" Quando certo alguém, desperta o sentimento,
é melhor não resistir e se entregar... "
Feito o título do livro de Júlio Cortazar, alguém anda por ai sem te conhecer e vc a ele ou ela... E vai que esbarra no seu destino? E te mostra uma chance de amar e ser amado? Por que tantos decantam que procuram o dito amor e no final ao contrário da canção de Lulu Santos, nem sempre se entregam quando um aponta em seu horizonte? Dão chance aos relacionamentos mal-cuidados, mal tratados? Choram alguns/algumas até pelos não correspondidos que não se estabelece como devia. Ou que não passam de algo morno que se esfria ou desvia? Ou por conta de individualismos, rigorismos exigentes ou outros empecilhos que se cria, batendo a porta na cara do amor que aporta. O arrependimento um dia pode chegar ou no mínimo um lamento por não ter tido um amor na vida, quando na verdade não tornou um aprazível, viável. Pensando bem, assim é não dar chance ao amor despontar na vida...
QUANDO ALGUÉM CHEGA
Quando especial alguém…
surge e chega como que do nada
E do nada se transforma em tudo
E tudo se transforma, toma outra forma!
É pra deixar entrar, vai que até se firma?
Basta enxergar num olhar, sentir num pulsar.
Uma emoção a mais que mera empolgação.
Ao que colore a rotineira vida acinzentada.
De um rosto tomamos gosto,
num estalar de dedos um gostar estrelar.
Que vai se entranhando no pensamento
Nos nossos sentidos e sentimentos, sentimos falta.
Ao que nos impele tocar sua pele,
De seu toque com retoque,
a cada reeencontro com q de quero mais.
De seu beijo com mais sabor, sua voz que extasia.
Uma fantasia real que faz do dia a dia uma luz a mais que irradia.
De uma certa magia ao trazer mais alegria em parceria.
E depois de tudo, a identificação de idéias e ideais. Vão se os temores e os ais.
Ficam os anéis que unem os que não são só afins, mas que estão a fim!!!
Porque depois refrear, ser refratário?
Porque negar sua importância,
Porque renegar sua imponência
E até mesmo que haja existência?
De perder essa chance,
De um lance ao seu alcance?
Se nada o impede e a o querer pede?
E ai do nada se perde tudo,
E tudo de novo a virar nada!
Como um dia sem sol, noite sem lua,
Sem o mesmo calor humano, o lume na escuridão...
Simplesmente não ter a mesma graça!
Daquela que congraça, engraça,
ao que abraça fascinante enamorar-se
Empatia e energia que se alia corpo e alma.
Até que se diga que não é euforia de paixão com limites.
Mas que ilimitado, aos poucos flui, conflui além, se atém em algo encantado.
Talvez no tão decantado amor que não será utópico, mas encontrado.
E diga-se, de passagem: não é que só agora a vida terá sentido...
Apenas que se criou e se deu um sentido maior a vida!!!
E assim, só assim, repetiria - não sei quanto aos demais, quanto a ti leitor(a): sentiria, aproveitando o gancho do poeta em vídeo, e reproduzir em letras dele também em verso, que assim é um...
Nascer de novo - Carlos Drummond de Andrade
“Nascer: findou o sono das entranhas.
Surge o concreto,
a dor de formas repartidas.
Tão doce era viver
sem alma, no regaço
do cofre maternal, sombrio e cálido.
Agora, na revelação frontal do dia,
a consciência do limite,
o nervo exposto dos problemas.
Sondamos, inquirimos
sem resposta:
Nada se ajusta, deste lado,
à placidez do outro?
É tudo guerra, dúvida
no exílio?
O incerto e suas lajes
criptográficas?
Viver é torturar-se, consumir-se
à míngua de qualquer razão de vida?”
Surge o concreto,
a dor de formas repartidas.
Tão doce era viver
sem alma, no regaço
do cofre maternal, sombrio e cálido.
Agora, na revelação frontal do dia,
a consciência do limite,
o nervo exposto dos problemas.
Sondamos, inquirimos
sem resposta:
Nada se ajusta, deste lado,
à placidez do outro?
É tudo guerra, dúvida
no exílio?
O incerto e suas lajes
criptográficas?
Viver é torturar-se, consumir-se
à míngua de qualquer razão de vida?”
“Eis que um segundo nascimento,
não adivinhado, sem anúncio,
resgata o sofrimento do primeiro,
e o tempo se redoura.
Amor, este o seu nome.
Amor, a descoberta de sentido
no absurdo de existir.
O real veste nova realidade,
a linguagem encontra seu motivo
até mesmo nos lances de silêncio.
A explicação rompe as nuvens, das águas,
das mais vagas circunstâncias:
não sou eu, sou o outro
que em mim procurava seu destino.
Em outro alguém estou nascendo.
A minha festa,
o meu nascer poreja a cada instante
em cada gesto meu
que se reduz a ser retrato, espelho,
semelhança de gesto alheio
aberto em rosa”.
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