DO QUE
HÁ UM FRONT - FRAGMENTOS DO QUE ERA
- NA CRISE EXISTENCIAL
Há um
front,
invisível,
indizível,
dentro de
meu eu,de meu ser-e-ter:
que se
não deixo haver um Waterloo,
batalha
perdida, guerra em terra arrasada,
fazem-me
fragmentos
do que eu
era...
Há de
frente,
lâminas
lancinantes,
dilacerantes,
que se
não são sanguinolentas,
quão que
são cruentas,
desterro
em si,
atropelo
em pi,
agonizantes
na palma solitária...
De
fronte, no cerne, cortam na carne:
ainda que
diante dos dores descomunais
que o
mundo carrega em fardo, estropiado,
pareçam
minimante (ainda que fatalistas).
E que, na
crise existencial,
ruminam, trucidam, ante os nervos lacerados,
a
tripudiar em baixas estimas
e
sensações de agonia e anti-clímax.
- Qual
pior problema do mundo?
perguntou, certo dia, Augusto, tio meu...
- A fome
desumana, as guerras insensatas ,
as doenças terminais, as injustiças
sociais...
Metafísico, saudoso pai desfiava.
- Não! :
o nosso, que é ele que enfrentamos...
é deles
que defrontamos e ressentimos!
retrucou, pragmático, tio Augusto.
Alguns
dirão: - É egocentrismo,
diante
dos dramáticos e trágicos de tantos afora!
Sim, tudo
isso nos toca, mas onde nos consola?
Se há um
mortifico do bom-viver intrínseco, implícito,
em
desdouros e desgostos, tormentos tortuosos,
em seus
pormenores e desdobramentos... a despedaçar.
O que
queremos, precisamos, é em fragata dobrar,
o cabo da
má desesperança...
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