De
todos mitos românticos de todos tempos, talvez o mais magnânimo, grandioso,
radioso, mas de fim trágico e tristíssimo, é do mito Grego de Orfeu &
Eurídice. Jamais o deixei de ter como paradigma
simbólico do amor perfeito.
Mas
deixemos claro que se trata aqui do antigo, o original, não o da adaptação
brasileira de Vinicius de Moraes, Orfeu da Conceição, passado na favela
carioca, sem querer desmerecer quanto a esta peça teatral e posterior filme
nacional.
O
verdadeiro, emocionante e lancinante ao final. A primeira vez que li sobre ele,
foi na enciclopédia Barsa, cujo verbete na letra O tinha essa extraordinária
história de amor que transcende a vida no sombrio de morte ou da perda
irreparável.
Orfeu
intrépido e corajoso buscando sua Eurídice nos escombros do submundo dos mortos
e depois a perder pela vontade irresistível de olhar sua amada antes do estabelecido
murmurando pelo rio por sua Eurídice é um amor inimaginável.
Tamanho
tal que até o mais incurável e romântico extremo não poderia dizer que faria o
mesmo. Afinal enfrenta o desconhecido e o obscuro e se perde sua razão de viver
sem ele, perecer fatal de vida, quem seria capaz de o levar tão adiante amante?
É
um amor supremo, sublime, e que cabe aqui se dizer: quase impossível de se
forjar no mundo real talvez porque não o faz tão primordial assim, tão infinito
e tão imprescindível e incondicional além e acima de tudo e todos...
É
um mito sim - porém cabe uma ressalva: serve pra mostrar que amar e ser amado
verdadeiramente nos faz além de nossos limites. Do que o tenta sucumbir. Um
amor muito além desse desamoroso tempo de quem não ama sem fim além do fim!
QUE TAL ENTÃO LER A ORIGINAL HISTÓRIA MÍTICA?
EM RESUMO FEITO PELO WIKIPEDIA
Na mitologia grega, Orfeu era poeta e médico, filho da musa Calíope e de Apolo ou Eagro, rei da Trácia.
Era o poeta mais talentoso que já viveu. Quando tocava sua lira, os pássaros
paravam de voar para escutar e os animais selvagens perdiam o medo. As árvores
se curvavam para pegar os sons no vento. Ganhou a lira de Apolo.
Foi um dos cinquenta homens - os argonautas - que atenderam ao chamado
de Jasão para buscar o Tosão de ouro. Acalmava as
brigas que aconteciam no navio com sua lira. Durante a viagem de volta, Orfeu
salvou os outros tripulantes quando seu canto silenciou as sereias,
responsáveis pelos naufrágios de inúmeras embarcações.
Orfeu apaixonou-se por Eurídice e casou-se com ela. Mas Eurídice
era tão bonita que, pouco tempo depois do casamento, atraiu um apicultor
chamado Aristeu. Quando ela recusou suas
atenções, ele a perseguiu. Tentando escapar, ela tropeçou em uma serpente que a
mordeu e a matou. Por causa disso, as ninfas, companheiras de Eurídice, fizeram
todas as suas abelhas morrerem.
Orfeu ficou transtornado de tristeza. Levando sua lira, foi até o Mundo
dos Mortos, para tentar trazê-la de volta. A canção pungente e emocionada de
sua lira convenceu o barqueiro Caronte a levá-lo vivo pelo rio Estige.
A canção da lira adormeceu Cérbero, o cão de três
cabeças que vigiava os portões. Seu tom carinhoso aliviou os tormentos dos
condenados. Encontrou muitos monstros durante sua jornada, e os encantou com
seu canto.
Finalmente Orfeu chegou ao trono de Hades. O rei dos mortos
ficou irritado ao ver que um vivo tinha entrado em seu domínio, mas a agonia na
música de Orfeu o comoveu, e ele chorou lágrimas de ferro. Sua esposa, a deusa Perséfone, implorou-lhe
que atendesse o pedido de Orfeu. Assim, Hades atendeu seu desejo. Eurídice
poderia voltar com Orfeu ao mundo dos vivos. Mas com uma única condição: que ele não olhasse para ela até que ela,
outra vez, estivesse à luz do sol.
Orfeu partiu pela trilha íngreme que levava para fora do escuro reino da
morte, tocando músicas de alegria e celebração enquanto caminhava, para guiar a
sombra de Eurídice de volta à vida. Ele não olhou nenhuma vez para trás, até
atingir a luz do sol. Mas então se virou, para se certificar de que Eurídice o
estava seguindo.
Por um momento ele a viu, perto da saída do túnel escuro, perto da vida
outra vez. Mas enquanto ele olhava, ela se tornou de novo um fino fantasma, seu
grito final de amor e pena não mais do que um suspiro na brisa que saía do
Mundo dos Mortos. Ele a havia perdido para sempre. Em desespero total, Orfeu se
tornou amargo. Recusava-se a olhar para qualquer outra mulher, não querendo
lembrar-se da perda de sua amada.
Posteriormente deu origem ao Orfismo, uma espécie de serviço de
aconselhamento; ele ajudava muito os outros com seus conselhos , mas não
conseguia resolver seus próprios problemas, até que um dia, furiosas por terem
sido desprezadas, um grupo de mulheres selvagens chamadas Mênades caíram sobre
ele, frenéticas, atirando dardos.
Os dardos de nada valiam contra a música do lirista, mas elas, abafando
sua música com gritos, conseguiram atingi-lo e o mataram. Depois despedaçaram
seu corpo e jogaram sua cabeça cortada no rio Hebro, e ela flutuou, ainda
cantando, "Eurídice! Eurídice!"
Chorando, as nove musas reuniram seus pedaços e os enterraram no monte
Olimpo. Dizem que, desde então, os rouxinóis das proximidades cantaram mais
docemente que os outros. Pois Orfeu, na morte, se uniu à sua amada Eurídice.
Quanto às Mênades, que tão cruelmente mataram Orfeu, os deuses não lhes
concederam a misericórdia da morte. Quando elas bateram os pés na terra, em
triunfo, sentiram seus dedos se espicharem e entrarem no solo.
Quanto mais tentavam tirá-los, mais profundamente eles se enraizavam.
Suas pernas se tornaram madeira pesada, e também seus corpos, até que elas se
transformaram em carvalhos silenciosos. E assim permaneceram pelos anos,
batidas pelos ventos furiosos que antes se emocionavam ao som da lira de Orfeu,
até que por fim seus troncos mortos e vazios caíram ao chão.
EM DOIS VÍDEO O MÍTICO AMOR IMORTAL...
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