21 de abril de 1985: saia do túnel Santa
Bárbara vindo de cinema em Copacabana, quando no rádio ligado ouvia-se a voz
marcante do ali porta voz de Governo Dante de Oliveira, porta-voz da República anunciando em tom grave O FATÍDICO PRONUNCIAMENTO:
- Lamento informar que o Exmo. Sr. Presidente da República Tancredo de Almeida Neves faleceu esta noite no Instituto do Coração às 10 horas e 22 minutos.
- Lamento informar que o Exmo. Sr. Presidente da República Tancredo de Almeida Neves faleceu esta noite no Instituto do Coração às 10 horas e 22 minutos.
Foi um pesar, como toda da nação, a gente estava simpatizando com os ideais
dele no Governo, uma esperança de luz no fim do túnel. O país vindo de
derrocada do milagre econômico dos anos 70 e saindo do obscuro de uma Ditadura
Militar em transição pra democracia.
Ele era o menos mal: apesar de indireto,
era depositário da esperança de dias melhores. Seu falecimento, dizem por
infecção generalizada após cirurgia até hoje intriga, porém mais que tudo nos
consterna e pensar como seria que não no desgoverno de Sarney e o que veio
após.
Dirigia o carro vindo da Zona Sul e fui pensando nos desdobramentos
daquilo para país e pude constatar: que comoção nacional, um luto eivado de
lágrimas do povo. Não pude deixar de ficar sentido profundamente. E preocupar
dos tempos difíceis a defrontar nós e a nação. Não deu outra.
21 de abril de 2003: sai na véspera dia 20 do
Hospital Estadual Albert Schweitzer severamente preocupado com meu pai respirando
com dificuldade, no estertor do fim. O meu pai, Dr. Donário Filho, meu companheiro, estava
esvaindo sua vida.
Foi dia 20 e no dia seguinte a noticia fatídica: infelizmente
pereceu de falência múltipla dos órgãos advinda da Diabetes, essa doença tão
debilitante. Foi um alivio pra ele e uma dor de sua perda mesmo naquelas
condições que estava.
A nação não soube, mas quem o apreciava se ressentiu e
quem o amava com toda sua força do mundo, sofreu. Todos nós sabemos de que um
dia nos vamos. Não estamos, no entanto, preparados para tal noticia e
realidade.
Para o mundo ele foi só um médico a mais que se foi, para nós a
pessoa ímpar que jamais teríamos de volta de seu saber, de suas idéias, de seu
jeito, presença e de sua companhia. Médico querido na comunidade, ente querido
em família.
Nenhum equivoco de vida tirará o brilho de nosso querer bem. O pai
que me fez ser compreensivo as fraquezas humanas e ser benevolente ao filho em
suas dificuldades. E além de paizão, era vozão, como se vê na foto com o netinho Eduardo meu filho, como fora com sobrinha Renata.
E assim, dois 21 de abril, deixaram de ser
só dia do emérito Tiradentes. Foi dia de perda de um presidente que parecia um
pai da nação. E de um doutor que era com certeza o meu mui querido pai!
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