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Um PAI de um rapaz novinho, com seus 14
anos, o leva de Opala vermelho na
primeira vez na escola pública em área popular e um sujeito com cara medonha,
olhos amarelos de maconha chega e diz arrogante:
- Olha só, aqui não tem esse negócio de
filhinho de papai que o traz de carrinho...
O que ele tinha com isso? Nada! Mas a
perseguição psicológica escolar ficou
maior, as meninas zombavam, e o que não tinha nome, hoje tem: bullyng. Perdeu-se um ano letivo e só se recuperou em outra escola pública em Bangu onde havia melhor nível dos estudantes. Melhores comportamentos sem estranhamentos.
Era filho de pais médicos que se separaram,
fazia pouco tempo, com relativa boa
educação em escolas particulares, sendo quietinho, ficava na sua, só queria
ficar do seu jeito com viés inibido um tanto tímido. Por momentânea
dificuldade, posto em escola pública em área de baixo nível sócio-cultural na
Vila Aliança, em Senador Camará, Rio de Janeiro.
Quem era esse rapaz? Esse que vos escreve
aqui. Naquele tempo engolia sapos, talvez por isso hoje não levo desaforo, injúria e deboche pra casa. Mas assustado, me
refugiava em gazeta que não era por vagabundagem, mas fuga por estar
constrangido moral. As pessoas se metem como você é, o que faz, o que usa, o
que escolhe, o que decide. O RESPEITO onde andava e anda?
Estereótipos contra gordos, baixinhos,
classes, raças, nordestinos, não faltam. Como quisessem os fazer mais diferentes
que já são. Mas o que importa a esses?Ainda mais com sua turma, seus grupinhos,
quiçá sua gang. Gente que não sei se sente superior, ou amoral, ou debochada ou
canalha que seja. Gente que não merece ser chamada de gente. Ignorantes boçais
sim.
Tudo tem que ter cuidado. Não se deve se
esmerar na tal política dos bons costumes dita politicamente correto. Apenas
que todos têm que ter a exata noção de qualquer condição humana é pra ser
respeitada e tratar com dignidade que todos merecem. Como pode um índio, um
mendigo, um gay, serem queimados, surrados, enxotados sem consideração?
Todos um dia falaram, observaram, fizeram
algo que o outro se sentisse destratado. Apenas que quando é sistemático de
forma orquestrada, como bandalhas canalhas aí a banda toca desafinada, onde
estão as regras sociais, humanas? Essa é implícita, não precisaria ser por
coação, do tipo ter dinheiro, poder, de loucura de reagir, de força bruta, de
uso da Lei.
Uma vez alguém falou de vizinhos gentinhas,
pareceu preconceito, mas acontece quando um substrato de seres desumanos não
comportam condignamente diante o outro. Quem não lembra da frase de Maomé: “Não
façais ao próximo o que não quer que vos faça”? Não adianta, quando há
preconceito não há a cultura e sabedoria do bem ao próximo e ao bem comum...
Esse filme é de uma história ruim, a ser
queimado no cinema da vida real. Esse roteiro parece de um bad end. Mas não: a
gente não nasceu pra ser infeliz - nem importunado, sem revolta em dor.
Quem sabe um dia todos venham mirar no
principio Cristão do amor ao próximo. Ou ao menos uma forma mais humanitária ao
próximo, ao distante, ao diferente igual a todos, a quem for...
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