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UM ABRAÇO AFETUOSO DO TAMANHO DO MUNDO PARA TODOS!































29 de julho de 2012

PERCEBEMOS QUE O TEMPO PASSA...



“O tempo é muito lento, para os que esperam.
Muito rápido, para os que têm medo.
Muito longo, para os que lamentam.
Muito curto, para os que festejam.
Mas para os que amam, o tempo é eterno.

- William Shakeaspeare



PERCEBEMOS QUE O TEMPO PASSA


Percebemos que o tempo passa... quando o cuti-cuti do bebezinho de colo, vira criança que dá seus primeiros passos, palavras, percepções. Abre os olhos para a vida.

Percebemos que o tempo passa... quando as brincadeiras de infância e os embalos de jovens são só ecos do passado, do realizado, dos amigos que muitos nem sabemos como e onde estão.

Percebemos que o tempo passa... quando o nosso nenê, vira  jovem, galalau de tamanho, cresce e na vida aparece para ser outro que não mais aquele da meninice de outrora. 


Percebemos que o tempo passa quando as velas de aniversário sobre o bolo era 1, depois 2, quiçá até 3 dígitos - vai-se a mocidade mas que se comemore sempre uma nova feliz idade!

Percebemos que o tempo passa... quando o ator era o neto, passa a ser filho, depois como jovem, depois pai, depois avô – o mesmo tempo para todos nós da vida real!

Percebemos que o tempo passa... quando o anuncio do programa de domingo se repete em outro inicio de fim de semana que culminam em outros domingos das semanas.

Percebemos que o tempo passa... quando desejamos feliz natal e ano novo, e quando menos se espera, está chegando lépido outro feliz natal e ano novo – de novo.

Percebemos que o tempo passa... quando do jardim da infância a faculdade parecia um tempo enorme de esforços e estudos e um dia é lembrança do vazio do fim do que parecia sem fim.

Percebemos que o tempo passa.... quando vemos fotos de idos fatos e os retratos não retratam em suas imagens em semelhanças de como se é na atual idade e realidade.

Percebemos que o tempo passa... quando havia uma rotina de trabalho e para muitos um uniforme, um dia aposentado buscar o que fazer do ócio dos dias, um pijama agora mais couber.

Percebemos que o tempo passa... quando o que podia ter sido feito não pode mais por que teve seu tempo de ser e fazer e até feito a Carolina de Chico nem ter noção que passou sob a janela.

Percebemos que o tempo passa... quando temos que pagar contas e pensando como poder pagá-las e  quando ufa! As efetuamos, lá vêm outras, novas e repetidas no mês seguinte!

Percebemos que o tempo passa... quando grandiosos amores perdidos, tão doloridos, são pálidas pequenas lembranças vagas de um instante bom e bonito que se foi na esteira do tempo.

Percebemos que o tempo passa, quando por sorte, se faz bodas de prata, de ouro,  disso e daquilo, de festejar um relacionamento que seguiu no tempo sem se perder com o tempo.

Percebemos que o tempo passa... entre jazigos dos cemitérios de quem lá jaz, tantas gentes que se foram e até quem foi seu ente tão querido e hoje só não é pó no nosso lembrar, sentir e na missa.

Percebemos que o tempo passa... quando tudo do mundo que era fato histórico, que era presente emergente, até de se ver e entra nos anais da história do que sabemos de contar e de ler.

Percebemos que o tempo passa... quando aquele produto, aquela loja, aqueles gostos da moda e dos costumes, as ideologias e governadorias, hoje são motivos só de recordação.

Percebemos que o tempo passa... quando olhamos o fim da estrada e lá atrás ficou uma vida passada e mesmo sofrida, ainda bem que se viveu e não simplesmente a deixou passar.

Percebemos que o tempo passa... quando feito obra literária de Marcel Proust, em memórias de torrencial forma  como um fluxo do passado a  ir e vir...  “Em busca do tempo perdido”.

Percebemos que o tempo passa... quando em último suspiro passamos dessa pra melhor e ai nada adianta o que deixou de ser e fazer, porque ai o tempo não se percebe mais – passou!


O tempo - belo texto, belo vídeo...


VOVÓ FAZ 100 ANOS!





- VOVÓ FAZ 100 ANOS!

Quem ler assim familiarizado cinéfilo com essa forma de descrever alguém centenária,  pensará que  é “Mamãe faz 100 anos” – sim há um filme espanhol de Carlos Saura, dizem alegoria da ditadura Franquista e que os membros da família, tirando o de Geraldine Chaplin a querem se ir pela herança. Ou seja, o filme de ficção nada a haver com o daqui da vida real.

Porque essa aqui é minha vó e dinda Zelita,  também matriarca e mãe de 8 filhos que teve e bisavó e tataravó e sua linhagem jamais teria a coragem e a mesquinharia de assim a desejar, todos a tem afetuosa, ela fez de outra forma em sua vida: fez histórias que não estão no almanaque. Uma vida comum, porém nós família que a fizeram importante além do cotidiano.

Ela foi aquela de marcas indeléveis em nós – e aquela com marcas extraordinárias: aquela que fez bodas de ouro de parceria de vida matrimonial em 1979 com seu consorte, Dr. Donário pai e digam: quantos chegam aos 50 anos de casamento? E mais: quantos chegam aos 100 anos? Sim, não é 1 dia, 1 mês, 1 ano, 10 anos: são 100 anos! Um século, que é uma era inteira!

