“ CINEMA, POESIA E REALIDADE ”
DIA 30 DE JUNHO DE 1990:
Cinza era minha alma turva,
não só a tarde acabrunhada.
Choveu torrencialmente em gotas céleres,
granizo também caia um tanto difuso.
E o compromisso que tinha,
num dia desses se adiava,
tanta lida com esforço de inútil fardo!
HORA: 14:30m, CENTRO DA CIDADE:
Havia feito parco lanche ( enganando estômago )
pois para casa iria e poderia lauto almoço comer;
não tarde teria que voltar,
pois no odontólogo um canal havia de começar a fazer!
Fome, dor e tempestade,
açoitam qualquer paciência,
não tem noção de clemência...
Eis que uma tentação santa eu senti,
diante do cinema somado a poesia :
no filme “SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS”
não havia dor ou fome a ser relevada!
Eis que uma sensação mansa eu senti,
diante a temática passada na tela:
“CARPEM DIE”( "APROVEITEM O DIA” ),
como lá em latim falava, eu lá também mais vivia, aí sim o dia aproveitava...
Eu também já fui o rapaz inibido em que na frente pouco falava,
quando diante de uma turma escolar, ruborizado ou lívido ficava.
Eu declamava poesias internamente e quanto eu me desesperava em silêncio,
e esperava que um bom mestre me incentivasse a fazer o que mais gostava.
( Declamaria também “Captain, oh, captain! ” ?) , do jeito que fosse, com uma visão própria
( subindo na mesa? ), contra os rigorismos, o tolhimento, impulsionando o contestar,
e dar estreladas poesias para a musa querida, amada em enluarado enamorar.
Pão foi a poesia, lenitivo “analgésico” foi o cinema...
Assim foi aquele dia com/sem fome e dor
e que parecia fadado a irremediável enfado e conturbação.
Agora celestial era minha alma translúcida
e só a tarde ainda era acabrunhada.
Agora eu era como membro daquela clã, a declamar poesias na gruta em voz alta, mas...
a realidade ainda era a mesma: dura, nua e crua!...é tudo fantasia de vate cinéfilo!
(Eis-me a querer das amarras da vida desatrelar,
viver mais e mais a vida a cada dia
e fazer poesia ainda que num mundo sem poesia,
ao ponto que heresia até soa, algo a toa, feito garoa no chão árido.
MAS, como na escuridão da noite: É céu a se fazer estrelado! )
Cinema e poesia se uniram, vendo o filme que em vídeos abaixo se dá vaga idéia, fiz o verso assim que sai do cine, tive que remarcar dentista, o que fui fazer não deu certo, mas eis que apareceu a fita, "SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS" e ai, aquele que tanto amava cinema, tbm passou mais que nunca a querer soltar as amarras dos poemas, crônicas e letras que fazia. Passei a escrever mais, desabafar em versos para depois os mostrar, demonstrar. E fazer as coisas que tornam mais prazeirosa a vida enquanto somos vivos, nós humanos mortais... . Se puderem vejam o filme... De qualquer forma que seja:
( APROVEITEM O DIA!!! ).
TRAILLERES DO FILME...
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