Final de 1979 a notícia: passei num
vestibular privado. Era para Economia na UGF – Universidade Gama Filhoe no bairro Piedade no subúrbio da Zona Norte do Rio de Janeiro. A
verdade que foi só uma opção dado o malogro do então vestibular para as
públicas pela Cesgranrio. E numa carreira que me era um desafio. Só que era
moda num país desestruturado cursar ciências econômicas.
Tinha pela frente 4
anos, olhava o horizonte e achava tão longa a trajetória acadêmica – e de
repente já se passaram mais de 30 anos que cursei e terminei em 1983. Tão longe aqueles
momentos de estudos por um canudo de diploma, honrei a tradição familiar de ter
nível superior. E numa Universidade que brincavam ser grana firme: não era
barata, mas era de certa forma sólida e boa na medida do possível. Não foi
fácil cursar com afinco e determinação da época.
Hoje sabendo de seu descredenciamento
fiquei pasmo e chocado. Logo a que fui bacharel! É inacreditável como podem ter
levado ao abismo algo que era respeitado, as mais conceituadas em especial eram Medicina, Engenharia e Direito.
Quanto a minha carreira era um
tanto teórica e pouca prática, mas só eu sei as aftas e dores de cabeça que
passei pra concluir, fico de certa forma inconformado, mas não acho que
desmerece o meu título, afinal na época era bem considerada e gestão bem administrada
em nível de sua reitoria.
Como chegaram a esse ponto de fechar as portas??? Dizem com
alto grau de endividamento e má formação dos atuais alunos, torna algo
inaceitável saber da ingerência do MEC de fechar seus cursos. Como ficam os
alunos dela e da Univercidade, outra que interferiram?
Nela, tantos GQ 1, 2 e 3 – provas complicadas,
muitas de Microeconomia e macroeconomia. Trabalhos em grupo complexos como
sobre Dívida Externa, na época junto com super inflação problemas maiores de
infra estrutura do Brasil semi emergente.
Pela primeira vez fiz um curso
eletivo que passei a adorar sobre Mercado de Capitais ao ponto que quis ser profissional
do mercado de ações, a democratização do capital, não fosse aqui o país dos
espertos e Naji Nahas fez jogatina o que deveria ser mera especulação.
Uma
pena, tive que sair pra ser simples funcionário público do Estado, mas os
ensinamentos ministrados lá jamais esquecerei e sei que sou alguém de formação
superior, não importa os descaminhos que não me fizerem realizado de todo.
Quantos créditos cursados, mensalidades
pagas com dificuldade. Num primeiro momento tive choque cultural, fiquei
dependente em algumas matérias, mas ao mudar pra noite ao fazer estágio,
melhorei, amadureci. Passei a passar em tudo. Tinha orgulho de saber manter
firme no propósito de colar grau. E assim o foi. Pelas salas, campus, guichês,
fui parte integrante dessa Universidade agigantada privada.
Sentia-me pequeno
de principio, sai MAIOR em perspicácia e conhecimento. Nada disso vai ser descredenciado.
Levarei as recordações e a herança de ter vencido esse desafio no fio da meada.
Não acho que manchou nem micou meu diploma. Apenas fica a pecha de algo que um
dia foi bom e sucumbiu bem depois, uma lástima.
Triste ver esse gigante agora adormecido e
de portas lacradas. Um lamento só. Que os atuais alunos não sejam discriminados
e não fique em vão o que tanto estudaram até aqui.
Quem sabe haja federalização ou algo que
possa a reverter o quadro tenebroso do fim, do nunca mais. Da UGF de meu tempo um muito
obrigado por ter forjado um tanto a pessoa que sou e serei!
E com vcs Martinho da Vila falando de quem
passou no vestibular particular pra ter seu canudo diploma de papel!
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