E destarte o começo da degradação da lembrança cerebral... Ao que se faz lembrar, de uma história do senhor idoso que queria correr pra ver sua mulher no asilo e o médico pergunta como ela está: ele diz que tem mal de Alzheimer e não o reconhece. O médico: - “Porque a pressa se ela não o reconhece?” - Ao que ele retruca: - “Mas eu a reconheço!”

Sim todos aqui a reconhecemos, a esposa exemplar, a mãe, a avó, a bisavó, a tataravó, a pessoa humana. Ela sempre tão reservada, nunca foi de arroubos, discreta, com certeza nem faria questão de nada, mas estamos em torno dela. Quis a vida a manter conservada no tempo para que tenha essa peculiar homenagem incomum centenária. Parabéns querido, cem velas a soprar!

Os anos se foram na espiral do tempo sob seus olhos azuis: Nossa, que idade! Chegaremos lá? Não importa. Aqui estamos na alegria de tê-la ainda conosco. E dizer mais o quê? O que mais acrescentar a essa pequena grande mulher? Não sentimos direito os dias fluírem... Que o tempo não passou para ela, mas ela a si que fez o tempo passar! 















28 de julho de 2012

ADRENALINA PURA – PRAZER DO PERIGO




ADRENALINA PURA

 – PRAZER DO PERIGO

  
Adrenalina pura, precisa-se dela para viver?
Há quem faça da vida um duelo em desafio:
no perigo do acidente, vencer a morte por um fio!

Há os que, inconseqüentes, motorizados,
os fazem em pegas, rachas,
dirigir em rota de quase colisão.
E o incauto bem pacato cidadão,
vai de reboque, tantos em suas vidas vitimadas.

Há os que, profissionalizados, motorizados,
os fazem em pistas, ralis,
dirigir em rito de total competição.
E o intrépido bom piloto automobilístico,
vai em ribalta turbinar sua vida em velocidade.

Há quem queira desafiar,
em desafio dos limite do corpo,
no Acangáua, no Everest, das montanhas
do topo da altura máxima, o torpor
e jamais dizer: - Inalcançável!

Prazer na inarrável vertigem,
couraça de coragem, suplantando o medo,
vitória com voragem, suportando o mal-estar.
Xangai cantava “ Quem está vivo, corre perigo”.
Mas o que leva de ir de encontro em périplo audaz?






ESPORTES RADICAIS EM UMA DOSE DE AVENTURA



Há quem precise da forma precisa segura,
mas venha em dose de aventura e dela sua ventura.
Como nos esportes radicais 
que pra muitos traz medos em ai ai ai!
Num mergulho em suas parafernálias ao mar
a ir até no oceano mais profundo...
Num parapente ou asa delta, adrenalina a fundo.
Pára-Quedas o desafio do abismo.
Viagens a lugares que sejam até os inexplorados.
Nisso e naquilo e noutras sair do ócio:
nos ossos do lícito intrépido.
Mas nada de desafio da vida por um fio.
Simplesmente prazer pelo lazer diferente, adiante.
A voltagem comedida, mas saindo do conforto na medida certa!
Viver a vida loucamente em emoção sem perder nunca a razão...







27 de julho de 2012

O ESPORTE EM MINHA VIDA - AS OLIMPÍADAS - MODESTA - DE SERGIO



Quem ler esse título – OLIMPÍADAS – ainda que modestas -  DE SERGIO – pode achar que então essa pessoa foi extraordinária nos esportes, fazendo como a Odisséia de Homero. Não, nunca me destaquei nos esportes, até pelo contrário. Porém tenho o esporte como um caminho em busca de redenção de ser humano querendo ser mais expansivo. Explique-se.

De inicio, como os meninos hoje fazem, futebol era praticado de forma indireta, só que não em vídeo-game e PC, mas em forma de futebol de botão, na qual de tanto treinar em casa virei um quase craque de fazer gol e no totó, no qual era bom na defesa eventual fazendo gol. Mas apesar de ser algo físico, não é exatamente esporte.

Até o dia que três modalidades entraram em minha vida real de subúrbio, de rua, de bairro.  Não fui muito adiante, mas o fui na medida do que pude. Contemos a minha história nessas três modalidades e ao fim fazer uma conclusão da importância do esporte para um jovem. Mama não achava que resgata uma vida, mas posso dizer que alavanca em integração social.

A primeira coisa que gostei foi bicicleta. Mas andava sem interesse como esporte e mais como exercício e entretenimento. Uma vez ao ponto de ir de Padre Miguel até quase a Barra de Guaratiba aqui no Rio de Janeiro na Zona Oeste. Foi um gosto e tanto, sem entretanto ser levado adiante por ser apenas um gosto adolescente.

Já o futebol foi algo bem firme. Mas como não se é pra ser profissional, porque se fosse teria tentado jogar no meu Flamengo de paixão. Mas futebol foi uma forma de sair do casulo de casa, com a bola tinha novos colegas de rua, em linha de passe, - um toque e o sem poder tocar a  bola no chão, pelada de calçada e numa escassa uma vez num campo de tamanho oficial.

Eis que saudoso Dr. Novaes, advogado e amigo de mama, resolveu me levar pra melhor arte marcial que considero e com orgulho cheguei a faixa roxa, No judô. Não me destaquei propriamente dito, não ganhei muitas medalhas, nem competições, mas serviu para ter certa disciplina e uma postura mais firme rumo ao homem que se formava.

Dessas experiências esportivas, não considero que se deva criar muitas expectativas concretas de sobrevivência para toda uma vida. Ser profissional, ter talento, desenvoltura, não é pra qualquer um. Não é necessário entrar no esporte para dar um rumo da vida. Mas com certeza vale como forma de se expandir no mental e no físico, e na integração social.

