Somos pessoas comuns usufruindo do mundo
construído não por nós. Dependesse da maioria de nós, o que estaria erguido?
Mas longe de demérito nisso, nem todos nasceram com jeito capaz de planejador calculista,
inventivo, construtivo e ao final realizador. Mais ainda quando se pensa em
arquitetura, engenharia civil, entre engenheiros e engenhosidades.
Pensava nisso ao me deparar com a estação
de metrô Cardeal Arcoverde em Copacabana: feito embaixo da rocha, não foi
empecilho de vir a construir. Vejam que
maravilha ficou, eu a utilizando e a maioria nem pensa no desafio que foi
fazê-la nestas condições debaixo além da terra, debruçando com rochas a serem
brocadas, arrematadas para expansão metroviária na Zona sul do Rio.
Da concepção e nelas arrematar com os
trilhos e construção. E depois na normalidade de utilização, ver que ainda bem
que tem quem o faça. Somos cidadãos comuns em nossa rotina e sempre haverá os
projetistas do presente para o projeto pronto do futuro e que dia a dia vira
passado, mas que não se esquece a capacidade de concretização.
Pensava nessa obra concluída, lembrei de
outras. A gente que vive aqui no Rio sabe a grandeza desafiadora que foi construir
a ponte Rio-Niterói. Houve um tempo que atravessar a baía da Guanabara era por
balsas catamarãs, incluindo pessoas e carros. Fui com pai por lá no passado e lembro como
demorava, quem reclama dos engarrafamentos não sabe como já foi pior.
E o Túnel Rebouças? Em duas partes,
gigantão, dos maiores que sou sabedor, liga o Centro a Zona Sul, liga dois pólos
da cidade, os pobres e remediados simples de cá com os abastados de lá. Quem
precisa se deslocar sabe que foi obra necessária que saiu do papel pra
facilitar o cotidiano de trabalho e de vida de milhares de pessoas em seus
carros e nos ônibus.
Mas confesso que meu maior espanto de admiração é fora
do Brasil, o Eurotúnel. Como pode, debaixo do mar, um túnel ligando duas nações
distantes, Inglaterra e França, unindo dois adversários históricos, mas que
hoje tanto precisavam um ao outro se deslocar. E fizeram! Seus mentores fizeram
levar a cabo e seus engenheiros maiores viabilizaram.
Sempre admirei essas mentes que não gosto
de dizer serem superiores, mas vamos lá, digamos extraordinárias. Que fazem do
mundo um lugar mais fácil de viver nas adversidades e dificuldades urbanas e muitas até
rurais. Que bom que eles idealizam e realizam. E nós comuns usuários
agradecemos quem usou de sua prancheta um projeto de construção possível.
E que
parece... incrível!
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