostálgico? Não sei. Mas ele está em minha sala e fique como um símbolo de como
era e o que fazia em matéria musical. Jogo de som fora do tom. O bom da vida que tinha em
gosto. Como resgatar isso? Não sei: só sei que o som tá lá na sala a não se
tocar nem discos, nem CD, nem fitas, mas está lá: ficou por ficar e lembrar
nítido!
O som do primeiro disco comprado e escutado a exaustão
com afinco - com Elton John
com afinco - com Elton John
"Lucy in the sky with diamonds"
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