É no silêncio e na pasmaceira,
da solidão em sequidão, uma vida sem nexo,
que vejo que a falta maior não é de sexo,
que é só seqüência e conseqüência que vem conexo.
É a saudade namoradeira, do namoro, de namorar,
não propriamente de uma específica namorada.
De a cada toque de telefone, a espera ansiosa da voz,
que maviosa clamava a falta de mais-e-mais se ver-e-ter.
De mãos dadas, era um entrelaçar da união repartida,
do abraço feito laço selado na soalheira afeição.
Os beijinhos carinhosos e os beijões calorosos,
eram as puras expressões dos bons-quereres-bem.
Os carinhos buscando as delícias sensoriais,
para as sensações de êxtase e aproximação.
No pontual encontro marcado, o ritual de enlevo:
o portão virava portal pra outra dimensão,
ao quintal que era o universo galáctico de nós dois.
Só dos dois, ao fundo o mundo que ficava em segundo plano.
E a pracinha era palco simplório do idílio,
e testemunha do pactual, dos projetos de futuro a dois.
Na entrega de cartões e poemas, declarações explícitas,
que éramos importantes, parte integrante da vida conjunta,
de alguém especial e essencial para nossas felicidades...
Medíocres? Insignificantes? Bah! Danava-se nos considerar!
E assim no meneio sem rodeios de sensibilidade extrema,
bastava um olhar pra tudo enluarar. Falar pra enternecer.
Agora vejo tantos a busca da luxúria, do sexo sem amor...
Ser do tempo que ficar era permanecer, faz a saudade namoradeira
Como do cinema com companhia em Madureira,
da praça que se fazia com graça...
Em Realengo
& Guilherme da Silveira,
PRIMÓRDIOS DO PRIMEIRO AMOR:
Éramos tão contentes... e não dávamos conta!!!
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