Uma odisséia mesmo parece a olimpíada que chega ao começo em Londres e um dia será aqui no Rio de Janeiro, lá sim tem personagens, personas voltadas ao esporte como meio de vida e de existência. Talentos puros esportivos, em busca de recordes, tempos, vitórias, individuais ou coletivas em busca de medalhas para uma nação que se veste em esporte.

 Lá tem os que o que chama inteligência corporal. Uma capacidade de habilidade e explosão a parte, mas como é belo quando de superação física e econômico-social. Ficamos na torcida de nossos atletas, que seguem a marca do Barão de  Cupertin que o que vale é competir, mas claro faz da vitória, algo pessoal interligado a sua nação a sua gente.

Nunca me imaginei lá, sempre soube dos meus limites, me coube entrar de sola nas modalidades mais como forma de lazer, do apuro e crescimento físico e de expandir meu ser. Valeu sim, quem dera fosse para estar nas Olimpíadas verdadeiras, mas sendo pessoais, me faz crer que se deva ter o esporte como forma de pulsar a vida e viver algo que só faz bem... 


Pois esporte é vida e em nosso prol como evolução faz! A toda prova se aprova!


IMAGENS SOBRE ESSAS TRÊS MODALIDADES
DE ESPORTES QUE MAIS SE DESTACARAM
IN MY LIFE























25 de julho de 2012

RESENHO COMO ESCRITOR - O CANTO E DESENHO E PINTURA SÃO DONS DE DOMÍNIO


RESENHO COMO ESCRITOR

- O CANTO E DESENHO E PINTURA

SÃO DONS DE DOMÍNIO


Canto e desenho e pintura, não domino,
domínio dos que tem dom que tenho fascínio.

Não canto...encanto?
Não desenho...resenho!
Não pinto...poetiso!
Tão bonito ter esses dons:
o canoro é cânone dos ouvidos
                    refinados,
o traçado é contorno aos olhos
                   repaginados.
Como quis cantar com afinação,
como quis desenhar com precisão!
Como quis pintar com exatidão!
Dádivas aos cantores, aos desenhistas, pintores.
O que me resta?
Decantar o cantar,
resenhar o desenhar,
comentar o pintar
descrevendo-os como habilidades
inatas – exatas – exegetas,
de quem as sabe fazer em cânticos e curvilíneas.
    - Como o sabiá o faz no gorjeio -
- como o Sáfiro o fazia na caricatura –
          e cabe a mim apenas um arremedo de talento,
          da dar asas a imaginação em cantos e curvas.
O que posso é só cantarolar:
apenas para saber a melodia,
que ao cantor possa dar forma melodiosa.
O que posso é rabiscar:
apenas para caber a idéia,
que a uma forma gráfica faça desenhadora...
que a uma feição pictória faça moldura...

ESCRITORES NOVATOS - E O NÃO LI E (NÃO) GOSTEI - UMA REFLEXÃO NO DIA DO ESCRITOR



ESCRITORES NOVATOS

- E O NÃO LI E (NÃO) GOSTEI

UMA REFLEXÃO NO DIA DO ESCRITOR


Alguém perguntou ao eminente Oswald de Andrade,
sobre obra de literatura de desconhecido autor.
Teria dito:
- Não li e não gostei!
Perguntar carece, se fosse não apenas de autor maior,
mas conhecido, mas com uma obra descuidada, diria
- Não li e gostei?

Difícil é vida de principiante ou desconhecido,
a nula fama os faz ter desprestígio renhido.
Suas obras são confrontadas, questionadas,
até sem as conhecer.
Sorte de principiante se:
que tenha um Q.I. 1000 ( quem indicou )
que tenha um Q.I 10 ( que é genial ).

Ao ilustre, mas com má obra,
vira experimentalismo, hermetismo,
      simbolismo, concretismo.
Ao obscuro, mas com boa obra,
vira pretencionismo, exibicionismo,
      primitivismo, infantilismo.
Aos eméritos, pré-sucesso; aos deméritos, o anti-acesso.

Eis que até nos primórdios,
ainda que gênio das letras ou outras artes,
só perseverando para não ficar moscando
ou desistir ao desmerecimento de lhe decretarem:
- Por que não procura outro Ofício?!
Quantas obras, prováveis geniais,
não foram ao túmulo com seus ignorados autores?

PRAZER DE DIRIGIR EM DIREÇÃO A QUEM DÁ PRAZER



EM DIREÇÃO A QUEM DÁ PRAZER

Além do prazer de dirigir,
Nada melhor dirigir-se a quem dá prazer,
E longe está e se quer reaproximar.
Matar a saudade que está matando na falta.
E como motorista não me canso.
Eu vou motorizado de carro:
Sigo on the Road,
em seu rumo.
Não há o distante:
a distância não se faz despenhadeiro
Em direção
a quem é meu destino,
o meu tino e desatino que descortino.
Soy latino e tu mujer de mi vida.
E em cada curva busco as suas curvas
Que farão curvilíneo o dom do bom viver...


Ir de encontro e por isso até corro demais!
Porquanto a quero ademais.
Mas tomando cuidado que meu bem tanto pede.
Jamais querendo me perder. Nos perder...







MOTORISTAS - NO DIA EM SUA HOMENAGEM - 25/07





MOTORISTAS – O PROFISSIONAL E O PESSOAL MOTORIZADO

Antes falei da importância do carro/automóvel no mundo moderno, mas eis que ele, pode ser usado de forma profissional, mister motorizada – a classe especialíssima dos ditos motoristas profissionais.

