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UM ABRAÇO AFETUOSO DO TAMANHO DO MUNDO PARA TODOS!































2 de novembro de 2010

NOSTALGIA E SAUDADES - EU ERA FELIZ E SABIA

                      

              NOSTALGIA

Nostalgia...
Ao tê-la invadindo o presente,
é como ao rememorarmos, revivêssemos
o que é de um passado até bem distante...

Nostalgia...
Às vezes traz um vinco de uma melancolia,
às vezes traz um viço de uma certa alegria,
com imagens remotas que se incutem no estado de espírito.

Pois no imo lastimamos ser passado:
é forte tristeza por não vivenciarmos mais.
É passado, é o que não mais existe e o que se vive é o presente!

Pois no imo louvamos ter acontecido:
é contida alegria por ter-se vivenciado muito.
                          É passado, mas trazemos vivo no cofre da memória em lembranças.

Passado e presente podem se fundir, se mesclar;
mas as influências devem, no entanto, serem coibidas.

Passado e presente são distintos, se distinguem:
então muito alento ou desânimo não são condizentes.

Pois se acomodar, pelos bons momentos idos não nos bastam e compensam...

                           Pois se abater, por terem se ido só nos faz perturbar e conturbar...
                           
                            NOSTALGIA COM SAUDADES DE TUDO QUE FOI E ERA...

ÀS VEZES ME PEGO NESSA NOSTALGIA, APESAR  DE FICAR COMO NO VERSO ABAIXO ENTRE FICAR EM DÚVIDA SE ERA BOM MESMO ESSES TEMPOS IDOS - MAS TANTO QUE ERA QUE PENSO QUE DEVIA RENASCER PELO QUE ERA E COMO ERA...

                                      RENASCER

Desde que me entendi como gente,
perpassava algum penar, um sofrer.
O que havia, e maiores ficavam,
eram as expectativas,
          as perspectivas,
          a esperançar...

Dourar em cristalinas vivências:
e o que vinha adorar, adornar,
a me abstrair, a me abrasar.
Desde rapaz em desvelo,
tinha sonhos fecundos demais,
tinha gostos profundos ademais.

Cada lazer que era um prazer, um aprazer.
Os desejos enamorados,
as cinemanias semanais,
o musical ressonante,
a literatura absorvente. E tudo mais que coubesse.
O só apreciado. E o aprontado por mim.

Mas eis que meus sonhos,
pareceram castelos de areia,
que se desfizeram à praia em onda do mar.
Mas eis que meus gostos,
padeceram em desestímulos em cadeia,
que se despojaram para uma fenda a exilar.

E o algum passou a um fora do comum penar.
Afinal, a vida é ter sonhos que se almejam,
                      é ter gostos que nos distraem.
Sem isso a vida é vagar, é triste pesar.
Queria voltar a ter planos & projetos,
                                prazeres & preferências.

Será que conseguiria resgatar,
aquele que via a vida com outros olhos,
com outros sentidos, outras sensibilidades?
Reacender o fogo do crer e do ser.
Não tanto sofrer, mas (a)crescer...
Ao reacender a chama que não há de apagar...

Ter uma plêiade que na noite escura,
                                       há de apenas cintilar...e deveras ver – foi um RENASCER!    


Sim, eu sei que tudo era melhor sim em certo sentido, vivia mais, sentia mais vida, mais vivo e ai que me recordo de tantas coisas, que muitas não poderei citar ou aprofundar para não longo demais ficar:


EU ERA FELIZ E SABIA

Não sou muito dado a lembrar com toda alegria do mundo o tempo de infância, adolescência e juventude. Sempre fico a lembrar que nesse tempo eu engolia tanto sapo, por conta de um temperamento quieto,  cheio de inibições e recolhimentos – que tento hoje ser  muito oposto, sem contudo ainda ter a mesma essência. Sempre me senti meio a parte de todos, mas hoje vejo que era mais integrante outrora que agora.

Na meninice, os primeiros amigos de verdade. Celso era uma espécie de irmão de alma, parecidos nos mesmos gostos, até poesia ele faz, com seu irmão Wilsinho, deixamos cair uma telha que colocamos em cima do balanço que meu pai comprara. Rachamos eu e ele a testa, paramos no hospital para dar pontos, eu impávido e ele aos berros. Sim, ele que era o forte  e ele que chorava. Sempre foi assim: as pessoas se drogam, bebem e eu sempre fui firme e ao mesmto tempo naqueles tempos acuado em ficar sentido. Daqueles tempos infantis, veio a primeira apaixonite: Celia e eu sumimos debaixo da cama, ela era pra ser a namoradinha para o todo sempre, ao que sua familia se foi. Ela se foi na mudança  de  endereço sem saber seu rumo e me deixou só, tão só que no fundo estou na sua falta  até hoje!

