OBSERVAÇÕES IMPORTANTES

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.


UM ABRAÇO AFETUOSO DO TAMANHO DO MUNDO PARA TODOS!































31 de outubro de 2011

Dia D - de Carlos Drummond de Andrade


Salve o mestre Carlos Drummond de Andrade:
no seu dia D...

Com sua maestria na poesia e na crônica poética, além dos contos.

Meu guru, meu paradigma, ainda que modesto diante de sua grandeza literária. 

Segue aqui minha reverencia e que declaro ter como referência...

Nasceu nesse dia e não sei se foi mais deste mundo:pois ficou no inventário em que somos herdeiros de seu talento 

“As pessoas não morrem, ficam encantadas” - escreveu Guimarães Rosa. Serve como luva ao poeta maior Drummond

Jamais poderia ousar querer ombrear, porém como diz verso seu “Nascer de novo” :
Em cada gesto meu 
que se reduz a ser retrato, espelho, 
semelhança de gesto alheio 
aberto em rosa”. 

Diz certa mensagem: “Não me pichem leiam meus livros” – que honra o fazer com suas crônicas e poemas aqui do lado de monumento em seu intento – Drummond.




E abaixo um verso meio que esquecido entre os celébres, mas pra mim a descrição mais precisa e preciosa do ser amoroso...


Amar

Carlos Drummond de Andrade

Que pode uma criatura senão
entre criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados amar?


Que pode, pergunto, o ser amoroso,
sozinho, em rotação universal, senão
rodar também, e amar?
amar o que o mar traz à praia, 
o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?
rodar também, e amar?


Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o cru,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave
de rapina.Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.

Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa
amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita.


E o primeiro verso lido nunco esqueço:


Nascer de novo


“Nascer: findou o sono das entranhas.
Surge o concreto,
a dor de formas repartidas.
Tão doce era viver
sem alma, no regaço
do cofre maternal, sombrio e cálido.
Agora, na revelação frontal do dia,
a consciência do limite,
o nervo exposto dos problemas.
Sondamos, inquirimos
sem resposta:
Nada se ajusta, deste lado,
à placidez do outro?
É tudo guerra, dúvida
no exílio?
O incerto e suas lajes
criptográficas?

Viver é torturar-se, consumir-se
à míngua de qualquer razão de vida?”
 “Eis que um segundo nascimento,
não adivinhado, sem anúncio,
resgata o sofrimento do primeiro,
e o tempo se redoura.
Amor, este o seu nome.
Amor, a descoberta de sentido
no absurdo de existir.
O real veste nova realidade,
a linguagem encontra seu motivo
até mesmo nos lances de silêncio.
A explicação rompe as nuvens, das águas,
das mais vagas circunstâncias:
não sou eu, sou o outro
que em mim procurava seu destino.
Em outro alguém estou nascendo.
A minha festa,
o meu nascer poreja a cada instante
em cada gesto meu
que se reduz a ser retrato, espelho,
semelhança de gesto alheio
aberto em rosa”.


29 de outubro de 2011

MARAJÁS E MARAJOARAS - PÓS DIA DO FUNCIONÁRIO PÚBLICO


MARAJÁS E MARAJOARAS

Lá em Brasília, em geral,

ficam uma minoria do funcionalismo público:

os marajás do serviço público.

Cá estamos, entre tantos,

ficam a maioria dos “marajoaras”!

Lá os doutos comissionados,

cá os ditos barnabés!

Um distorce na realidade,

em fausto vencimento escorchante.

Um contorce na miserabilidade,

em fiasco recebimento encolhido.

Para estes, pairando entre

a miséria relativa ( ganhando apenas o razoável )

e miséria absoluta (percebendo apenas o ridículo ).

Parecendo uma ajuda de custo de juvenil jogador iniciante.

Percebendo um contracheque ou contra-“o”-cheque?

Ou seria contrachoque? Comprovante de pobreza!

Há aqueles dos ganhos em cascata,

mola mestra do déficit público.

Há aqueles de ganhos que parecem cascatas,

meia furada de deficiência particular.

Isonomia, todos são iguais perante as leis?

- Vão comer brioches! - bradaria Maria Antonieta,

agora nos palácios republicanos...

23 de outubro de 2011

SOL DE PRIMAVERA DE UM NOVO AMOR - A PRIMEIRA CRÔNICA POÉTICA ESCRITA


A PRIMEIRA CRÔNICA POÉTICA ESCRITA...


SOL DE PRIMAVERA DE UM NOVO AMOR

Um texto em forma de crônica poética de inicio, o fim e o reinicio de sentimentos comparadas às estações do ano:

- No luminar do inicio de um relacionamento, era sol de verão, chama nos trópicos em todos tópicos, cálida paixão, fogo que irradia dia a dia, desejo em cada ensejo: mais que química, ter a física dos seres e corpos que se atraem, a geometria de duas retas de destinos que convergem e das ciências inexatas no imponderável a dois.


­­- No limiar de um novo tempo, o outono, no clima temperado do frutificar, amadurecendo no fruto permitido, concebido do e no amor, no elo que une e reúne, verdejantes são suas árvores, fazendo a genealogia de uma família que se viria constituir dos ciclos exímios, exibidos impecáveis e ter a prole do amar, de um, dois ou mais...


- No lívido de um hibernar, o inverno, climatério nebuloso de um gélido frio austral e astral, desmoronando as estruturas estabelecidas, petrificando os sonhos desfeitos, sente-se o flagelo que desune e desnuda, sem mais flores e frutos, o cismo, o exílio extenuante imperfeito do desamar e do solitário exercício ensimesmado em si...


- No lúcido de uma primavera, eis de volta o colorido dos campos, o verde da esperança; sendo flor de pessoa, descerram-se suas pétalas, exalando de novo o perfume que há de inebriar o ar de quem quiser que queira olfatar, orvalho lubrifica nas madrugadas até que venha um novo amanhecer para quem a venha colher e acolher... exultante redescobrir e de solidificado esplendor entusiasmado em si...

E quem será, como num filme real poderá ser seu jardineiro fiel e aproveitar esse novo ciclo acima? O amor e a esperança estão no ar... É o sol da primavera que depois das lições que aprendemos de cor, dará seu ar da graça...

22 de outubro de 2011

IRA E PAZ - O PRIMEIRO ESCRITO SIGNIFICATIVO NUNCA SE ESQUECE



&




O PRIMEIRO ESCRITO SIGNIFICATIVO NUNCA SE ESQUECE
IRA E PAZ
Como martelo que
deixa marcas,
além da dor,
encontrar nas tuas palavras
punhais de rancor!
E pensar em quantas
em quantas vezes
éramos mel do mesmo favo,
do mesmo tacho
e acho que
oriundo do néctar das flores
do jardim da paz...
mas tudo virou fel!
Sei que nem tudo são .
como calmas ondas na praia
- pura rotina!
Como calmas nuvens no céu
paz divina!

Há tempo de tempestade,

há tempo de calmaria
Há tempo de guerra,
há tempo de paz
Isso sempre se repete
desde que deixamos de ser animais irracionais.
Por isso nas nossas consciências
encontramos freios
que devem saber a hora de parar!
E de se vir com palavras amenas, amigas
e até as com todo amor.

Quando as forças da ira
não serão únicas a reinar
venha a paz imperar.
Acalmando todo tambor
do coração!
Alinhando os sentidos
do conviver...