A VIAGEM INESQUECÍVEL – 1983: GRUTA DE
MAQUINÉ, OURO PRETO, CONGONHAS, BELO HORIZONTE, CRISTALINA, GOIÃNIA, BRASÍLIA, CUIABÁ, CORUMBÁ, PANTANAL, CAMPO GRANDE-MS
Uma viagem-passeio com certeza inesquecível
foi uma extensa, que hoje sairia uma fortuna, sendo feita por três pessoas
simultâneas – como foi com o caso de meu pai, mãe e eu. Extensa, rica em seus
conhecimentos, como não registrar a sua lembrança em relato, resenha,
reminiscência.
Um roteiro feito na extinta SOLETUR,
empresa de turismo falida que em tantos momentos prazerosos e proveitosos nos
proporcionou no passado como o da outra postagem quando foi feita a cidades do
Paraná, Sete Quedas e Foz do Iguaçu.
Éramos uma
família de classe média, meus pais médicos, mas mama tinha essa marca: amava
viajar. Há fotos e fotos ela indo a lugares tais como Poços de Caldas seu
destino e passeio preferido. Um dia houve essa que aqui vou descrever o mais
sucinto conciso possível. Só detalhes.
PARTE 1:
A primeira parada extraordinária foi ir à Gruta de Maquiné em Minas Gerais.
Indescritível é a sensação de estar entre estalactites e estalagmites de suas
formações geológicas, que se pode ver através das fotos. Exuberância rochosa de
tempos imemoriais quase pré-históricos.
A quase caverna impressiona como foi
talhada pela natureza em sua erosão. Formas que desafiam a imaginação, como
houvesse um artista que as concebesse, mas foi feito pelas águas que as
moldaram. Há rios submersos que eternamente as moldam.
PARTE 2:
A segunda escala, o histórico. Ouro Preto e
Congonhas. E de frente a nós os Profetas na Igreja de Matosinho em Congonhas de
Aleijadinho. Só isso já valeria, esculturas feitas com esmero por esse mestre.
Mas Ouro Preto inteira é uma jóia arquitetônica colonial – só ela já valeria!
Ouvíamos a histórias dos guias sobre sua
formação e seus personagens históricos. Uma história curiosa é que se recebia
parentes sem querer dar de comer e escondiam mesmo que passassem fome – origem
da severidade mineira com as finanças? rsrs. Não sei.
Mas além de tudo, suas ruas íngremes de piso pé
de moleque, o casario colonial como fossem esculturas arquitetônicas. E ale
surgiu um gosto jamais esquecido: o feijão tropeiro, o pão de queijo de Minas
verdadeiro, o doce de leite puro da terra, a goiabada cascão.
E os artesanatos, que passaram a ornamentar,
como esquecer aqueles de pedras sabão, outras de pedras coloridas formando
imagem da cidade. A cultura parece impregnada até aos artistas populares.
E lá vi a primeira versão do amor
impossibilitado de Maria e Tomaz na fonte dos suspiros que foram imortalizados
em verso em Marília de Dirceu.E as histórias dos Inconfidentes. A tenebrosa
forma que Tiradentes virou mártir na revolta com causa.
Com seus verdadeiros mentores saindo
incólumes com vida, ainda que exilados. A cidade de Ouro Preto impressiona com
ar de histórias sem fim que devem ter entre suas ladeiras. Ficou guardada entre as MINAS históricas.
PARTE 3:
Conhecemos ainda o rio São Francisco –
incrível, pela primeira comi o dourado de água doce e não o fiz com o desgosto
que tenho ao comer peixe. Talvez gostasse mais fosse sempre de rio. Lá vimos a sua
barragem famosa Paulo Afonso, vimos o histórico Chico e suas barrancas.
PARTE 4:
Seguimos o roteiro que hoje acho até
espantoso pra quem tem fôlego de viajar misturado com passear: passando rápido
por Belo Horizonte, não esqueci a ladeira que o carro sobe em vez de descer
chamada ladeira do amendoim. E a Pampulha, em que a mão magistral arquitetônica do gênio genial Niemeyer também deu seu toque curvilíneo...
PARTE 5:
Fomos para Cristalina, Goiás, cidade com pedras
pelas ruas. Havia descrições impressionantes de facilidade de riquezas feitas,
até que já se achou pedras preciosas em chão aberto, não sei se lendas,
fortunas já houve por entre esses chãos ricos minerais.
Ao certo que há pedras e pedras por todo canto. O que é mais comum são as simples pedras, semi ou só ornamentais, cujo artesanato bem aproveitado, claro que compramos a balde. Havia muitas, as turmalinas foram as de destaque, mais chamaram a atenção.
Ao certo que há pedras e pedras por todo canto.
Passamos por Goiás, em Goiânia a surpresa: ali jogavam Flamengo X Goiás. Pedimos pra soltar e ver. Pai e eu, mais dois rubro-negros inveterados, fomos ao Serra Dourada. O jogo foi ruinzinho, terminou 0 X 0, mas vimos Zico, Júnior & Cia.A primeira vez de ver futebol fora do mítico Maracanã no Rio. Foi diferente, sempre bom aproveitar esses momentos ímpares.
PARTE 6:
A ida era em direção depois via avião, para
Goiás e no Planalto central a jóia Brasilia – e constarmos a genialidade
arquitetônica engendrada pelo mestre Niemeyer, o centro do poder no Planalto
Central.
