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25 de dezembro de 2010

UMA UTOPIA PARA VIVER - PARA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DELA

                     
                  UMA UTOPIA PARA VIVER - 
PARA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DELA

Sinto-me meio como um náufrago que adernou,
e em naufrágio de meus idealismos afundou.
Mas estou ao mar,em bote salva-vidas, à deriva...
S.O.S. , exclamo a Deus, buscando terra firme e fértil!
Sei que não encontrarei a ilha utopia,
De São Thomaz de Moreau.
Que esta ilha como diz o nome, utopia.
Idealização idílica como tantas outras,
Que em outros nomes se criou: Shangrilá, Jardins do Éden...
É feito fantasia citada em enciclopédia,
Como lenda de Atlântida: refúgio mítico, morada esplendida!
Como achar em meio a real solo em desconsolo?

Cazuza cantou que procurava uma ideologia pra viver.
Confuso conto que precisava de uma utopia pra sobreviver.
Não sei qual será(ia): tantas busquei, dentro de um contexto em mito.
Outras tantas baldeei adentro de um idealismo, como que em rito.
Outrossim, tantas banquei de encontro no realismo aqui descrito.
Foram em versos & letras, contos & canções.
                  Criações para cinemas & televisões.
                  Concepções para teatros & filosofias.
Mas tive as como delirante: quis ser missionário, viajante errante,
Mudar as pessoas e o mundo em teses de humanitarismos.
Ou a utopia do romantismo em sentimentalismo, universos a dois.
                                  

Cabedal e caldeirão da mocidade inquieta e sonhadora...
Eis-me meio como o sonhador de “Noites brancas”:
Solit(d)ário em seus ideais, co a Nastenka fugidia de suas mãos.
Com momentos fugazes de fulgor a rodopiar em suas perdas.
E sem ter como ombrear ao vitorioso, num mundo indiferente,
Com seus distanciamentos, seus tolhimentos, seus tormentos.
Mas tenho que prosseguir, tenho que subsistir para existir.
Faço até um sonho meio pragmático em suas necssidades,
Da busca da melhor condição econômica: é a vida renhida.
Mas preciso tanto do virtuoso... de poesia e prosa como de pão!
Eis que emerge a utopia de ser um mecenas de mim mesmo,
Se preciso, sem cair em quixotismos dos moinhos dos sonhos delirantes.

Canta a cotovia, decanta a utopia.
Ela ainda é música aos meus sentidos sensoriais.
Se me resta tocar a vida em reverso, ainda me resta a prosa e o verso.
Se não será para multidões, que seja para uma, duas, poucas pessoas:
Se tocar na sensibilidade de alguém já valeu a pena apenas isso.
Se o mundo é inóspito, por vezes estúpido, em desdouro,
Que a utopia viva em exílio dentro de mim... Ou se espalhe assim:
Se o país estagnou, o sonho utópico se expugnou,
Ainda sempre haverá um pouco que seja a transformar,
Formar opinião de uma geração que pode se transfigurar.
Os ídolos de Cazuza morreram de overdose...
Os ideais de cada um mourejam em outra dose!!!

PARA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DE UTOPIA...

Para finalizar as " Utopias:

Sonhadora de John Lennon: " IMAGINE"  ( TRADUZIDO )...



E de EDUARDO GALEANO...

“A utopia está lá no horizonte. 
Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. 
Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. 
Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei.
 Para que serve a utopia? 
Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.” 
―Eduardo Galeano




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