
A SUSTENTÁVEL LEVEZA DO SER
Na luta na lida
Ter leveza da vida .
Pra ter leveza para a luta
E a luta por esta leveza.
Se tanto há o que nos seja e se faça densa, tensa...
Drama, trama que trama contra-senso e franzir da testa.
Contesta, abra uma fresta, faça a paz e a festa a voltar em si.
Tanta coisa há e toma forma, que nos reforma
E nos conforma, nos apraz, aprazível.
É tudo o que nos traz leveza a caber..
Faz-nos arrefecer e tecer a “sustentável leveza do ser”.
E de viver!!!

Lembro-me há tempos de ter lido “ A insustentável leveza do ser” de Milan Kundera. A história acontece em Praga e em Zurique, em 1968, e atravessa algumas décadas. Narra os amores e os desamores de quatro pessoas: Tomás, Teresa, Sabina e Franz. É permeada pela invasão russa à Tchecoslováquia e pelo clima de tensão política que pairava em Praga daqueles dias.
A trama, o drama, político-social daquele país, naquele tempo país satélite de Moscou, da Rússia ainda comunista, me impressionou. Leitura marcante desde aquele tempo, ainda que hoje a realidade de lá tanto se mudou após a queda do muro de Berlim.
Fica como fotografia histórica de uma época opressora, de uma máquina que não permitia dissidência, liberdade de expressão e existencial e o que tudo isso influenciava na vida de cada um dos países, do povo e de quem era de camadas mais altas. E na desdita no campo pessoal das ditas pessoas comuns.
Mas o título me chamou atenção: Seria insustentável a leveza de um ser? Sempre quis essa leveza, vejo em tantos como fosse uma maior paz interior e uma ótica de encarar e sentir o mundo e a vida. Ainda que a realidade nos oprima, reprima...
Que a todos nós seja concebida, permitida a sustentável leveza de ser e não cairmos em eterna escabrosa insustentável leveza de ser... e dureza de viver!