Primeiro instante de crise de casal:
um distanciamento de sentimento e querer um ao outro...
DISTANCIADOS AMORES
Mais que a distância, o
distanciamento desagrega pessoas afins no afeto:
desmagnetiza a junção dos
corpos que se atavam,
descaracteriza a união de
almas que se amavam,
desnorteia toda relação em
que há fulgurantes e nobres sentimentos,
desabona da correlação,
que desconexa, desvia-se até desvirtuadamente.
Quem casa quer casa, mas
quer união consolidada;
quem ama quer amor, quer
essa união concretizada.
Que seria do atacante de
futebol com bola sem traves para fazer o gol?
Que seria do amante com
seu ardor, sem ambas as partes para fazer amor?
Querenças quebradas em que
se questiona o que se quer e o que quer fazer!
Que o amante vai poder
fazer para se consolar, conformar, contrabalançar,
que satisfaçam seu âmago
necessitado de dar e ter afago e afeto, a até bolinar.
Que esteja disponível, disposto, pronto,
portentoso.
Que o que ele almeja com anseio é o
dificultoso ou inalcançável universo,
que envolve o ente amado e querido distante
ou distanciado!
Quando na busca sôfrega do amor mais profícuo
e profundo,
a distância ou o distanciamento distam da
correta correlação.
Pois castram
e frustram o frenético desejo bem premente,
levando-se assim até a carência, comoção, inquietude,
martirização.
Que trazem até um travo que trava o prazer
maior de viver e existir.
O que buscar e fazer então?
Em outros pratos comer?
Em outras fontes beber?
Em outras frontes e frentes obter?
Em outras frontes e frentes obter?
Como Werther de Goethe ficou e fez é que não
é aceitável acontecer...
É um impasse, é um infortúnio.
è um incomodo, é uma inarmonia,
a se confrontar e enfrentar com resolução
pela solução:
seja a continência, a conformação, a
continuação a tolerar;
seja o desmembramento, a secessão, a cessação
a corroborar.
Mas o que é melhor? De novo a antiga
confluência de corpos &almas:
que se reúnem, reunificando os destinos
comuns;
que se reintegram, restabelecendo uma firme
união;
que se reconstituem, restaurando nato
relacionar íntimo;
Que se revive , renascendo sim de fato todo o
amor recíproco.
Mas como fazer? De novo a antiga influência
que faz convergir o amor:
que se refaz , recombinando a química do
querer mútuo;
que se revigora, reanimando os sentidos e os
âmagos no viver;
que se renova, reformando as impróprias
formas de um certo conviver;
que se reestrutura, reforçando mais os modos
de subsistir e sobreviver.
Eis posto o dilema: que atos e atitudes tomar
que o amor está em pauta.
Eis posto o dilema: que fatos e vicissitudes podem trazer a infelicidade.
Como dizia Drummond, é preciso amar e
esquecer, amar e malamar, amar, desamar, [amar?
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