Há o taxista, o motorista de Van e Kombi, o motorista de malote. Gente da urbe que faz do carro meio transporte individual, movimentando pessoas e pequenas cargas, e assim por se movem na direção pelo seu ganha pão.

Há motoristas que vão além, que transportam na boléia de caminhão pelas estradas da vida, a carga pesada, por rodovias intermunicipais e estaduais. Seguem em rota e rotatividade, atividade solitária deixando sua morada e família.

Há motoristas coletivos, os trabalhadores de ônibus urbanos levando os trabalhadores gerais para seus trabalhos, tantos sãos seguros pra casa, pra escola, pro lazer, pra qualquer lugar que seja, seja dia ou noite, ao volante direcionado em condução.

Há motoristas competidores, aqueles que são chamados de pilotos por conta da perigosa velocidade, e dela faz hábil e audaz desafio em nome de um esporte a parte que tem suporte numa máquina, mas que ao volante, na Formula 1, Stock Car, Fórmula Indi, e outras.

Motorista comum no cotidiano somos nós que tiramos uma carteira e nos transmutamos em motoristas individuais. A estes que com gosto e competência o fazem tendo habilidade no trânsito das cidades e campos, um alô, como vai, o seu dia é hoje e sempre tenha  a responsabilidade e destreza ao volante de seu carro de todo dia, com os seus próximos ou pra si mesmo.

Motorista metódico, hábil, de carteira especial.

Motorista de carreira, de categoria profissional.


E como diz mensagens por ai e que assim seja:



DIA DO MOTORISTA - UMA BREVE EXPLICAÇÃO 
- CONFORME TEXTO NA NET:


No dia 25 de julho é comemorado o Dia do Motorista. Este foi o dia escolhido por ser a data dedicada a São Cristóvão, santo padroeiro dos motoristas. No dia 21 de outubro de 1968, através do Decreto nº 63.461, o Dia do Motorista foi instituído em nosso país. 

Protetor não só dos motoristas, mas também dos viajantes, acredita-se que São Cristóvão tenha vivido na Síria e sofrido o martírio no século III. Seu nome, "Cristóvão", significa "aquele que carrega Cristo" ou "portador de Cristo". Reza a lenda que Cristóvão era um gigante com mania de grandeza. Logo no princípio, acreditava que o maior rei do mundo era o rei ao qual ele servia. Então, veio a saber que o maior rei do mundo seria  Satanás, passando a servi-lo. Por fim, acabou descobrindo que o maior rei do mundo era o Nosso Senhor. 

Um ermitão mostrou que a bondade era a coisa mais agradável ao Senhor, convencendo Cristóvão, que trocou sua mania de grandeza pelo serviço aos semelhantes. Por ser dotado de grande força, passou a transportar pessoas através de um imenso rio. Certa vez, transportando um garoto em suas costas, este lhe revela: "Tiveste às costas mais que o mundo inteiro. Transportasse o Criador de todas as coisas. Sou Jesus, aquele a quem serves".

As comemorações em torno do Dia do Motorista são realizadas anualmente e ficam a cargo dos órgãos de trânsito de todo o país. São realizadas campanhas educativas que alertam motoristas e cidadãos sobre como um comportamento responsável e o respeito às normas de trânsito podem fazer a diferença.

Oração do Motorista:

"Dai-me Senhor, firmeza e vigilância no volante, para que eu chegue ao meu destino sem acidentes. Protegei os que viajam comigo. Ajudai-me a respeitar a todos e a dirigir com prudência. E que eu descubra vossa presença na natureza e em tudo o que me rodeia. Amém".



MOTORISTAS - 
UMA DIVISÃO VISÃO BEM-HUMORADA:

E se o condutor é um lento tranca rua, barbeiro de barbeiragens no trânsito... Dificultando o trafego: Seria um “Maltorista”???

E se o condutor  é um impaciente tesourão  cortando carros, forçando a barra... Desastre no trânsito: Seria um “Mautorista”?

Mas se ele é parcimonioso, equilibrado, habilidoso sobre veículos de quatro rodas... Destreza no volante: seria sim...Um ‘MOTORISTA”.





23 de julho de 2012

GUERRA DO CONTESTADO - OUTRO CONFLITO SERTANEJO DO PARANÁ





Um conflito tão pouco divulgado do povo caboclo sertanejo no Paraná, aqui reproduzo aos amigos do blog...

Guerra do Contestado:

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Guerra do Contestado
Data
12 de outubro de 1912 - Agosto de 1916
Local
Região do contestado, sul do Brasil
Resultado
Acordo de limites entre os governos deParaná e Santa Catarina
Combatentes
Bandeira do Contestado.svg Rebeldes
Comandantes
Forças
10.000 soldados do Exército Encantado de São Sebastião
7.000 soldados do Exército Brasileiro e 1.000 civis contratados
Baixas
5.000-8.000 entre mortos, feridos e desaparecidos
800-1.000 entre mortos, feridos ou desertores

A Guerra do Contestado foi um conflito armado entre a população cabocla e os representantes do poder estadual e federal brasileiro travado entre outubro de 1912 a agosto de 1916, numa região rica em erva-mate e madeira disputada pelos estados brasileiros do Paraná e de Santa Catarina.
Originada nos problemas sociais, decorrentes principalmente da falta de regularização da posse de terras e da insatisfação da população hipossuficiente, numa região em que a presença do poder público era pífia, o embate foi agravado ainda pelo fanatismo religioso, expresso pelomessianismo e pela crença, por parte dos caboclos revoltados, de que se tratava de uma guerra santa.
A região fronteiriça entre os estados do Paraná e Santa Catarina recebeu o nome de Contestado devido ao fato de que os agricultores contestaram a doação que o governo brasileiro fez aos madeireiros e à Southern Brazil Lumber & Colonization Company. Como foi uma região de muitos conflitos, ficou conhecida como Contestado, por ser uma região de disputas de limites entre os dois estados brasileiros.
Índice
  