E lá iamos nós a brincar de pique-pega bandeirinha, meu pintinho venha cá, tenho medo da raposa! E era bola de gude pra cá e pra lá, mas não era dado a isso não. O que era dado é pegar o tapete e com os livros imaginar campo de futebol. Foi dai que me isolei, todos esses amigos e foram, fiquei só naqueles primórdios de vida.

Eis que chega os anos 70, nem imaginava que havia uma ditadura militar. Em nosssa casa havia o melhor som, uma vitrola de ultima linha. Ao passo que Welcinho, outro Celso, negro gente boníssima, se aproximaram – foi dessa época que surgiam Elton John, Mickael Jackson entre tantos outros ícones pop mundiais musicais. Ai que beleza, passei a ir pra rua, no tempo que isso era normalidade. Quanta habilidade pra jogar linha de passe com a bola sem cair no chão, ou num só toque na bola. com bola no chão, da calçada.  Sim, jogavamos na calçada, ou no muro de casa. Como canta o Skank: quem já não quis ser jogador de futebol.?  Meu pai comprou um jogo de camisa de futebol do Flamengo, eu me sentia o tal. Eu que nunca fui sucesso, nunca fui carismático, pelo contrário. O menino que deixava de ser quietinho ali se soltava. Foi quando do tempo do futebol de botão que fiquei craque porque tinha como treinar sozinho em mesa de campo minha, dentro de casa e quem vinha jogar comigo coitado era um destreinado. E passei a ser bom de totó. Como jogávamos! E judô: saudoso Dr. Novaes, advogado da familia me levou a essa arte marcial como forma de ter um esporte, me integrar desinibindo, mas só cheguei a faixa roxa. Gostava tanto dos golpes e imbilizações. Parei ao entrar na Universidade Gama Filho, em economia. 

Sim fiz um curso calculista eu que tanto primo pelas letras. Sempre soube dosar esses dois lados. Jamais esquecerei o dia que ajudei Fátima, que ia mal em polinômio e a fiz tirar nota dez, percebendo que falhava nos sinais. Nunca fui primor em Matemática porém. Em Economia, , me achei na Bolsa de Valores e sua ações como um caminho em que quase pude - pasmem - ficar milionário até, mas que no final quase foi o contrário, mas é uma história que não cabe se estou a rememorar o que foi de bom! Faço hoje da atuação como Funcionário Publico no Estado em Recursos Humanos, para o qual passei concursado,  uma forma de lutar pela sobrevivência no melhor que puder, no qual tenho estabilidade, capacidade  e honradez.

Andar de bicicleta era o must. Era tanto que chegamos a ir de Padre Miguel a quase Sepetiba pedalando. Tive meu primeiro desafio na vida: não acreditram na minha capacidade de subir o Pico da Pedra Branca – pois bem: com um grupo de rapazes a parte ,eis que eu cheguei primeiro – foi ai que aprendi que não pisa no meu calo, que eu me mordo e me supero, a ponto que esse exemplo me fez ver o quanto sou capaz sim, forte quando eu quero. Agora falando em praia, íamos bastante: mergulhava, mergulhava, mergulhava sem parar, quebrando a onda no meio, no Recreio dos Bandeirantes ou Barra da Tijuca. Subia na pedra perto do Hotel âncora, no Recreio,  pedra íngreme. E mama fazia incursões por Poços de Caldas, São Lourenço, iamos por ai. Mas nunca esquecerei das idas a Teresópolis, onde ela comprara um ap.  Nossa em verso já descrevi como era bom lá, eu com tantos anos de praia, mudei a rota de gostar de serra, de agua em corredeira de trilhas de pedras, e piscina de água natural, sem cloro no Parque Nacional da Serra dos Órgãos.

Houve um tempo que a contragosto brinquei carnaval quando havia bailes no Cassino Bangu e no Bangu Clube. Mas não era minha praia. Aprendi xadrez e craque que era de totó e botão, meus primos gêmeos Marcio e Mauricio sempre relembram como os intruzi a esses gostos que eram tão meus. Casa de tia Nina ou do Tio Augusto, eram aliás o reduto de ir, nos natáis familiares,  Foi no tempo que meus primos eram meus mais próximos, o tempo e as circunstancias afastam um tanto as pessoas, mesmo familiares. Nesse tempo a ceia de natal era sagrada em familia, que com tantos tios, avô e avó, primos, não precisava chamar ninguem de fora para encher a casa. E ainda tinha meu primo Ary Francisco que vez por outra ia em Jacarepaguá, nesse época lugar que só voltei a ir em direção ao Barrashopping, quando voltei mais por aquelas bandas, a não ser por conta da praia, que Barra e Recreio disputavam a preferência. E tinha o tio Francisco por parte de mama. Nossa que saudades dele em seu apartamento na Tijuca...
 
