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UM ABRAÇO AFETUOSO DO TAMANHO DO MUNDO PARA TODOS!































23 de outubro de 2010

AS SAUDADES AMOROSAS EM SEUS PLURAIS


Ah! Lusitana palavra saudade, só de falar dela já cabe as muitas saudades que se tem na vida...

Só que dizendo quanto a saudade no singular,  parece até que só existiria uma. Mas a saudade tem e vem  de várias formas e nessas ainda se ramificam. São saudades que existem, saudades em forma plurais.

Miguel Fallabella ( ou Martha Medeiros ? )escreveu crônica poética que de todas a mais dolorosa seria a amorosa. Bem, pra quem perdeu um pai e uma mãe, poderia dizer que é uma das, não a mais. Pungentes muitas vezes. Mas se pensarmos nas amorosas, ainda assim há quem acha que um tipo só se tipifica? Não!

Saudade gostosa é aquela de alguém que sentimos falta e se consola que em breve vai saciar nossa sede e fome infinda  de amor e amar. Do namoro que se deseja reposto, sempre proposto, sentido disposto. Saudades amenizadas no triiiimmmm do telefone que toca a ouvir quem se quer tanto. Nas páginas da Internet em recadinhos e papos virtuais, Mas nada melhor aquela que nos traz a nossos braços os abraços mais ansiados. Quando de volta de viagem num aeroporto, numa rodoviária. Na cigarra da campainha que toca.  No portão de casa para de novo enamorado fascínio. A presença física que acaba a saudade de quem está ausente. Enquanto não chega a hora, PENSA, PENSA E PENSA e se conta os minutos, os dias, as semanas, os meses, os anos até. Sabendo que será arrefecida, que haverá o reencontro. Saudade temporária, com tempo e hora marcada de acabar ou que será a qualquer tempo ou lugar. Saudade de quem ainda namora, só faz aumentar o sentimento que não se perde e se expande muitas vezes. Ela é filha e cria do apego.

Saudade melancólica é aquela de quem parece nos ter esquecido, de nos ter feito desimportante. E em nós permanece alguma forma que se mantém. Sabemos que está vivo, mas não tem volta. Ficou na mais doce e recidiva lembrança, que pode vir com uma vaga esperança de volta, mas que sabemos atrelado ao passado, do que já foi ido. Pensamentos que caem na limbo do vazio. O corpo ainda sente presente, mas é só um espectro que rodeia, que se cai  no vazio, nas lágrimas que escorrem, na alma que sangra os sonhos desfeitos. Acontecimentos que vem em flashes, folhas de outono que caem, um inverno glacial que esfria. A dor da alma  sem remédio em farmácias, que só o tempo e a tempera de sair do marasmo da saudade que não cessa pode fazer ir embora aos poucos, abranda até nos abrir de novo a vida sem saudosismos do que foi significante, mas agora é nada edificante. Ela é filha e cria inconformismo.

Saudade ressentida, dolorida, é a mais má das saudades. Alguém nos fez mal, mas como esquecer os bons momentos, não entender como tudo se encaminhou pra tal. Da pessoa sentimos falta apenas daquela que não identificamos mais hoje, muito mais de como era, são saudades que parecem masoquistas, mas na verdade é o reconhecimento sem se fazer maior o ressentimento. Apostamos tudo num tempo, numa proposta, uma escolha que parecia tão certa ou condizente. Saudade que perturba, parece sem lógica diante de tudo que se transformou pro mal que nos fez. Mas já foi o bem, é isso que essa saudade pode estar dizendo ainda que não a queremos mais. Como todas, ela passa, e tende a ser a mais rápida até, pois costuma ser com pesar, pesa na alma, na consciência. Alguns podem achar que se há saudade pode haver reconciliação. É algo que invariavelmente não corresponde. Ela é filha e cria do desgosto.

Saudade  sentida,    é aquela de  quem ainda não perdemos de todo, mas que ao se afastar por desavença, ficamos com  a sensação de fim, mas com chances totais de reconciliação e ai a saudade entra entre o que consola e desola. A saudade pode salvar por nos fazer o quanto é grande a dimensão daquele amor em ambos. Mas faz doer contraditoriamente.  Faz querer estar tudo de volta, de onde não deveria ter saído do eixo, na intolerância ou no intempestivo que se abate os casais que se amam.  É uma saudade que vem do querer que não se esvaiu e na eminência de cair no abismo, nos agarramos a tudo de bom que passamos e tudo que a outra pessoa ainda representa, super viva na saudade de a querer de volta. Ela é filha e cria do destempero.

Saudade saudosista, é aquela perdida, é aquela de quem passou em nossas vidas e  fez mal algum. As circunstancias não permitiram seguir adiante, está lá intacto tudo que nos fez encantar. Não se sabe se desse tipo tem volta ou não, mas costuma tudo ter seu tempo certo de acontecer, de tecer para ficar. Mas eis que se perdeu, é uma saudade que Isolda compôs e  Roberto Carlos cantou, que é aquela que gostamos de ter. Ainda que não a vivamos mais, provável que nem expectativa e perspectiva de voltar a se ter. Mas é uma saudade carinhosa que faz lembrar algo que rolou na Internet  que diz que há amores que tinham tudo pra continuar acontecer e permanecer e fica  parecendo inexplicável, por que tudo se  tornou inviável, fica como algo que fica como uma saudade de tudo que se viveu sim, mas também de tudo que poderia ter vivido e não foi. Algo como diz a comunidade no orkut – “ Amores certos, destinos opostos”. Ela é filha e cria do desencontro.

Saudade dolorida é aquela que não tem mais volta, a pior de todas vencida pela morte. Saudades daquele que foi a outro plano e levou conosco o amor que seguiu junto. Há quem diga que viúvo é quem é enterrado, quem fica ainda tem uma vida pela frente. Mas esquecem daqueles que não se conformam, que não se acostumam, que se entregam  a não mais querer, pq esse fim pode ter terminado com o reencontro, não com sentimento que ficou, latejando, trazendo lapsos de vida. Ainda que um dia a vida faça seu curso de se amar de novo, como não ficar uma saudade de quem é ausente pelo fim de todos nós que partimos dessa existência? Ela é filha e cria do desconsolo.
                      
SAUDADE...
SAUDADE...
SAUDADE...

SUSPIRO...
SUSPIRO...
SUSPIRO...

Saudade pode ser o sal da idade que tempera a vida por quem ainda se ama e é amado.

Saudade por ser o sal da maldade que salga a vida de quem ainda ama ou lembra em desamor ou em dor.

ENCERRO DEIXANDO UM LINDO VIDEO FALANDO DE SAUDADES... 

2 comentários:

  1. Olá! Que texto maravilhoso! Bem vindo ao mundo dos blogueiros e parabéns pelo belíssimo site!

    bjs

    Ana Rita

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  2. Que lindo cara! Você tem muito sentimento e é bom com as palavras. Continue assim...

    Um grande abraço.

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