·         1 Antecedentes
·         3 Os confrontos se iniciam
·         4 Primeiras mortes
·         7 Mudança de estratégia
·         8 Estatísticas do confronto
·         9 Consequências imediatas
·         10 Mais dados importantes
o    11.1 Cinema
·         12 Ver também
·         13 Referências
·         14 Bibliografia
·         15 Ligações externas


Antecedentes
Antes dos acontecimentos que culminaram na guerra, houve:
§  Ação judicial de Santa Catarina contra o Paraná em 1900, por limites
§  Decisões judiciais do Supremo Tribunal Federal pró-Santa Catarina em 1904, 1909 e 1910
§  Revolta do ex-maragato Demétrio Ramos na zona do Timbó, em 1905 e 1906
§  Construção da Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande, de 1908 a 1910
§  Criação dos municípios de Canoinhas, Itaiópolis e Três Barras em Santa Catarina, e de Timbó no Paraná.
§  Instalação da Southern Brazil Lumber & Colonization Company]] em Calmon (1908) e em Três Barras (1912)
§  Construção do Ramal de São Francisco, a partir de 1911
§  1911: Revolta do ex-maragato Aleixo Gonçalves de Lima em Canoinhas
§  1910-1912: Questão de terras da fazenda Irani e da Cia. Frigorífica e Pastoril
§  Combate no Banhado Grande, em Irani, em outubro de 1912
§  1911: Escrituração de glebas de terras devolutas do Contestado para a EFSPRG
§  Disputas pela exploração dos ervais - concessões de Estados e Municípios
§  Vendas suspeitas de terras no Contestado, do Estado para especuladores – bendegós
§  Disputas eleitorais entre os coronéis da região pelos domínios políticos nos municípios
§  Espírito guerreiro do caboclo pardo (Revolução Farroupilha e Revolução Federalista)
§  Religiosidade: messianismo, misticismo e fanatismo da população cabocla
§  Ideologia nacionalista – civilismo na República – construção do exército

Preliminares: o poder dos monges
Para entender-se bem a guerra sertaneja , é preciso voltar um pouco no tempo e resgatar o valor da figura de três monges da região. O primeiro monge que galgou fama foi João Maria, um homem de origem italiana, que peregrinou pregando e atendendo doentes de 1844a 1870. Fazia questão de viver uma vida extremamente humilde, e sua ética e forma de viver arrebanhou milhares de crentes, reforçando o messianismo coletivo. Sublinhe-se, porém, que não exerceu influência direta nos acontecimentos da Guerra do Contestado que ocorreria posteriormente. João Maria morreu em 1870, em Sorocaba, estado de São Paulo.
O segundo monge adotou o codinome (alcunha) de João Maria, mas seu verdadeiro nome era Atanás Marcaf, provavelmente de origem síria. Aparece publicamente com a Revolução Federalista de 1893, mostrando uma postura firme e uma posição messiânica. Sobre sua situação política, dizia ele "estou do lado dos que sofrem". Chegou, inclusive, a fazer previsões sobre os fatos políticos da sua época. Atuava na região entre os rios Iguaçu e Uruguai. É de destacar a sua influência inquestionável sobre os crentes, a ponto de estes esperarem a sua volta através da ressurreição, após seu desaparecimento em 1908.
As entrelinhas do que estava por vir estavam se amarrando entre si. A espera dos fiéis acabou em 1912, quando apareceu publicamente a figura do terceiro monge. Este era conhecido inicialmente como um curandeiro de ervas, tendo se apresentado com o nome de José Maria de Santo Agostinho, ainda que, de acordo com um laudo da polícia da Vila de Palmas, Estado do Paraná, ele fosse, na verdade, um soldado desertor condenado por estupro, de nome Miguel Lucena de Boaventura.
Como ninguém conhecia ao certo a sua origem, como aparentava uma vida reta e honesta, não lhe foi difícil granjear em pouco tempo a admiração e a confiança do povo. Um dos fatos que lhe granjearam fama foi a presunção de ter ressuscitado uma jovem (provavelmente apenas vítima de catalepsia patológica). Supostamente também recobrou a saúde da esposa do coronel Francisco de Almeida, acometida de uma doença incurável. Com este episódio, o monge ganha ainda mais fama e credibilidade ao rejeitar terras e uma grande quantidade de ouro que o coronel, agradecido, lhe queria oferecer.
A partir daí, José Maria passa a ser considerado santo: um homem que veio à terra apenas para curar e tratar os doentes e necessitados. Metódico e organizado, estava muito longe do perfil dos curandeiros vulgares. Sabia ler e escrever e anotava em seus cadernos as propriedades medicinais das plantas encontradas na região. Com o consentimento do coronel Almeida, montou no rancho de um dos capatazes o que chamou de farmácia do povo, onde fazia o depósito de ervas medicinais que utilizava no atendimento diário, até horas tardias da noite, a quem quer que o visitasse.