Comecei a tomar gosto mesmo era por música e cinema, sem contrr teatro. Mil discos, bolachas, longplays, quando descobri a MPB e todos não curtiam, mas eu era eu. Milton Nascimento me fascinou com seu som moderno das gerais. Chico com sua poesia, Caetano com sua postura. Discos e mais discos comprava. E quis compor minhas proprias canções sem saber tocar um instrimento ou saber cantar. Uma graça isso – rsrs. passei a ir no João Caetano, nos projetos musicais das 6 e meia. Quantos bons cantores e cantoras vi por lá. Fiquei fascinado com violão ao ouvir Paulinho Nogueira tocando e cantando: 

Menina, que um dia conheci criança
Me aparece assim de repente,linda, virou mulher.
Menina, como pude te amar agora?
Te carreguei no colo menina,
Cantei pra te dormir
Lembro a menina feia
Tão acanhada, de pé no chão
Hoje maliciosa
Guarda um segredo em seu coração.
Menina, que muitas vezes fiz chorar
Achando graça quando ela dizia:
-Quando crescer vou casar com você.
Menina, porque fui te encontrar agora.
Te carreguei no colo menina
Cantei pra te dormir

E o projeto de cinema, eu quase um cinemaníaco? Cinéfilo fiquei,se não havia ninguem pra ir, lá´ia eu sozinho pros cinemas de rua, nesse tempo não haviam cinemas de Shopping  – ia em todas direções atrás de filmes que passaram a me trazer vida, fazer parte da vida que existia na tela, eram cinemas em Copacabana, Botafogo, Tijuca, Madureira, Méier. Fazia lista de filmes que via, grande parte cinema cabeça, nunca vou esquecer Werner Herzog cineasta alemão falando no saudoso cine Ricamar em Copacabana e Ruy Pollaná, ator meio caboclo, aparecendo do nada pra discursar.  Gostava de cinema alemão, italiano, sem contar os brasileiros que pipocavam, mesmo que em produções ditas canhestras. Quis ser cineasta, fiz roteiros. Mas me preocupava essa aparente solidão no qual o cinema é que era minha vida.E via casais de  maõs dadas e quis mais ainda encontrar a namorada amiga de mesus sonhos.

Até que as primeiras namoradas mais firmes surgiram, mas eu era tão inibido, que perdi a oportunidade da mais doce das criaturas chamada Rosangela. Sabia que morava em Bangu e pegava o carro, que acabara de aprender com papi a procurar em vão onde estava essa apaixonante pessoa meiga, aprendi ali o que era amor platônico ou sonho amoroso sei lá, só tempo depois a reencontrei e não foi a mesma coisa.

Falando em pai, nossas idas ao Maraca, na arquibancada, quando o Mengão virou paixão. Sim o hoje apenas simpatizante do Fla, era um torcedor mesmo. De ir ao estádio, mesmo não sendo assíduo. Mengo virou quase um religião, como sofria e vibrava na época!. E era engraçado: os times de botão tinham as fotos dos jogadores, porque naquela época eles se identificavam com o clube, ficavam anos neles. E Zico foi meu maior ídolo, ao ponto que em casa treinava para chutar com os dois pés como ele e sonhava que estava no Maracanã cheio.  Já tinha bastante imaginação haja vista! rsrs.
 
Mas pensa que ese sucesso imaginário era só no futebol? Não! Me imaginava adentrando os festivais de canção, com minhas insipientes canções que só no meu imaginário existiam e até hoje elas existem esperando  se  transformarem em realidade musical, cantada em instrumental. Nossa só isso tudo já da conta como tive vida, de verdade. Mas só quando um namoro foi firme, de quase 4 anos e noivado, é que passei a sentir feliz mesmo na vida. Ela que foi embora de forma traumática em minha vida - que me faz sentir saudades do tempo e não dela, fez os idilios da pracinha, a vivenciar as mãos dadas, que em verso já descrevi suas sensações. Ela que me fez tomar gosto de poesias falando de amor -  antes falava muito  do social, na juventuide somos muito idealistas! E era falando de amor por ela cujo nome não cabe mais citar, porque minha forma de amar passa por isso tambén, em versos, canções e cartões. Ela me ofertou " Nascer de novo" de Drummond, suscitando em mim crescer o amor como sentido da vida e escrever em versos e não só letras, quis publicar versos em livrinhos de coletaneas, foi neu incio na escrita poética, que até hoje tenho em participaçoes pagas.S audades de Dona Alaide – sempre me dei bem com as mães de minhas namoradas, acho que elas gostavam mais de mim mais que as filhas – será porque sou o tipo genro metido a certinho? rsrs.  Mas nesse tempo eu que gostava de MPB, fiquei triste com ascensão demais do chamado rock brasileiro e que no final das contas, tantos marcaram minha vida, como Cazuza, Legião  Urbana e outros. 

Tanta coisa que poderia descrever, tanta. Escreveria um livro se fosse contar tudo, em detalhes, E é por isso que digo:  eu era feliz e não sabia? Não! Eu era feliz e sabia...








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