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UM ABRAÇO AFETUOSO DO TAMANHO DO MUNDO PARA TODOS!































22 de outubro de 2011

A POESIA E A CRÔNICA POÉTICA EM MIM - da série de paixões na vida nº 3





Antes de mais nada vos digo: não sou bem um escritor, mas alguém que escreve. E que descreve, por vezes até bem. Não sejam severos nem elogiosos demais. Faço o que posso e meu foco é o melhor que puder. E assim sigo, mas quando afinal isso germinou, me acometeu a querer ser algo de escritor comum ou a denominação que se queira dar a esse compulsão e inspiração literária popular? Foi o seguinte...


A poesia e a crônica poética em mim


Algum tempo atrás li que as letras de música em termos de impacto e imaginário nas pessoas substituiu a poesia na repercussão com elas. Ao contrário do século XIX, quando poetas como Castro Alves, Casimiro de Abreu, Olavo Bilac, entre outros eram sucesso absoluto, era relevada a poesia na vida e até mesmo na nação como foi no abolicionismo e na proclamação de República. Uma noção que foi se perdendo, até que hoje, a poesia, se não é desimportante, perdeu espaço, e a letra entrou nesse vácuo. Por conta disso que talvez no início eu quisesse era ser letrista ou o que escrevia tinha alguma melodia por trás. A poesia não ecoava em mim e nem escoava de mim.

Eis que uma ex-namorada que cheguei ficar noivo, mas que como muitas não permaneceu em minha vida, nos desencontros dessa vida, me ofertou numa praça um verso: “NASCER DE NOVO” - de Carlos Drummond de Andrade. Nossa!!! Germinou em mim a vontade poética. Entrei em três livros de coletâneas, o mais importante um de Brasília. Tive orgulho de estar neles, gostei de passar ofertar poesia a namorada enluarada. E passei a ler mais a poesia, em especial do meu mestre Drummond, quando comprei coletânea completa de seus versos. Ai continuei com Neruda, com Vinicius de Moraes, com tantos outros, numa paixão resolvida.

A poesia assumiu-se em mim. Não virei digamos um poeta maior, mas alguém que tenta fazer poesia, sentir poesia num mundo sem poesia. De querer ofertar a amada verso de idolatrada, poemas que digam a pessoa comum, que as façam se ver e ter a haver com elas, se sentir neles, numa digamos PPB – poesia popular brasileira, se poderíamos assim dizer, cujo principal nome que me vem à memória é Mário Quintana, com seus simples complexos versos que vão direto aos nossos sentimentos e sentidos de vida e do mundo.

E assim foi minha paixão arraigada por poesia, mas não ficou como única porque gosto de outras formas de expressão, a principal a crônica, mas até nesta gosto mais da forma poética, dando importância as crônicas de Drummond, de Arthur da Távola e atualmente Martha Medeiros. Ou seja, a prosa poética, de forma mais livre, escrita como um texto, mesmo sabendo que é mais badalada a crônica comum cotidiana, cheio de graça, esmiuçando o dia a dia de forma leve e descompromissada.

Prefiro a crônica poetizada, que me foi bem delineada num dia dos namorados, quando dei para a mesma citada ex-noiva, ofertei em 12/06/1986, Drummond, com sua crônica poética “ A estranha ( e eficiente ) linguagem dos namorados” - aliás, diga-se de passagem, gosto tanto dele como poeta como cronista o que não é muito badalado não sei bem porque.

Abaixo coloco ambos os textos que me abriram esse gosto por poesia e crônica poética - ambos de Drummond. Mas há outros claro que amo de paixão, admiro muito. Deixo aqui registrado que essa paixão virou caso de amor apaixonado. Uma colega de trabalho chamada Patrícia até diz que converso comentando de forma poética muitas vezes – não sei esse amor apaixonado em forma de letras poéticas se entranhou em mim – tá, podem dizer que sou poeta, mas acima sou alguém que respira poesia em extasia contrapondo a vida sem anestesia.



E a poesia e a crônica poética é capaz de me fazer mais leve, cheio de verve, faz febre de querer escrever para dividir com quem queira saber como me sinto e percebo essa vida, que me foi concedida por meu Deus e meus pais. Sempre a dizer: Bom dia, boa tarde, boa noite muito prazer com poesia... Contigo vivo em parceria. Para sempre poesia e crônica em mim!


Verso...

Nascer de novo -

Carlos Dummond de Andrade



“Nascer: findou o sono das entranhas.

Surge o concreto,

a dor de formas repartidas.

Tão doce era viver

sem alma, no regaço

do cofre maternal, sombrio e cálido.

Agora, na revelação frontal do dia,


a consciência do limite,

o nervo exposto dos problemas.

Sondamos, inquirimos

sem resposta:

Nada se ajusta, deste lado,

à placidez do outro?

