No após do pós, que a vida conjugal se foi,
nos defrontamos com a casa vazia de alegria de vida, uma solidão reclusa de
nós, quase uma recusa de se enganar de novo, decepcionar, sofrer. Os
sentimentos se embaralham, ora como não sentisse mais nada por mais ninguém e
nada além querer reviver. E aí surge algo que não se fala muito: a solitude, o
auto exílio de si mesmo para que o tempo não cure, apenas tire do foco o que já
foi e deixou de ser e de ter.
Em algum tempo, a gente olha que o tempo
passa, tanto tempo passou do que sobrou de uma realidade que reluzia do
relacionamento estável. E agora instável fica-se, com que querendo que dessa
vez não houvesse mais adeus, num adeus ao adeus. E se dando uma nova chance e
daí que novas oportunidades, e vai abrindo seus flancos. Acontece que ficamos
mais seletivos, nada que nos tenha insatisfação ou nos torne de novo infeliz.
Ao que passamos olhar ao redor e sair da
redoma que nos criamos. E acontece, quem vem e nos apetece de novo, a gente se
apaixona de novo, o que complica é querer ser amor, isso depende das circunstâncias
e de quem surge. Urge dentro de algo mais maduro, mas lá no fundo bate ainda
forte algo adolescente, carente, de se deixar entregar e alegrar de novo nas
coisinhas feitas a dois ao que vem depois.
E a gente gosta e desgosta, vai tentando.
Como é incrível como fica mais complicado
voltar a acontecer pleno: há muitos irrealizados pousos após o pouso, ainda
mais criar um ninho nesse caminho de idas e voltas, muitas vezes com pessoas
instáveis que deixam e não deixam acontecer. Outras deixam e dão pra trás, até
quem sabe um dia dar uma nova chance de relação séria e saudável. E claro
estável. Enquanto não acontece ficamos nas saudades em solidão do que parecia
possível e não deu.
A figura de ex conjugue, soma as de ex de namoros.
Tentativas de manter, entre desencontros. Quanto que nos chateamos com quem nos
busca deixando fresta de luz e depois se fecha em copas. Até que quem sabe um
que restabeleça a conexão e daí em conteúdo, concebido nesse obscuro objeto do
desejo que muitas vezes nos trai ou mera ilusão. Até que um vem e se consagra:
o que demorou pra chegar e veio pra permanecer.
Tanto tempo faz, tudo que se vai,
de um passado que se esvai, desfaz...
E depois de tudo, o que melhor
que se desejar um amor pra recomeçar!
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