OS MESTRES DO HUMOR – RIR É PRECISO, VIVER NÃO É PRECISO
Nesta semana morreu Millôr Fernandes, logo após Chico Anysio. O humor inteligente e instigante vai se despedindo da gente, só no resta relembrar para a cada vez sorrir de quem fazia até das mazelas graça fina...
Nunca fui bom de fazer humor, ainda que o tente aqui e acolá, como se pode ver em postagem posterior que farei, mas não é minha praia, por isso tirava o chapéu a esses mestres que tinham na veia a capacidade de fazer o riso farto a ter talento fértil...
Papi, saudoso Dr. Donário desde sempre gostava de piadas e publicações e atuações ligadas a humor. Eu o segui, só não consegui em mim a criação, mas não em sua motivação de campo de ação, sem achar graça das coisas tudo se anuvia, e a via de sair disso é uma comédia, é o humor, a nos tirar o tumor ranzinza.
Dos que se foram sempre destacou-se um quarteto fantástico:
O há tempos saído deste mundo o xará Sergio Porto, cuja alcunha era Stanislaw Ponte Preta, que se destacava em livros e jornais com suas crônicas satíricas em especial aos políticos e sua politicagem no FEBEAPÁ – Festival de besteiras que assola o país e seus personagens inesquecíveis Primos Altamirando e Rosamundo, Tia Zulmira.
Junto a turma do Pasquim veio o mais intelectual de todos, Millor Fernandes, cujo traço de desenho irônico, tiradas sarcásticas, reflexão bem-humorada mas ácida, era licor a beber lendo, nos deixava embriagados no seu saber rir quase filosófico. Sabia fazer doses diárias de confrontação moral e do amoral
E aquele que nasceu de nome grande Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho ou depois Chico Anysio ao virar o grande nome em tudo tipo show man self, em teatro de apresentação pessoal de cara limpa, estrela em TV com seus mil tipos incorporados inesquecíveis no Chico City e Escolinha do Professor Raimundo, nos livros, etc.
Do teatro veio José Vasconcelos, com seu vozerio impagável, um show man do teatro, cujo LP’s impagáveis, gravados in loco do palco, não cansávamos de escutar, com suas piadas e causos tão interessantes. Era um tipo mais pro puro, mais obediente, mas sem deixar de ser interessante na sua forma limpa e graciosa.
O que resta destes homens ímpares do humor que eu e papudo pai idolatrávamos?
O menestrel do humor, Juca Chaves, sempre foi riso franco, debochado, desbocado, mas sem deixar de ser de forma sofisticada em sua forma básica. Ao lado de seu violão e seu nariz pândego, uma voz com graça de tom super irônico satírico e por incrível que pareça às vezes lírico na sua lira...
E quem mais?
Os humoristas e comediantes serem existirão, mas não sei se deixando essas marcas indeléveis que esses de outrora deixaram em seu legado legal, mingau comido não nas beiradas, mas voraz, prato cheio pra nossas bocas abrirem a se alimentar de riso farto em fartura...
RIR É PRECISO, VIVER NÃO É PRECISO
( parodiando o mestre lusitano, com sua permissão e benção do além )