Muita gente fica dizendo que a expressão
musical do Rio é o samba. E como já cantava “O samba nasceu lá na Bahia” – ou seja não é
tão típico assim daqui. E na verdade há sim, um som que surgiu no Rio antigo,
ainda que digam que seja transformação de outros ritmos: esse é chamado choro –
pros íntimos o chorinho. Ritmo carioca da gema!
Um som geralmente instrumental, muitas
vezes cantado de forma rápida, tirado das cordas, do bandolim, do cavaquinho,
do violão de sete cordas. No som de sopro da flauta., do clarinete, saxofone. Em
som límpido, entre brejeiro e urbano, bom pro tímpano. As rodas de chorões
ainda até hoje existem, algumas modernizando o som, outras mais tradicionais,
não deixam o choro morrer – esse sim se mantém sem desaparecer por vontade de
seus fãs e aficionados.
Há tempos o choro apareceu pelas mãos
eruditas de Ernesto Nazareth com seu “Odeon”. Joaquim de Almeida da Silva Calado o pioneiro. Jacob do bandolim
com seu choro “Noites Cariocas”. Zequinha de Abreu com seu “Tico tico no fubá” Chiquinha Gonzaga primeira compositora
feminina também se expressou nela com “lua Branca” e “Corta Jacas”. Houve Waldir
de Azevedo com seu sucessão “Brasileirinho”. Até o emérito compositor e regente
clássico Heitor Villas Boas o utilizou em seus choros em números.
E claro, não poderia deixar de fora, pelo
seu gênio, por ser o dia do Choro em homenagem ao seu nascimento em 23/04/1897 de Alfredo da Rocha Vianna Filho,
o seu, o nosso imortal Pixinguinha. Quando formou os “oito batutas” levou de
forma expressiva ao mundo contemporâneo da época , com entre outros Donga e
João Pernambuco. Compositor das extraordinárias “Carinhoso” ( há versão na
forma de choro ), “lamentos”, “Rosa”, entre tantos sucessos que flertaram ou
entraram de cabeça no choro.
Hoje o choro ou chorinho sobrevive de
chamados regionais. Ou nas oficinas e seminários. Bom saber que não sumiu do
mapa, ainda mais na Lapa, no centro do Rio. Certos bares ainda o tocam, há
lonas, teatros, conservatórios, casas de
espetáculos e particulares. Gente, grupos musicais que se reúne em roda, em
palcos. Altamiro Carrilho uma virtuose teve repercussão. O grupo “ Época de Ouro” foram um dos que
revitalizaram o som. Modernizaram depois os Novos Baianos, com Moraes Moreira,
Pepeu Gomes, Paulinho Boca de Cantor e Baby Consuelo em seu "Acabou chorare"
Apesar do nome “choro”, ele nos faz sorrir.
Não é som pesado nem triste. Ao contrário. Fagueiro, ligeiro ou lento, um som
que saiu dos limites do Rio, mas que aqui permanece como seu sua maior tradução.
O Rio antigo ainda permeia em fotos e no imaginário popular. E se aparecem
imagens em filmagens ou fotos dele, qual o fundo musical? O Choro ( ou chorinho
que quem toca não gosta de dizer, sei lá porque, tão simpático que é ).
E viva o choro, chorinho, no seu dia, seus
chorões e seus admiradores. Ele não morre, sobrevive no imaginário e no
cancionário popular e com quem ainda o faz com maestria, habilidade, entre acordes
de cordas e sopros – e diversas vezes com um pandeiro na marcação. Existiu
inclusive o samba choro. De toda forma vale a pena o reverenciar, apreciar. Bem
que queria hoje estar em uma roda de choro pra se deliciar! Viva o dia do choro
e Pixinguinha sua maior expressão!
ABAIXO EM VÍDEO, ENFILEIRADO, ALGUNS ÍCONES E SONS
DO CHORO CARIOCA E DIGAMOS BRASILEIRO!
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