Os confrontos se iniciam
Após a conclusão das obras do trecho catarinense da Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande, a companhia Brazil Railway Company, que recebeu do governo 15 km de cada lado da ferrovia, iniciou a desapropriação de 6.696 km² de terras (equivalentes a 276.694 alqueires)  ocupadas já há muito tempo por posseiros que viviam na região entre o Paraná e Santa Catarina. O governo brasileiro, ao firmar o contrato com a Brazil Railway Company, declarou a área como devoluta, ou seja, como se ninguém ocupasse aquelas terras. "A área total assim obtida deveria ser escolhida e demarcada, sem levar em conta sesmarias nem posses, dentro de uma zona de trinta quilômetros, ou seja, quinze para cada lado"..Isso, e até mesmo a própria outorga da concessão feita à Brazil Railway Company, contrariava a chamada Lei de Terras de 1850. Não obstante, o governo do Paraná reconheceu os direitos da ferrovia; atuou na questão, como advogado da Brazil Railway, Affonso Camargo, então vice-presidente doestado.
Esses camponeses que viram o direito às terras que ocupavam ser usurpado, e os trabalhadores que foram demitidos pela companhia (1910), decidiram então ouvir a voz do monge José Maria, sob o comando do qual organizaram uma comunidade. Resultando infrutíferas quaisquer tentativas de retomada das terras - que foram declaradas "terras devolutas" pelo governo brasileiro no contrato firmado com a ferrovia  - cada vez mais passou-se a contestar a legalidade da desapropriação. Uniram-se ao grupo diversos fazendeiros que, por conta da concessão, estavam perdendo terras para o grupo deFarquhar, bem como para os coronéis manda-chuvas da região.
A união destas pessoas em torno de um ideal, levou à organização do grupo armado, com funções distribuídas entre si. O messianismo adquiria corpo. A vida era comunitária, com locais de culto e procissões, denominados redutos. Tudo pertencia a todos. O comércio convencional foi abolido, sendo apenas permitidas trocas. Segundo as pregações do líder, o mundo não duraria mais 1000 anos e o paraíso estava próximo. Ninguém deveria ter medo de morrer porque ressuscitaria após o combate final. É de destacar a importância atribuída às mulheres nesta sociedade. A virgindade era particularmente valorizada.


O "santo monge" José Maria rebelou-se, então, contra a recém formada república brasileira e decidiu dar status de governo independente à comunidade que comandava. Para ele, a república era a "lei do diabo". Nomeou "imperador do Brasil" um fazendeiro analfabeto, nomeou a comunidade de "Quadro Santo" e criou uma guarda de honra constituída por 24 cavaleiros que intitulou de "Doze Pares de França", numa alusão à cavalaria de Carlos Magno na Idade Média.
Os camponeses uniram-se a este, fundando alguns povoados, cada qual com seu santo. Cada povoado seria como uma "monarquia celeste", com ordem própria, à semelhança do que Antônio Conselheiro fizera em Canudos.
Convidado a participar da festa do Senhor do Bom Jesus, na localidade de Taquaruçu (município de Curitibanos), o monge foi acompanhado de cerca de 300 fiéis, e lá permaneceu por várias semanas, atendendo aos doentes e prescrevendo remédios.
Desconfiado com o que acontecia, e com medo de perder o mando da situação local em Curitibanos, o coronel Francisco de Albuquerque, rival do coronel Almeida, enviou um telegrama para a capital do estado pedindo auxílio contra "rebeldes que proclamaram a monarquia em Taquaruçu"'.


Primeiras mortes
O governo brasileiro, então comandado pelo marechal Hermes da Fonseca, responsável pela "Política das Salvações", caracterizada por intervenções político-militares que em diversos Estados do país pretendiam eliminar seus adversários políticos, sentiu indícios de insurreição neste movimento e decidiu reprimi-lo, enviando tropas para "acalmar" os ânimos.
Antevendo o que estava por vir, José Maria parte imediatamente para a localidade de Irani com todo o seu carente séquito. A localidade nesta época pertencia a Palmas, cidade que estava na jurisdição do Paraná, e que tinha com Santa Catarina questões jurídicas não resolvidas por conta de divisas territoriais, e acabou vendo nessa grande movimentação uma estratégia de ocupação daquelas terras.
A guerra do Contestado inicia-se neste ponto: em defesa de suas terras, várias tropas do Regimento de Segurança do Paraná são enviadas para o local, a fim de obrigar os invasores a voltar para Santa Catarina. Estamos em outubro de 1912.
Mas as coisas ocorrem bem diferente do planejado. Tem início um confronto sangrento entre tropas do governo e fiéis do Contestado no lugar chamado "Banhado Grande". Ao término da luta, estão sem vida dezenas de pessoas, de ambos os lados. Morreram no confronto o coronel João Gualberto, que comandava as tropas, e também o monge José Maria, mas os partidários do contestado tinham conseguido a sua primeira vitória.
José Maria foi enterrado com tábuas pelos seus fiéis, a fim de facilitar a sua ressurreição, já que os caboclos acreditavam que este ressuscitaria acompanhado de um "exército encantado", vulgarmente chamado de "Exército de São Sebastião", que os ajudaria a fortalecer a "monarquia celeste" e a derrubar a república, que cada vez mais acreditava-se ser um instrumento do diabo, dominado pelas figuras dos coronéis.
Mais confrontos, ataques e contra-ataques
Em 8 de fevereiro de 1914, numa ação conjunta de Santa Catarina, Paraná e governo federal, foi enviado a Taquaruçu um efetivo de 700 soldados, apoiados por peças de artilharia e metralhadoras. Estes logram êxito na empreitada, incendeiam completamente o acampamento dos jagunços, mas sem muitas perdas humanas, já que os caboclos e fiéis da causa do Contestado se refugiaram emCaraguatá, local de difícil acesso e onde já viviam cerca de 20.000 pessoas.
Os fiéis que mudaram para Caraguatá, interior do atual município de Lebon Régis, eram chefiadas por Maria Rosa, uma jovem com 15 anos de idade, considerada pelos historiadores como uma Joana D'Arc do sertão, já que "combatia montada em um cavalo branco com arreios forrados de veludo, vestida de branco, com flores nos cabelos e no fuzil". Após a morte de José Maria, Maria Rosa afirmava receber, espiritualmente, ordens do mesmo, o que a fez assumir a liderança espiritual e militar de todos os revoltosos, então cerca de 6.000 homens.
De março a maio outras expedições foram realizadas, porém todas sem sucesso. Em 9 de março de 1914, embaladas pela vitória de Taquaruçu, que tinham destruído completamente, as tropas cercam e atacam Caraguatá, mas aí o desastre é total. Fogem em pânico perseguidos pelos revoltosos. Esta nova vitória enche os contestadores de ânimo. O fato repercute em todo o interior, trazendo para o reduto ainda mais pessoas com interesses afins, mas também atinge em cheio ao governo e aos órgãos legalmente constituídos.
Como cada vez mais pessoas engajavam-se abertamente ao movimento, piquetes foram formados pelos fiéis para o arrebanhamento de animais da região a fim de suprir as necessidades alimentícias do núcleo de Caraguatá. São então fundados os redutos de Bom Sossego e São Sebastião. Só neste último se aglomeravam cerca de 2.000 pessoas.
Além de colocar em prática técnicas de guerrilha para a defesa dos ataques do governo, os fanáticos passaram ao contra-ataque. Em 2 de setembro, lançaram um documento que intitulou-se "Manifesto Monarquista", deflagrando-se, a partir de então, o que chamavam de a guerra santa, caracterizada por saques e invasões de propriedades de coronéis e por um discurso que exigia pobreza e cobrava exploração ao máximo da República.
Invadiam as fazendas dos coronéis tomando para si tudo o que precisavam para suprir as necessidades do reduto. Além disso, amparados nas vitórias que tiveram, atacaram várias cidades, como foi o caso de Curitibanos, onde os alvos eram invariavelmente oscartórios, locais onde se encontravam os registros das terras que antes a eles pertenciam. Não bastasse isso, num outro ataque na localidade de Calmon, destruíram completamente a segunda serraria da Lumber, uma das empresas que vieram de fora para explorar a madeira da faixa de terra de 30 quilômetros (15 quilômetros de cada lado) às margens da ferrovia.


