ENTRE INCERTEZAS, CERTEZAS
Quando se é bem jovem sempre se imagina
os que virão, o que virá, o que chegará.
No futuro que hoje é nosso presente
e deste um futuro que achegará.
Nesses tempos idos se aceita, acata, que haja indefinição
Ao ter tempo de se conseguir, dar a volta por cima ou a se estruturar.
Havia certezas à margem das incertezas
E incertezas a margear nas certezas.
( AMANHÃ É ALGO QUE COMEÇA NO ANTES E CHEGA NO AGORA )
Nas projeções do que seria, teria. De quem comigo estaria.
Nos planos e projetos do que haveria, aconteceria.
Constato que as certezas viraram incerteza que golpeia,
E as incertezas uma certeza que campeia.
Dizem que a única certeza que temos na vida é a morte,
Mas não se pode deixar levar no compasso de sua espera.
Nem que haja morte em vida descompassando a esperança.
Afinal ninguém vive só de sobreviver condignamente em herança.
( AFINAL ESTAMOS VIVOS, NÃO VIVOS-MORTOS )
Nem que tantos ou todos sonhos reais estejam a ruir,
ou serem postos ao fogo brando em banho Maria.
Ainda que muitas vezes a realidade nos puxe o tapete
e as pessoas, a toda hora nos magoe, nos machuque - ou nós a elas –
involuntariamente se deixe em guinada,
ou deliberadamente nos dê pernada.
não se remoer e ressentir eterno por ninguém e nada.
E se os lábios articulam: - “Eu desisto.”. A voz interior vem e rediz ”- Insiste!!!
( AMARGURAS ACABAM A PUREZA E A FIRMEZA DE UM SER )
Apenas queremos os referenciais a motivar, realizar, o que nos acalenta.
Que nos traga alegria, nas incertezas a certeza do que e quem nos alenta.
Não ficar a parecer como um titulo de livro de Hemingway
A dar “ Adeus às ilusões” , padecer nas frustrações, decepções ou até rejeições.
das circunstancias que conspiram contra, do que é contrário.
Quantas vezes acham que temos inseguranças ou indecisões
Mas que é incerteza minando a confiança, com certeza.
Na bacia das almas as águas às vezes são turvas,
( ANGUSTIAS E ANSIEDADES SÓ NOS FAZEM CAIR NUM POÇO SEM FUNDO )
E no fundo do baú de si se nortear sem perder sua identidade.
Se reencontrar, reavaliar, recomeçar, na força de vontade.
Ir de encontro do que será verdade e o vento a favor
sem dor, com o fulgor da mocidade na maturidade,
poder ser oásis e não miragem de deserto.
Nem decerto querer sair do real como poeta Bandeira
e querer ir pra uma imaginária Passárgada
e lá ser amigo do rei e ter a cama que escolherei....
( ACREDITAR NO SONHO REAL É PRECISO )
Querendo ser feliz ou ao menos nem feliz nem infeliz.
Afinal todos temos direito da certeza de se sentir realizado,
Em seu foro intimo. Com certeza maior ser como se diz
“ E o que importa não é o que você tem na vida,
mas quem você tem na vida. ... “
E esse alguém acredite, tenha certeza disso também, um deles sendo nós.
Seja no amor venerável ou na amizade verdadeira por inteira.
( A PARTE AS DESILUSÕES REPETIDAS )
Tentar, seja antigo ou novo intento,
reinventando para vir contentamento.
Ainda que inúmeras vezes nos percamos disso.
Pelas desavenças e pelos desencontros.
Ter e obter um legado, um agrado de bom grado.
que pudesse todo ele em vida reproduzir-se.
Do que com certeza traz leveza, paz de espírito,
Ou grandeza de ser e ter, a melhorar o ar que se respire, do que inspire.
( APESAR DE TUDO E TANTOS ANTEPONDO )
Entre as incertezas, manter acesa certas certezas,
mesmo que vaga ser incrédulo:
Que apesar de tanto desamor, do desapego, dos desencontros,
A certeza que ainda vale a (re)união amorosa dos melhores sentimentos.
Que apesar de tantas desconsiderações, dos desrespeitos, dos desentendimentos,
A certeza que ainda valha a pena se dar um olhar de compreensão, de construção.
Que apesar do egoísmo e do individualismo, dos egocentrismos
A certeza que ainda vale os gestos gentis, amigos, solidários.
(ATÉ POR ISSO QUE NÃO SE DEVE NA CAMINHADA SE ENTREGAR )
Entre incertezas, manter-se aberto ao correto:
Mesmo que vara se ficar indignado.
Que apesar de tanta ganância e cupidez, das intolerâncias.
A certeza que ainda o que vale são os bons valores na vida humana.
Que apesar de tantas iniquidades e indiferenças, das indigências.
A certeza que ainda valeria a probidade e a dignidade.
Que apesar de tantas imposturas e imposições, das i(a)moralidades.
A certeza que ainda vale a verdade, a virtude.
( ATÉ POR ISSO NÃO SE DEVE A CONDIÇÃO SE ESTRAGAR... )
Hoje e sempre que se puder, acima das escaramuças,
Das esparrelas, das querelas, brilhar estrelas do bem-estar-e-querer.
E, enfim, ao fim da vida diria também como no idealismo-poético
De Quintana - o sábio veinho, que me identifico, sobretudo sobrevive em mim...
A versejar de seu “certezas” com seu final que seria tão bem-vindo-e-quisto:
“ Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão…
Que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades e às pessoas,
que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim…e que valeu a pena.”
( AMÉM!!! )