Uma gota de reflexão pra nós nesses dias de dúvidas:
- E SE fosse fazer isso ou aquilo?
O SE – DO QUE OU QUEM FOI PERDIDO PELAS ESCOLHAS, NO QUASE, EM MEIO ÀS CIRCUNSTÂNCIAS...
O SE - DO QUE PODE SER, ACONTECER...
“ Saudoso pai Donário sempre dizia: não fique atrelado ao SE, que não nos adianta mais. Ele se referia do “SE” do passado, aquele que se diz “ Se tivesse feito, isso, se tivesse acontecido aquilo... Ou se tivesse escolhido aquilo ou aquele(a)” – corroborando com o ditame que diz “Águas passadas não movem moinho” - o que ou quem foi em redemoinho do rio do tempo...
Mas eis que tudo não seja em vão, serve de parâmetro e experiência, e se foi algo que estava ao alcance das mãos, tentar não repetir de novo que leve a nova falta, frustração, decepção, culpa, arrependimento, oportunidades perdidas, circunstâncias imprevistas, ao quase ou descaminho ou algo que se ressente.
Até porque ainda existe um outro “SE”: o se do futuro. Dado que nem tudo na vida é certeza, é condicional, com convicção tentar e fazer do melhor modo e maneira possível, pra que o SE do futuro não vire o SE do passado...
– E assim, só assim... O SE ... SERÁ!!! ”
Mas as vezes o SE do passado é inevitável dentro de nós, ao ponto que essa frustração dá campo a uma espécie de saudade do que podia ser e não foi...
SAUDADE DE UM TEMPO QUE NÃO VIVI...
Saudade...
De um tempo que não vivi,
de tudo que podia ter sido e não foi.
De um destino que podia ter vivido,
de outro sentido escolhido, do quase existido,
de uma realidade paralela que não passei,
de tudo que não aconteceu, nem acontecerá mais.
Preso na linha do tempo do que não será jamais!
- Como caro sensato amigo,
estaria eu devaneando?
Seria não saudade e sim frustração? -
Mas como Olavo Bilac que versejava
que escutava estrelas ao amar,
algo de sentimento de arrependimento,
faz ecoar um passado não vivido no ar.
E ao ficar escravo do inconformismo,
Uma nítida presunção na intuição quase convicção,
De tudo que poderia ter prosseguido e não foi,
Perdido no caminho do que poderia ter sido e não fui.
- Lembro de meu pai: “não adianta pensar no SE...
Se tivesse feito isso... Se tivesse feito aquilo...
Paizão dizia que a nossas opções perdas há de se ter –
Então é isso: no embate do SER versus É,
o segundo é vencedor na verdade dos fatos.
Por mais que duro seja o não ser, cruel o que é.
Que teria sido fico divagando impreciso:
Como foi com uma educada doce moça que deneguei,
Por uma escolha pelas circunstâncias momentâneas!
Quando disse não a ela disse não a minha felicidade,
Na vida amorosa que desencaminhou, que malogrou...
As escolhas nem sempre são as certas, como sabê-las?
Ficou em mim um Orfeu interior a chamá-la em vão,
No devão do lar desfeito e ela vaga nele só em imaginação.
Que teria sido, fico matutando imprevinido.
Como teria sido na escolha de outras profissões,
Outros empregos, concursos, tantas coisas perdidos no quase.
Na concretizações tolhidas, toldadas na impossibilidade.
De quantos roteiros de cinema de gaveta urdidos e escondidos,
Das poesias em folhas engavetadas e empilhadas em pastas.
De melodias de cifras intocadas e estocadas....
Por isso que agora quero o SE que pode SER. Eis-me aqui.
Saudade de um tempo que não vivi...
Assim sigo, prossigo eu em combate do SE X É.
Novo É só pode ser feito a partir de /do agora,
Não há maquina ou milagre da volta no tempo.
Mas com tantos compromissos,
com pouca grana nas tendo ainda gana,
como sair da sensação do impraticável?
Não quero mais SES ao nada, no quase, no talvez.
- Sanidade a prova, repensar bem agora:
E o futuro sem os domínios do SE que já era.
Só com o SE do que vai ser no É sem saudades:
do que se procura e aprova no aqui e agora!!!
Bem não fiquemos no quase, como diz o vídeo abaixo, porque quem quase vive, quase faz, quase acontece, entra com certeza no SE do que poderia ter sido passado...
E algo mais com "SE":
Linda essa antiga canção com um
"IF" ( SE ) - Bread...
E um verso famosíssimo a compartilhar - com um "SE"...
Se - Rudyard Kiplig. Se és capaz de manter a tua calma quando Todo o mundo ao teu redor já a perdeu e te culpa; De crer em ti quando estão todos duvidando, E para esses no entanto achar uma desculpa; Se és capaz de esperar sem te desesperares, Ou, enganado, não mentir ao mentiroso, Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares, E não parecer bom demais, nem pretensioso; Se és capaz de pensar — sem que a isso só te atires; Se encontrando a desgraça e o triunfo conseguires Tratar da mesma forma a esses dois impostores; Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas Em armadilhas as verdades que disseste, E as coisas, por que deste a vida, estraçalhadas, E refazê-las com o bem pouco que te reste; Se és capaz de arriscar numa única parada Tudo quanto ganhaste em toda a tua vida, E perder e, ao perder, sem nunca dizer nada, Resignado, tornar ao ponto de partida; De forçar coração, nervos, músculos, tudo A dar seja o que for que neles ainda existe, E a persistir assim quando, exaustos, contudo Resta a vontade em ti que ainda ordena: "Persiste!"; Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes E, entre reis, não perder a naturalidade, E de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes, Se a todos podes ser de alguma utilidade, E se és capaz de dar, segundo por segundo, Ao mínimo fatal todo o valor e brilho, Tua é a terra com tudo o que existe no mundo E o que mais — tu serás um homem, ó meu filho! |
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