O controle começa a mudar de lado
Com a ordem social cada vez mais caótica na região, o governo central designou o general Carlos Frederico de Mesquita, veterano de Canudos, para comandar uma ação contra os rebeldes. Inicialmente tentou, sem êxito, um acordo para dispensar os revoltosos; a seguir atacou duramente Santo Antônio, obrigando os rebeldes a fugir. O reduto de Caraguatá, que antes vira as tropas do governo fugirem perseguidas por revoltosos, tem agora de ser abandonada às pressas pelos mesmos revoltosos devido a uma grande epidemia de tifo. Considerando, equivocadamente, dispersos os revoltosos, o general Mesquita dá a luta por encerrada.
Mas a calmaria terminaria logo. Os revoltosos rapidamente se reagrupam e se organizam na localidade de Santa Maria, interior norte do município de Lebon Régis, intensificando os ataques: tomam e incendeiam a estação de Calmon; dizimam a vila de São João (Matos Costa), atacam Curitibanos e ameaçam Porto União da Vitória, cuja população abandona a cidade em desespero.
Os boatos chegam até Ponta Grossa e dizem que os revoltosos e seu exército pretendem marchar até o Rio de Janeiro para depor o Presidente. Os rebeldes já dominam, nesta altura dos acontecimentos, cerca de 250 km² da região do Contestado.
O governo federal jogou uma outra, e ainda mais dura, cartada: nomeou o general Fernando Setembrino de Carvalho para o comando das operações contra os contestadores. Este chegou a Curitiba em setembro de 1914, chefiando cerca de 7.000 homens, com ordens de sufocar a rebelião e pacificar a região a qualquer custo. Sua primeira providência foi restabelecer as ligações ferroviárias e guarnecê-las para evitar novos ataques.
Nas proximidades da ferrovia, o exército brasileiro construiu o Campo da Aviação de Rio Caçador, onde hoje existe o município homônimo. Como apoio de operações de guerra, pela primeira vez na história do Brasil foram usados dois aviões para fins de reconhecimento. Em um acidente durante as operações, morreu o capitão Ricardo Kirk, primeiro aviador militar do Brasil.
Astutamente, Setembrino enviou um manifesto aos revoltosos no qual garantia a devolução de terras para quem se entregasse pacificamente. Garantia também, por outro lado, um tratamento hostil e severo para quem resolvesse continuar em luta contra o governo.