É tudo guerra, dúvida

no exílio?

O incerto e suas lajes

criptográficas?

Viver é torturar-se, consumir-se

à míngua de qualquer razão de vida?”


“Eis que um segundo nascimento,

não adivinhado, sem anúncio,

resgata o sofrimento do primeiro,

e o tempo se redoura.

Amor, este o seu nome.

Amor, a descoberta de sentido

O real veste nova realidade,


no absurdo de existir.

a linguagem encontra seu motivo

até mesmo nos lances de silêncio.

A explicação rompe as nuvens, das águas,

das mais vagas circunstâncias:

não sou eu, sou o outro

que em mim procurava seu destino.

Em outro alguém estou nascendo.

A minha festa,

o meu nascer poreja a cada instante

em cada gesto meu

que se reduz a ser retrato, espelho,

semelhança de gesto alheio

aberto em rosa”.

Crônica poética...



A ESTRANHA (E EFICIENTE) LINGUAGEM DOS NAMORADOS


(Carlos Drummond de Andrade, Boca de Luar)

– Oi, meu berilo!
– Oi, meu anjo barroco!
– Minha tanajura! Minha orquestra de câmara!
– Que bom você me chamar assim, meu pessegueiro-da-flórida!
– Você gosta, minha calhandra?
– Adoro, meu teleférico iluminado!
– Eu também gosto muito de ser tudo isso que você me chama!
– De verdade, meu jaguaretê de paina?
– Juro, meu cavalinho de asas!
– Então diz mais, diz mais!
– Meu oitavo, décimo, décimo quinto pecado capital, minha janela sobre a Acrópole, meu verso de Rilke, minha malvasia, meu minueto de Versailles.
– Mais, agapanto emu, tempestade minha!
– Minha follia con variazoni, de Corelli, meu isto-e-aquilo enguirlandado, meu eu anterior a mim, meus diálogos com Platão e Plotino ao entardecer, minha úlcera maravilhosa!
– Ai que lindo, liiiiiindo, meu colar de cavalheiro inglês num retrato de Ticiano! Meu fundo-do-mar, você me põe louca, louca de amar as pedras, de patinar nas nuvens!
– E eu então, minha górgone, minha gárgula de Notre Dame, e eu, minha sintaxe de Deus?
– Você fala como falam os balões de junho de Portinari, as jóias da coroa do reino de Samarcanda, você, meu imperativo categórico, você, minha espada maçônica, você me mata!
– E você também me trucida, me degola, me devolve ao estado de música, meu tambor de mina!
– Todos os incentivos oficiais reunidos e multiplicados não valem a tua alquimia, meu ministro do fogo!
– Tuas paisagens, teu subsolo infernal, teus labirintos são superiores em felicidade a qualquer declaração dos direitos do homem!
– A primeira vez que eu vi você naquele bar do crepúsculo eu senti que as pirâmides e as cataratas não valiam a tua unha do dedo mindinho! Porque você é o Banco das estrelas, e pode comprar todas as coisas do mundo, inclusive as águas e os animais, para restituí-los à vida em liberdade! Como posso ouvir outras palavras senão as tuas, meu almanaque do céu? Minha ciência do insabível? Meu terremoto, meu objeto voador identificado?
– E nascemos um para o outro, nascemos um no outro, e estamos nessa desde antes do começo dos séculos, meu nenúfar!
– E estaremos mesmo depois que os séculos se evaporarem, ó meu desenho rupestre, meu formigão atômico!
– Mandala, raio laser, sextina! Tudo meu, é claro!
– Pomba-gira!
– Clepsidra!
– Sequóia minha minha minha!
Diálogo aparentemente louco, mas que dois namorados de imaginação mantêm todos os dias, com estas ou outras palavras igualmente mágicas. Não inventei nada. Apenas colecionei expressões ouvidas aqui e ali, e que me pareceram espontâneas, isto é, ninguém deve ter preparado antes o que iria dizer, de tal modo as palavras saíam entrecortadas de risos, interrompidas por afagos, brotando da situação. O amor é inventivo e anula os postulados da lógica. Ele tem sua lógica própria, tão válida quanto a outra. E os amantes se entendem sob o signo do absurdo – não tão absurdo assim, como parece aos não-amorosos. Já ouvi no interior de Minas alguém chamar seu amor de “meu bicho-de-pé” e receber em troca o mais cálido beijo de agradecimento.
Esta coletânea de frases de amor está aqui como introdução ao projeto não comercial de comemorações do Dia dos Namorados. Não para quelas sejam repetidas mecanicamente. Todo namorado que se preze deve inventar as besteiras líricas e deliciosas que a gente não diz para qualquer pessoa, só para uma, e só em momentos de pura delícia. Funcionam? E como!

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