Ama em silêncio classicamente quem ama platônico: Vê, sente a pessoa amada e não a toca, não a tem, não concretiza, na maioria das vezes nem é notado ou sabendo-o, mal tem olhos para si e mesmo assim ama em admiração e desejo absoluto.
Mas amar em silêncio tem outras formas...
Ama em silêncio quem só namora e não tem dia a dia esse alguém e anda por todo canto na imaginação do que falaria ou vai falar, tem esse amor dentro de si por onde anda ou está, ou leva aonde irá, não se cansa, não esquece todo dia um minuto sequer, apenas esperando com paciência, levando consigo a expectativa de estar de novo com ele posto e esse silêncio quebrar no amor reposto.
Ama em silêncio que ama alguém a distancia, todo dia querendo premente a presença e a ausência se ressente absolutamente, ainda que seja no fundo relativa porque a sente próxima, na correspondência de pensamentos, mas não tem como dizer ao pé do ouvido, fazer valer na hora que bem quer ou quiser, tendo que se resignar na falta e na saudade até a hora de se rever, no reencontro tão ansiado ao ser amado.
Ama em silêncio quem não é correspondido, por quem não dá chance a esse amor conviver e ser experimentado, sendo preterido e ai acaba se calando nesse amor relegado, negado.
Ama em silêncio quem ainda está no jogo da conquista de alguém, mas já está conquistado e está no compasso de espera de acontecer de verdade, não tendo a resposta definitiva ou aparentemente com titubeio da outra parte sem firmeza de propósito, do que só é proposto, mas em si já é uma certeza, querendo até gritar aos quatro ventos seu amor contido, mas tão querido.
Ama em silêncio quem se arrepende de ter deixado de corresponder, ou não ter deixado acontecer, um amor verdadeiro, que esteve presente em sua vida e agora ficou perdido no tempo o qual ele podia ter deixado se instalar.
Ama em silêncio quem tem sentimento de culpa total ou mesmo parcela de culpa, de ter feito um grande amor se magoar, desaparecer, de não mais acontecer e nada mais a se fazer que ficar num passado que se faz presente, mas não tem como ressuscitá-lo, nas condições e na forma como era e isso nos machuca.
Ama em silêncio quem fica parado no tempo, não deixando acontecer por total falta de resoluta decisão de ir de encontro a sua realização plena, vive por viver, na sobrevivencia no amor só num plano de certa forma idealizado ou colocado em plano secundário e não se faz realizado, mas tem um amor em silêncio querendo se expandir quando está diante da possibilidade de ter um em sua vida.
Ama em silêncio nesses tempos modernos, quem ama pelo virtual e fica preso na separação de quem não deixa estar no campo do real além da telinha do computador.
Ama em silêncio quem ama a pessoa errada e esta sempre a deixa de lado na desatenção sistemática ou constante.
Ama em silêncio quem entra no nosso imaginário romantico, mas cai por terra no campo da realidade crua e cruel de não ver plenamente realizado.
Ama em silêncio quem tem medo de sofrer e se refugia atrás de um muro que cria em volta de si afetivamente, de não deixar um amor fluir ou um novo relacionamento acontecer, apesar de ficar na frustração e na carência que não cessa dentro de si, ainda que tenha uma chama acesa, refreada nos sentimentos, mas sempre fazendo apagada, mas que teima no fundo vivenciar.
Ama em silêncio quem sente uma solidão cósmica torturante, na noite vazia da cama sem amor, ou na noite que chama para viver e sem companhia, passa-se fins de semana em branco de vida prazeirosa, sabendo quantos estão aproveitando na entrega de corpos e almas, e nós presos a falta do ensejo do desejo, de quem nos chame para a amada vida compartilhada.
Ama em silêncio quem tem amizade profunda, mas que na verdade queria chamar e ser chamada por alguém de amor de sua vida.
Ama em silêncio quem tem dentro de si um grande amor a se dar, doar, vive com ele a sonhar e não tendo ninguém em vista ou tendo não sabe como se achegar, contém em si como um tesouro precioso a se resguardar para quem o quiser aproveitar esse amor sem conta.
Ama em silêncio quem não sabe se expressar, calado, mas lá no fundo tem um amor que não vem com palavras, mas com gestos ainda que subentendidos.
Ama em silêncio quem tem um amor proibido, impossivel ou inviável, tem a frustração torturante de não poder fazer nada ou quase nada para que ele esteja naturalmente em sua vida cotidiana,
Ama em silêncio quem acha que vale muitos mais gestos amorosos valorosos que mil palavras em vão!
Ama em silêncio as pessoas que tem um amor infindo, mas que são rejeitadas ou impossibilitadas por conta de aspectos ou problemas físicos, de doença, de diferenças sociais ou culturais, de faixa etária, entre outros fatores.
Ama em silêncio os surdos-mudos, porque eles são humanos capazes de amar também, no gestual o amor é uma linguagem que se transforma em suas mãos e dedos.
Ama em silêncio os poetas e compositores, que tanta vezes escrevem ou descrevem amores grandiosos esplendorosos e eis que em sua vida há a falta de amor real tão exaltados ou ao lado de quem ama não está, mas magnânimo se inspira em seus versos nos poemas e nas letras de composições.
Ama em silêncio quem tem amor caridoso pela humanidade, ama os desvalidos, os miseráveis, os marginalizados, os incompreendidos, mas não tendo constantemente como fazer valer esse amor humanitário de alguma forma, mas como queria poder em sua consciência fraterna!
Bem, finalizo em silêncio e calado no amor que trago e que quer falar aos quatro ventos, deixando duas canções que adoro em que fala de ter esse amor em silêncio ou calado, mas que aqui entre quatro paredes de solidão quero muito dele falar e viver.. Querendo repetir os versos das letras dessas canções...
"AMO EM SILÊNCIO AMO, DENTRO DO
MEU CORAÇÃO"
" EU TE AMO CALADO, COMO OUVISSE UMA
SINFONIA"
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