Mudança de estratégia
Com o passar do tempo, general Fernando Setembrino de Carvalho adotou uma nova postura de guerra, evitando o combate direto, que era o que os revoltosos esperavam e para o que estavam se preparando, optando por cercar o reduto dos fanáticos com tropas por todos os lados, evitando que entrassem ou saíssem da região onde estavam. Para isto, o general dividiu seu efetivo em quatro alas com nomes dos quatro pontos cardeais e, gradativamente, foi avançando e destruindo qualquer resistência que encontrasse pelo caminho.
Com esta nova estratégia, rapidamente começou a faltar comida nos acampamentos dos revoltosos. Isto teve como consequência imediata a rendição de dezenas de caboclos. Contudo, a maioria dos que se entregavam eram velhos, mulheres e crianças - talvez uma contra-estratégia dos fiéis para que sobrasse mais comida aos combatentes que ficaram para trás e que ainda defenderiam a causa.
Neste ponto da guerra do Contestado, começa a se destacar a figura de Deodato Manuel Ramos, vulgo "Adeodato", considerado pelos historiadores como o último líder dos contestadores. Adeodato transferiu o núcleo dos revoltosos para o vale de Santa Maria, que contava ainda com cerca de 50.000 homens. Só que aí, à medida que ia faltando o alimento, Adeodato passou a revelar-se cada vez mais autoritário, não aceitando a rendição. Aos que se entregavam, aplicava sem dó a pena de morte.
Cerco fechado, sem pressa e deixando os revoltosos nervosos lutarem contra si mesmos, em 8 de fevereiro de 1915 a ala Sul, comandada pelo tenente-coronel Estillac, chegou a Santa Maria. De um lado as forças do governo, bem armadas, bem alimentadas, de outro, rebeldes também armados, mas famintos e sem ânimo para resistir muito tempo. A luta inicial foi intensa e, à noite, o tenente-coronel ordenou a retirada, afinal, já contabilizara só no seu lado 30 mortos e 40 feridos. Novos ataques e recuos ocorreram nos dias seguintes.
Em 28 de março de 1915, o capitão Tertuliano Potyguara parte da vila de Reinchardt com 1.085 homens em direção a Santa Maria, perdendo só em emboscadas durante o trajeto, 24 homens. Depois de vários confrontos, num deles Maria Rosa, a líder espiritual dos rebeldes, morre às margens do rio Caçador. Em 3 de abril, as tropas de Estillac e Potyguara avançam juntas e ordenadas para o assalto final a Santa Maria, onde restavam apenas alguns combatentes já quase mortos pela fome.
Em 5 de abril, depois do grande assalto a Santa Maria, o general Estillac registra que "tudo foi destruído, subindo o número de habitações destruídas a 5.000 (…) as mulheres que se bateram como homens foram mortas em combate (…) o número de jagunços mortos eleva-se a 600. Os redutos de Caçador e de Santa Maria estão extintos. Não posso garantir que todos os bandidos que infestam o Contestado tenham desaparecido, mas a missão confiada ao exercito está cumprida". Os rebeldes sobreviventes se dispersaram em muitas cidades.
Em dezembro de 1915, o último dos redutos dos revoltosos foi devastado pelas tropas de Setembrino. Adeodato fugiu, vagando com tropas no seu encalço. Conseguiu, no entanto, escapar de seus perseguidores e, como foragido, ficou ainda 8 meses escondendo-se pelas matas da região. Mas a fome e o cansaço, além de uma perseguição sem trégua, fizeram com que Adeodato se rendesse. Encerrava-se então, em agosto de 1916, com a prisão de Adeodato, a Guerra do Contestado.
Adeodato foi capturado e condenado a 30 anos de prisão. Entretanto, em 1923, 7 anos após ter sido preso, Adeodato foi morto pelo próprio diretor da cadeia numa tentativa de fuga.
Estatísticas do confronto
§  Área conflagrada: 20.000 km²
§  População da época envolvida na área de conflito: aproximadamente 40.000 habitantes
§  Municípios do Paraná, na época: Rio Negro, Itaiópolis, Três Barras, União da Vitória e Palmas
§  Municípios de Santa Catarina, na época: Lages, Curitibanos, Campos Novos, Canoinhas e Porto União
Consequências imediatas
§  20 de outubro de 1916: Assinatura do Acordo de Limites Paraná-Santa Catarina, no Rio de Janeiro;
§  7 de novembro de 1916: Manifestações nos municípios do Contestado-Paranaense contra o acordo;
§  De maio a agosto de 1917: Sublevação popular no Contestado-Paranaense, pró Estado das Missões;
§  Maio e junho de 1917: Ascensão e assassinato do monge Jesus Nazareno;
§  3 de Agosto de 1917: Homologação final do Acordo de Limites;
§  Setembro de 1917: Instalação dos municípios de Mafra, Joaçaba (então Cruzeiro), Chapecó e de Porto União;
§  1918: Reinício da colonização no Centro-Oeste Catarinense, por empresas particulares;
§  Janeiro e maio de 1920: Revolta política em Erval e Cruzeiro;
§  Março de 1921: Revolta de caboclos contra medição de terras, entre Catanduvas e Capinzal.

Mais dados importantes
§  Início da Guerra: outubro de 1912
§  Tempo da Guerra: 46 meses (out/1912 a ago/1916)
§  Auge da Guerra: Março-abril de 1915, em Santa Maria, na Serra do Espigão
§  Final da Guerra: Agosto de 1916, com a captura de Adeodato, o último líder do Contestado
§  Combatentes militares no auge da Guerra: 8.000 homens, sendo 7.000 soldados do Exército Brasileiro, do Regimento de Segurança do Paraná, do Regimento de Segurança de Santa Catarina, mais 1.000 civis contratados.
§  Exército Encantado de São Sebastião: 10.000 combatentes envolvidos durante a Guerra.
§  Baixas nos efetivos legalistas militares e civis: de 800 a 1.000, entre mortos, feridos e desertores
§  Baixas na população civil revoltada: de 5.000 a 8.000, entre mortos, feridos e desaparecidos
§  Custo da Guerra para a União: cerca de 3.000:000$000, mais soldados militares
§  A Guerra do Contestado durou mais tempo e produziu mais mortes que a Guerra de Canudos, outro conflito semelhante em terras do Brasil.
§  Em cinco anos de guerra, 9 mil casas foram queimadas e 20 mil pessoas mortas.