Um amor do novo mundo: não, não é Pocahontas
e John Smith como aludiria a Disney. Esse sim, levado a cabo, adiante, mistura
de raças e vidas, com certeza é do conhecido Caramuru (Diogo Álvares Correa ) e
Paraguaçu. Criou um tronco inicial feito Adão e Eva tropical Brasil, Tupinambá
e luso-brasileiro.
Antes, havia os de ismicuir-se fortuito ou
de estupro. Ou sedução escorregadia irresponsável. Quantos rebentos largados
nos sertões, rincões longínquos entre entradas e bandeiras, ou mera fornicação
na exploração escravocrata cativa nativa.
Destarte dizer que houve massacre e eliminação
física indígena apenas, ficava muitas vezes fora as índias de corpo nu e dorso
acobreadas. Aos poucos se fez famílias por conta de pressão da igreja católica
e dos Jesuítas. E uma sociedade embrionária que surgia nos arraiais da vida.
E de determinação do Marques de Pombal. Mas
eis que uma história surge além das pressões e das volúpias. Essa que aqui faço
lembrar e buscar a real história de par tão ímpar no mundo daqueles tempos
pré-coloniais e começo colonial definitivo.
Mas o de Caramuru e Paraguaçu se fez entre
diferenças um diferencial. Um amor dos trópicos em que amoleceu o consorte
lusitano. Que salvo de morte pelos índios pelo fato histórico de uso de tiro de
arma de fogo fez sua alcunha, ao final o
que mais valeu é esse símbolo: um amor sem preconceitos.
Não, a suposta democracia de miscigenação
dita por Gilberto Freire nem sempre foi tão assim branda. Mas não importa. O
que vale é que essa valeu como um amor inter-racial-e-cultural. Um novo tipo
mameluco ou bela cabocla que surgiu, não só dos imaginados meios literários
Peri e Iracema.
A linhagem dos dois e mais até, a apresentação
em terras européias como Catarina, mostra a diferença da americana: a que aqui
se fez com menos culpa e muita vontade, o desejo não pelo contrário ou exótico,
mas o gosto pela morena americana brasileira que se fez.
Chama a atenção foi o casamento em
consentimento, querer-bem de aceitação.
Um amor de dois mundos que se fez um só!
ESTÁTUA EM PLENA LISBOA, PORTUGAL
COM O CASAL
E DEPOIS MUITAS SURGIRAM ATRATIVAS...
OH! MENINA PARECE ÍNDIA...
Caramuru ( e paraguaçu). Fonte Wikipédia:
a história real
Diogo Álvares Correia (Viana do Castelo, Portugal, c. 1475 — Tatuapara, Bahia, 5 de outubro de 1557) foi um náufrago português que passou a vida entre os indígenas da costa do Brasil e que facilitou o contato dos primeiros viajantes europeus com os povos nativos do Brasil. Recebeu a alcunha de Caramuru (palavra tupi que significa lampreia ) pelos Tupinambás. É considerado o fundador do município baiano de Cachoeira.
Alcançou a costa na altura do rio Vermelho (atual cidade do Salvador) como náufrago de uma embarcação francesa, entre 1509 e 1510. Acerca do episódio, afirma-se:
![]() | Viajando para São Vicente por volta de 1510, o Fidalgo da Casa Real Diogo Álvares naufragou nas proximidades do Rio Vermelho, em Salvador, na Bahia. Seus companheiros foram mortos pelos índios Tupinambás, mas ele conseguiu sobreviver e passou a viver entre os índios, de quem recebeu a alcunha de Caramuru, que significamoréia. | ![]()
—
|
Esse apelido faz referência ao fato de Diogo ter sido, supostamente, encontrado pelos indígenas em meio às pedras da praia e às algas, como se fosse uma lampreia.
Posteriormente terá recebido a alcunha de filho do trovão ou, segundo outras fontes, homem trovão da morte barulhenta[carece de fontes], o que estará na origem da lenda que afirma que Diogo Álvares Correia, teria recebido o apelido ao afugentar indígenas que o queriam devorar, matando uma ave com um tiro de arma de fogo.
O náufrago português foi bem acolhido pelos Tupinambás, a ponto de, o chefe deles, Taparica, lhe ter dado uma de suas filhas, Paraguaçu, como esposa. De acordo com os roteiros do filme e da minissérie de televisão Caramuru - A Invenção do Brasil, Paraguaçu tinha como irmã a lendária Moema, originariamente citada (sem essa relação de parentesco) no poema "Caramuru" de Frei Santa Rita Durão (1781).
Ao longo de quatro décadas, Correia manteve contatos com os navios europeus que aportavam ao litoral da Bahia em busca de madeira da "Caesalpina echinata" (pau-brasil) e outros géneros tropicais. As relações comerciais com os franceses da Normandia levaram-no, entre 1526 e 1528, a visitar aquele país, onde a companheira foi batizada emSaint-Malo, passando a chamar-se Catarina Álvares Paraguaçu, em homenagem a Catherine des Granches, esposa deJacques Cartier, que foi a sua madrinha. Na mesma ocasião, foi batizada outra índia Tupinambá, Perrine, o que fundamenta outra lenda segundo a qual várias índias, por ciúmes, teriam se jogado ao mar para acompanhar Caramuru quando este partia para a França com Paraguaçu.
Sob o governo do donatário da capitania da Bahia, Francisco Pereira Coutinho, recebeu importante sesmaria, tendo procurado exercer uma função mediadora entre os colonos e os indígenas, não conseguindo, todavia, evitar o recontro de Itaparica, onde Pereira Coutinho perdeu a vida.
Conhecedor dos costumes nativos, Correia contribuiu para facilitar o contato entre estes e os primeiros missionários e administradores europeus. Em 1548, tendo João III de Portugal formulado o projeto de instituição do governo-geral no Brasil, recomendou ao Caramuru que criasse condições para que a expedição de Tomé de Sousa fosse bem recebida, fato que revela a importância que o antigo náufrago alcançara também na Corte portuguesa.
Três dos seus filhos (Gaspar, Gabriel e Jorge) e um dos seus genros (João de Figueiredo) foram armados cavaleiros por Tomé de Sousa pelos serviços prestados à Coroa Portuguesa.
O seu naufrágio e vida junto aos indígenas foram envoltos em contornos de lenda na obra do padrejesuíta Simão de Vasconcelos, em 1680, na qual se inspirou, um século mais tarde, frei José de Santa Rita Durão para compor o poema épico em dez cantos Caramuru (1781).
Em 2001, a sua história foi transformada em um filme brasileiro Caramuru - A invenção do Brasil.
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