O
ano era 2012, já não esperava mais nada de ninguém, quando apareceu alguém num
site e em pouco tempo chamava-me de amor. Pensava ser forma carinhosa de se
dirigir, eis que notei que foi uma espécie de admiração a primeira vista, de
forma fascinante, querente, logo se fez afeição concreta, logo bem querer e
querer bem, no Facebook passou a diariamente dar seu - OI amor! Sem ela perdeu sua graça maior de acessar e do bate-papo de lá. A distância considerável
que era de Barra Mansa se estreitava, os comentários em fotos e postagens e trocas de mensagens afetuosas amorosas nossas me alegravam, alentavam.
Ao
que descobri que havia uma sombra: depois de tanto tempo para encontrar uma
pessoa tão bacaninha, que falava com paixão da relação a dois, vi que era
aposentada antes dos 50, pensei ser professora, mas um mal acometia a mais:
doenças que foram uma puxando outra, e nem por isso conseguia desistir, como
fosse incondicional. Só que havia uma duvida: seria uma pessoa certa na hora
errada? Só que ela em seu desamparo emocional me via não como tábua de
salvação, mas de atenuar suas dores físicas e espirituais e a mim dores
sentimentais e existenciais. Não era errada por conta disso! Apesar de dizer que bom seria antes, quem sabe fosse algo diferente para ambos, dela se cuidar mais e eu sofrer desenganos de menos - mas o tempo foi aquele e pra sempre ficará guardado.
Talvez
devia ter me aproximado mais, convivido mais, só que a situação era
dificultosa, não sabia como seria tendo altos e baixos de saúde. Algumas vezes
de forma súbita e fulminante. Com tudo para não ser, houve o aniversário dela
pra se aproximar. Uma alegria de um momento único. E outra vez mais se vendo,
vejo hoje que podia ter sido mais, muito mais, daquela que mesmo assim até
sonhava com um casamento de carinho e cuidados, vejam só, estando nos estertores
de uma situação limite.
O
que fazer quando se ama sem poder vislumbrar um futuro? Isso tolhia, afligia,
mesmo assim o gosto comum não deixa virar as costas jamais, ainda que não tão
próxima como se deveria. Aos poucos a falta em todas as vezes que se ausentava
por mal estar, demonstrava que se apegar demais podia fazer sofrer mais se o
fim acontecesse, mas como ao mesmo tempo não querer cuidar, chamegar, com
carinho e atenção? Triste foi essa vontade incomum sem poder levar adiante como
se gostaria, sem poder ter uma vida normal.
O
medo da perda passou a permear, porém a se fazer cada vez mais querida. Era um
dilema. E a certeza de ter um tempo marcado começou a angustiar e ao mesmo
tempo ser um sentimento inexplicável que não era pena com certeza, mas um gosto
incomum. Um além desse insensato mundo. A Crônica do fim anunciado nos
diagnósticos médicos, como era desalentador, ao mesmo tempo fazia querer ser um
ponto de refúgio de reconforto. Adorava poder a reanimar. Ainda que não tinha
como dar uma saída para o inexorável fim.
Quando
veio a notícia por torpedo pela filha Jéssica, fui lá me despedir no 24 de
abril de 2013 sua saída do mundo, passagem a outro plano, no dia 23. Tenho a convicção que valeu a pena
apesar de me sentir um viúvo sem ser sido de fato. Ter feito parte de seus últimos
suspiros sentimentais me acalenta, a faz viva dentro de mim. Onde ela esteja em
outro plano, ela sabe que é inesquecível e inestimável. E quem ela é afinal? No mundo virtual
dizia ser Renata, mas no real era Rosaine Fernandes. Uma pessoinha do bem, o
meu bem, minha querida adorada.
Até
o fim do meu tempo aqui a terei em conta, quem sabe a reencontre no além e dar um abraço que não dei de despedida, como
meus pais. Ela faz parte de seleta lista de quem não me magoou, se foi não por abandono, mas por força do além da vida que se esvaiu, e ao contrário,
fez a certeza que há quem vale a pena conhecer, mesmo que por pouco tempo. Sabia
que um dia iria acabar tudo, sem volta, sucumbir no irremediável perecer, mas foi até um
descanso pra ela, que sofria sequelas. Só que não é fácil aceitar perder. A
vida que segue e ela não mais aqui pra me enternecer e apaixonar, escutar músicas e a lembrar vivamente em saudades e nostalgia. Não importa:
ela vive nas lembranças e no pensar sem fim, enfim. E significante, marcante, vive em que a amou, apreciou e gostou e não foram poucos!
"Quando te vi" - Ivo Pessoa dá bem a dimensão
como foi e saber que hoje está em um jardim de paz!
Até o reencontro no bem estar então...
FOI NO PERFIL DE PROCURA E NAS PRIMEIRAS FOTOS E COMENTÁRIOS QUE ME ENCANTEI
- QUANDO EU TE VI:
Busco:
Estou em busca de um novo amor! Alguém que me complete e me entenda! Carinhoso, educado, sensível!
E seus comentários de super estima e bem querer comigo
- ela era super positiva comigo, apesar dos pesares dela:
"Vc é o presente que o Papai Noel deixou aí na arvore, pra mim?
obaaaaa! vou
buscar... "
"Meu flamenguista preferido e ainda pertinho de mim!"
"Lindo! e ainda por cima flamenguista!
aahhh... esse homem
é perfeito!"
E colocou essa mensagem - é ou não é pra abrir um
sorriso e se encantar.... Quiçá se apaixonar?
Nossa .. Me fez chorar lembrando dela. Ela realmente gostava mt de vc !
ResponderExcluir