Rock
In Rio 1985 quase não fui – a pessoa, uma gracinha que hoje nem sei onde
anda chamada Rita, caiu da moto com seu primo imobilizada ficou com gesso e
fiquei sem saber se teria companhia de última hora. Ao que perguntei a mana que
tinha apenas 12 anos na época Adriana Daniele: - Topas? Tive que abrir mão do
dia do Queen por conta de haver rock pesado junto e a MÃE ter pedido garantias que íamos ficar bem com segurança e fui então, apenas nos dias
14 e 17, dia bem leve, ou de MPB, ou pop jazz, ou light music pop ou rock
sinfônico. Como assim? Vamos ver as atrações do cardápio da programação dos
dias que fomos. Basta ver, saber, entender.
Ali
foi o primórdio, o que dá um charme do que era só um projeto que ia ver se dava
certo. Até então o Rio e o Brasil não era alvo de passagem dos grandes astros
da música internacional. E os nacionais de sucesso só espetaculozinhos caseiros
de baixa repercussão. Ao que Roberto Medina idealizou na Barra da Tijuca, Rio
de Janeiro, esse embrião que nasceu, cresceu e hoje dá seus passos amadurecidos
nesse ano de 2013. Que não vou pela dificuldade de compra pela internet.
Naquele
tempo era pulverizado acessível por aí. Comprei o ingresso vejam só numa loja de roupas.
Como não eram dias de grande glamour e de procura, de grande público de
sucesso, não foi difícil adquirir. Ao ir, a infra-estrutura pra cidade do rock,
que na verdade era aberta a todas vertentes musicais, já impressionava pra
época. Mas ficamos a mercê de dias chuvosos, cheio de lama, o que deu um charme
de desprendimento de aventura na ventura de participar e ver, ouvir, curtir.
Jamais
esquecerei. Nunca. Estive na semente desse projeto que hoje dá frutos.
Celebrando a música de forma apoteótica, com multidão inimaginável na época. E
show de primeiro mundo, que antes só se via em filmes, vídeos, revistas. Com
palco, luzes, cenários, telões grandiosos. Eu que sonhava fazer com algo que
delirava um dia estar – como pudesse! – me vi dentro desse aquário que os
astros eram os peixões e nós os peixinhos admiradores e ouvintes.
Já
se passaram 28 anos, vejam só,
1985
– o ano que mantive contato
– com a nave rock in rio, do cenário de rico e
criativo evento musical!
E foi apenas lá que posso dizer:
EU FUI!
PROGRAMAÇÃO
- SÓ FUI NOS DIA 14
E 17/01/2013.
FOTOS DOS PARTICIPANTES CANTANTES
DIA 14/01:
MORAES MOREIRA:
O jeito pulsátil de Moraes era sucesso
numa época que música baiana não era axé music,
mas uma salada sonora eum caldeirão de ritmos ritmados
e ele foi precursor de um som que saiu das ladeiras
do pelourinho para o mundo com batuque misturado ao elétrico.
No rock In Rio sua participação foi como uma passageiro
festivo, não necessariamente carnavalesco porque ele
sempre pendeu mais pra MPB, apenas com toques típico baiano universal.
ALCEU VALENÇA:
Ele adentrou o palco já arretado,
fantasiado meio homem meio cavalo,
para cantar "Cavelo doido cavalo de pau" -
depois foi adrenalina pura, com seu moderno pop nordestino,
de acentuado sotaque mas sem deixar de beber
do moderno atrelado ao tradicional.
JAMES TAYLOR
Ao adentrar um jovem senhor, não reconheci.
Ultima vez tinha visto em foto, uma vasta cabeleireira.
Mas ao cantar o hino da amizade "I got a friend" não tive
dúvida - tava em frente desse cantor suave e melódico,
algo inusitado num festival de massas. Mas foi bom:
foi com canção assim que embalou um romance com carly Simon
e nós bebemos dessa pura fonte de um outro tipo de música tão pouca
valorizda: entre o folk e a balada, ele é melhor expressão, e vez ou
outra no som rock brando.
Ao adentrar um jovem senhor, não reconheci.
Ultima vez tinha visto em foto, uma vasta cabeleireira.
Mas ao cantar o hino da amizade "I got a friend" não tive
dúvida - tava em frente desse cantor suave e melódico,
algo inusitado num festival de massas. Mas foi bom:
foi com canção assim que embalou um romance com carly Simon
e nós bebemos dessa pura fonte de um outro tipo de música tão pouca
valorizda: entre o folk e a balada, ele é melhor expressão, e vez ou
outra no som rock brando.
GEORGE BENSON:
A técnica, jazz pop rock teve seu melhor representante
neste mestre em guitar. Com acordes mais sofisticados,
mas com certo balanço da sofisticada música negra americana,
sacudiu o público com sua perfomance.
DIA 17/01
ELBA RAMALHO
Dona do ritmo nordestino, de voz de pássaro rascante,
cheia de energia, fez os corações pulsarem
mais cantando "Bate coração" e depois
seu repertório de cunho e sabor da levada do nordeste
cabra da peste na lente cantante dançante
feminina que ela bem traduz.
AL JARREOU
Esse faz da voz um instrumento, com meneios
cheios de técnica. Um artista da voz, mostrou
categoria na sua forma de expressar com elegancia e virtuose
um repertório pop com fundo de jazz e rock.
AND...
WONDERFOUL THE "YES"
Representante da chamada ala dos "dinossauros",do rock
pelo seus primódios entre os anos 60 e 70,
na verdade ali eles estavam se reciclando. Mas
sendo um rock mais conceitual apesar de rock puro na essência,
seu som progressivo e meio sinfônico,
aqui veio mais pop, mesmo assim foi
legal poder ver uma banda de verdade, que tanto se ouvia falar na época.
E inesquecível o solo do baixista em meio a jogo de luzes
centrada no mesmo. Yes, nós temos Yes no Rock In Rio
- podíamos assim dizer.
Atualizando hoje, dia 11/01/2015, quando faz 30 anos do Rock In Rio 1985, eu estando dois dias lá com a maninha Adriana Daniele como a acima descrito.
O tempo não para como cantava Cazuza, que tava vivinho e participando do primeiro evento musical de grande porte no país.
Direto do túnel do tempo, grandes recordações e sensações!
Nenhum comentário:
Postar um comentário