De ELENA LAVERÓN - Escultora espanhola
De ELENA LAVERÓN -
Escultora espanhola
ENSIMESMADO
Ainda seguir como que no mundo da lua,
apesar da rua, que escorre aos ralos, aleivosa,
em sucção, meus sonhos de seiva.
Ainda sentir como que no fundo vai nua,
adensar em ab-reação que ocorre raivosa,
meus desejos subtraídos em delta.
Sob meus olhos em vermelhidão, lacrimosos,
vão voluptuosas lágrimas, em pálpebras cansadas,
tempestades torrenciais de lamúrias que me esvai.
Mas ainda rebusco a ilusão, cíclica, dos restos lustrosos,
a beleza infinda dos jardins, e borboleta pós-crisálidas,
após o crepúsculo da madrugada que sem estrelas vai.
As noites e os fins-de-semana me caem com peso,
das lacunas como que colunas despencadas,
desaba-me com a espessura de intensa cefaléia.
Quero sentir a leveza espumante de um rio caudaloso,
quero sentir a pureza estonteante de delicias pastosas,
desarmar-me na formosura inversa em azaléia.
Vou em meio ao real inclemente em seus chicotes
( tenho interno, marcado, machucado - o dorso );
sé santa, ainda endosso, o que me flui meio essênio:
vir querer alcançar diáfana luz de fresta, fetiche da felicidade
( aderente a algo que apetece, ad diem, frutuoso );
fé de um Canaã em mim mesmo tão ensimesmado.
N.r. Ensimesmado - absorto, fechado dentro de si mesmo...
E eu queria só um modo de
de esquecer: em "Meu mundo
e nada mais "
Usei a escultura para ilustrar um meu poema, gostei do post, parabéns, se quiser me visitar: heitorballis.bolgspot.com
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