Um dia uma onda
atrás de outra enormes, cerca de 3 a 4
metros caiam na cabeça, batiam no corpo e ao tentar sair, um fluxo de maré e do
mar puxava de volta. Já cansado, parecia
que era o fim, ia se afogar tão perto da areia. Foi aí a perspicácia de se
jogar ao fundo de mais uma onda em escaldo e como se diz: tomar um caldo. E em meio ao borbulho e areia sair
por baixo da espumante no quebra-mar. O que acontecia ali era simplesmente o
quê? A luta pelo instinto de sobrevivência da existência. A verdade é essa, no momento do
aperto, quando o acidente, a tragédia, a morte aponta, se debate em busca de
nossa salvação e preservação.
O que mais a acrescentar era que era um
época de desilusões e desalentos na vida cotidiana a conspirar contra e mesmo
assim se correu atrás de continuar vivo. E a sede de outro instinto: de
vivência. Sim, no fundo somos anti-suicidas por algo que buscar em viver a
vida. O que ela tem a nos oferecer. Não é apenas o medo do fim ou da dor que
nos debatemos contra ao se defrontar nesses momentos limites. Cada vida é uma
dádiva concebida. Não é demérito ou descrédito que faça com que nos deixe levar
fácil pela onda ao fundo do oceano de nós, um vitorioso e não perdedor.
A quem está se perguntando: mas quem é e
quando foi isso. Esse aqui vos escreve, em plena Barra da Tijuca nos anos 80. A
mãe, irmã e amiga sem saber onde estava e eu sendo deslocado para o lado onde
estavam saíram da mira do olhar. Mas eu cascudo de enfrentar onda, em ímpeto e
impetuoso que era, mergulhava direto.
Quebrando onda ao meio. Sem se cansar, coisa de jovem. Mas o que precisava era
na onda da vida encontrar meu lugar. Mas na hora do pior não importa: queremos
a areia, a praia firme. Ficar seguro, seguir, viver.
E assim foi naquela luta me debatendo pela vida.
Onda que se
segue no fluxo das marés do destino!
E como diz a canção:
“ A vida vem em ondas como um mar num
indo e vindo infinito”
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