“Eu tive um sonho...” – assim falava o
mestre Marthin Luther King sobre igualdade de direitos humanos e raciais. Nesse
caso o sonho é pra falar de uma idealização. Porém poderia dizer “eu tive um
sonho...” – e neste caso além dessa idealização, seria um desejo que se traz na
vida, desde ontem, desde sempre.
Há algum tempo falava da mulher dos
sonhos, que entre afeição e atração, amizade amorosa e desejo de paixão, é uma
espécie dessa idealização. Só que com o tempo vamos deixando de lado essas
fantasias e se for a mulher da vida ou de almas afins já basta. Só que coisa é
você aceitar a realidade outra é deixar de sonhar.
Após decepções, vem as frustrações e
as relações homem e mulher sõ muito atingidas por isso. Porém ficam guardado em
nós essa expectativa. E creio eu pode vir do sonho do acordado dos desejos pros
sonhos sonhados. Pelo em mim tem se repetido um sonho periodicamente: uma
pessoa doce, alegre, bonita. O que está sendo reprimido se solta nos sonhos e
acalenta o sonho da pessoa especial dos sonhos.
Umas 5 vezes esses nítidos estertores
sonhadores meneios afetivos como se materializam só que de forma onírica. E ao
acordar é como se tivesse vivido de fato. Uma sensação de euforia se faz
fugidia ao ver o vazio ao redor. Uma vez, ao fim do casamento tive um e vi que
estava numa escala de insatisfação que levava ao fim.
Agora mais uma vez esse moça cheia de
vida e de carinhos, reapareceu. Qual seria a razão desta ser lembrada e a
maioria não? Outra vez que aconteceu foi da morte de pai e mãe e como estivesse
vivos falavam em consolo, o primeiro antes de se ir no dia anterior de seu
passamento. De mãe no próprio dia como que antecipando. Haveria nisso tudo algo
previsto por Freud em relação aos sonhos. Que tal ver o resumo abaixo dele sobre sonhos...
Segundo Freud (1915), sonhos são
fenômenos psíquicos onde realizamos desejos inconscientes. O sonho é o
resultado de uma conciliação. Dorme-se e, não obstante, vivencia-se a remoção
de um desejo. Satisfaz-se um desejo, porém, ao mesmo tempo, continua-se a
dormir. Ambas as realizações são em parte concretizadas e em parte.
Na obra Teoria dos Sonhos, Freud
postula que o homem precisa dormir para descansar o corpo e, principalmente,
para sonhar: "o sonho é a realização dos desejos reprimidos quando o homem
está consciente". Quando o homem dorme, a consciência "desliga-se"
parcialmente para que o inconsciente entre em atividade, produzindo o sonho:
através do id, os desejos reprimidos são realizados. Para Freud, as causas dos
traumas que geram certos comportamentos tidos como anormais estão escondidas no
inconsciente das pessoas, onde estão guardados os desejos reprimidos.
A elaboração de um sonho, segundo
Freud (1915), ocorre porque “existe algo que não quer conferir paz à mente. Um
sonho, pois, é a forma com que a mente reage aos estímulos que a atingem no
estado de sono”. Alguns dos estímulos dos quais Freud fala podem ser restos
diurnos, sensações fisiológicas. Outros estímulos podem ser os pensamentos
ocultos, inconscientes, formados por desejos antigos, recalcados pela censura
do Superego.
Então se chega a conclusão que essa
mulher dos sonhos sonhados é aquela que não apareceu e por isso todo sentimento
em forma de desejo teve que se refrear e volta através do campo dos sonhos?
Pode ser... A vontade de vivenciar esse sonho antigo é transformado em forma de
sonhos que parecem reais. Deve ser isso. Um sonho de amor de adolescente até a
maturidade.
Porém pode-se fazer um paralelo
transcendental, com viés espírita? Interessante, na trama da novela da TV
GLOBO, um personagem chamado Caíque ( Sergio Guizé ) tem alguém em sonho retratado em imagem e
ela aparece na figura concreta de laura - Nathalia Dill. Ou seja, aquela dos sonhos era real e como
veio de tempos imemoriais do passado era como se comunicasse com ele.
Seria bonito crer que não tendo
encontrado quem sonhava na realidade, o faça sonhando? Um dia uma pessoa dizia
que a dita “alma gêmea” – ou seria alma afim? – poderia não ter nascido e por
isso as que se encontra não entram em concórdia até o fim num amor verdadeiro e
duradouro. Fica estranho saindo de uma visão racional como de Freud para uma
espiritual da doutrina de Allan Kardec né não? Pode ser as duas conjuntas? Como
saber?
O fato é: a mulher em todos os sonhos bem
que se parecem, tem o mesmo comportamento, o mesmo comprometimento comigo.
Alguém já teve esse tipo de sonho? A mim ele me persegue e ao mesmo tempo que
traz um sentimento incomum de euforia, acaba em melancolia ao abrir dos olhos.
Não importa num ponto: nos momentos de sonhos se fez de forma até sublime. Uma
vez havia até um parque com um jardim extraordinário. Estupendo isso.
Então fica assim: se ela está ou não
nesse mundo ou num campo espiritual, ela reaparece aqui e acolá nos sonhos. Faz
bem e mal. Como realçasse um sonho antigo de rapaz, cai na mesmice da ausência
no cotidiano. Não poderia jamais dizer que é uma aviso que chegará, já chego na
meia idade. Com certeza essa mulher dos sonhos em meus sonhos é uma musa, uma
ninfa, uma amiga, uma querida, um desejo. Tudo junto e misturado num sonho a
sonhar...
E assim foi: de um sonho sonhado
ficando com um Q de sonho acordado com essa mulher dos sonhos...
Povoa em mim uma pomba de paz
Que adentra meus sonhos como se em
vida estivesse.
Com modos coloridos como diz antiga
canção,
Com alegre jeito doce, uma mulher que embala o sono.
Com sorrisos e falas mansas, beijos e
abraços,
Faz-se mulher dos sonhos fugazes, mas
capazes de dar prazer.
Acordo em meio a cama como pudesse dizer
que ela me ama.
Cordial e meiga, entre jardins de éden já
esteve, tão nítido era que a senti viva.
Um deslumbre de se sonhar... Imagina de
conviver!
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