E assim seguimos para Brasília de avião. Já
naquele tempo a admiração pela construção moderna feita pelo agora só saudoso
Oscar Niemeyer. Suas curvas, os palácios, as mansões dos adidos e embaixadores.
As ruas largas sem esquinas, urbe dividida com ditas “asas” norte a sul.
A cidade capital desde 1960 ficou marcada
com um mergulho paradoxal: depois do colonial mineiro um horizonte futuroso
moderno, mas que agora já era história feita por Juscelino Kubsticheck.
PARTE 7:
Pode parecer extenuante, mas lá fomos nós
para outro lado do Centro-Oeste: o Pantanal. Sim, quando o pantanal já começava
a ter as marcas de sua decadência ambiental. Imaginávamos encontrar mais
jacarés, onças, garças, tuiuiús, lontras, ariranhas.
Havia tantos descritos no roteiro da empresa
turística, mas era época de vazante e esses bichos pareciam se entocar mais.
Algo que impressionava eram as lagunas vistas de avião. De perto havia o limite
dos ônibus andando por trilhas em paralelo ao Pantanal.
Mas in loco estava de vazante o pantanal,
mas as diversas formações de lagos um atrás do outro não deixou de ser algo que
marcou. E foi legal ver uma fazenda que pertence a família do grande Rondon.
E foi deveras engraçado a espanhola que
estava conosco: saboreou como nunca goiaba e bradava ao ver um cãozinho: -
Pero, pero, pero? Nunca havia visto antes? rsrs. Muita mosquitada infestava,
mas o gosto pela natureza imperava em meio a um cenário deslumbrante.
PARTE 8:
A ida ao pantanal proporcionou conhecer
ainda Corumbá, Cuiabá. Ficou marcado alguns lances interessantes: um índio
motorista nos levou entre estradas íngremes, locais onde antigamente eram minas
nos tempos coloniais.
Legal esse índio, que civilizado contrariava a
idéia que necessariamente eram selvagens. Mas ele me dizia que não era
aculturado. Apenas integrado a vida moderna sem deixar de ser índio. Importante
isso, uma integração sem perder sua identificação.
Comi pela segunda vez peixe dourado de rio - e ainda por cima acompanhado de pirão, que sendo de mar me dá engulho e comi sem medo de botar pra fora tudo que comi - daí que faz parte do seleto grupo de pescado que como: fillet de peixe, salmão e ele - parece pouco mas não é quando era nada.
Comi pela segunda vez peixe dourado de rio - e ainda por cima acompanhado de pirão, que sendo de mar me dá engulho e comi sem medo de botar pra fora tudo que comi - daí que faz parte do seleto grupo de pescado que como: fillet de peixe, salmão e ele - parece pouco mas não é quando era nada.
Em postagem anterior falei de uma morena jovenzinha
cabocla que em barco sobre Rio Paraguai se encantou comigo, eis que descubro
que era noiva do dono do barco. Ora, ora, tragédia a vista, nossa! rsrs. Só contei a ela da vida carioca tão curiosa
que estava. E aproveitava fazendo pescaria que nunca fiz antes: inclusive da
feroz piranha. O rio Paraguai nos proporciona isso..
Lá comprei uma empalhada e pude constatar a
força de seus dentes carnívoros maxilares. Como forma de trazer comigo a
natureza, encontrada por aquelas bandas pantaneiras, montei meu “presépio
cenário”: de barro ou outros materiais, um jacaré, uma onça, pássaros, tatu, e
coloquei num jogo de vime que nem sei por onde anda.
Ali germinava o ser que passou a amar a
natureza, clamando por preservar, escrevendo mil cartas aos jornais. Essa ida
ao pantanal foi um marco nesse ponto convergente: queria a preservação da fauna
e flora brasileira. Hoje tão comum, na época, sem ter a força da mídia, tinha
em mim um admirador e defensor que jamais se perdeu. Idealismos de juventude.
PARTE 9:
A última etapa era ir pra campo Grande,
Mato Grosso do Sul, de avião. Sim ainda fomos ver essa progressista cidade do
Oeste brasileiro. meca e morada em especial dos agro-pecuaristas, das fortunas feitos pelas cabeças de gado ou mais recente por extensões de plantio da soja e outras feito da forma mais moderna em maquinário e técnicas de cultivo. Bonita ela, moderna, mas com ar de interior. Foi o ponto
final dessa jornada que hoje acho tão extensa, que para nós de classe média
seria impossível repetir de uma só vez -
é ou não é?
E assim voltamos ao Rio de avião mais uma
vez, em seu cenário sobre a baia da Guanabara, avistando as praias, o bondinho do Pão de Açúcar e o monumento do Cristo de Redentor como que nos dando boas vindas de retorno, até a hora do pouso no Galeão na Ilha do Governador.
Já pensei em contabilizar as viagens de avião de uma só vez. Nem sei quanto sairia hoje um pacote desses. Mas que importa? Um dia aconteceu. Foi uma viagem pelo Brasil jamais repetida. Mas fica aqui seu registro super resumido, cujos detalhes alguns me fogem pelo tempo.
Já pensei em contabilizar as viagens de avião de uma só vez. Nem sei quanto sairia hoje um pacote desses. Mas que importa? Um dia aconteceu. Foi uma viagem pelo Brasil jamais repetida. Mas fica aqui seu registro super resumido, cujos detalhes alguns me fogem pelo tempo.
Mas não de todo por ser uma jornada
turística...
DE UMA VIAGEM INESQUECÍVEL!
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