PAIXÃO POR CINEMA – O CINÉFILO “CINEMANÍACO” QUE HAVIA ( E HÁ ) EM MIM
- DA SÉRIE- SOBRE PAIXÕES NA MINHA VIDA Nº
Quando dei por mim nos anos 70, mergulhei de cabeça em algo mais além até de cinéfilo, mas cinemaníaco. Minha vida se misturava nas imagens que via e como nela vivia. Outras porque passaram a me instigar o seu entendimento, sua extensão de metáfora, entrelinhas de existencial. Só muito mais tarde que descambei para o sentimental e o divertido. Houve um tempo de cinemas que não eram em Shopping. Quantas vezes fui a festivais em Copacabana, do cinema Ricamar, do Jóia, do Roxy? E pulava de sala em sala para acompanhar filmes de tantas nacionalidades diferentes., alguns de países pouco vistos, como de Cuba, asiáticos, latinos, e por ai vai.
O primeiro de todos foi sentimental com meu pai: “ A noviça rebelde” – mais de entretenimento, e que se imortalizou em mim com suas belas e marcantes canções. Depois na adolescência sem ser nerd, após ver de Stanley Kubrick “ 2001 - Uma odisséia no espaço” tbm com papi, foi um tempo que passei a gostar dos ditos intelectuais, cinema-cabeça, cinema de Diretor. Adorava os italianos Pasolini, Zeffirelli, Fellini, etc. Gostava dos alemães, Werner Herzog, Rainer Werner Fassbinder, Walker schinlendoorff. Do Frances François Truffaut Amei o filme bizarro e lirico “Johnny vai a guerra”de Dalton Trumbo. Mergulhava na psicanálise filmada de Ingmar Bergman. Muitas vezes no indecifrável aparentemente sem cabeça mas cheio de estilo de Godard. No Brasil as alegorias de Glauber Rocha, as incursões nacionalistas de Ruy Guerra, Cacá Diegues e Nelson Pereira da Silva. Aos poucos que a cultura mais popular americana foi se espraiando, alguns com filmes até mais elaborados em sua temática até os filmes pipoca mesmo, dos efeitos especiais espetaculares para época de Spielberg, pioneiro nisso. E por ai foi. Até hoje passei a gostar do cinema de entretenimento também e por que não?
Era tanto gosto, que imaginei roteiros, cenas que achavam que tinha que ter temas eloqüentes com finais impactantes. Como um simples rapaz de subúrbio, quieto na maioria das vezes iria ser diretor, roteirista, de produções em películas? Não importa. O sonho era maior que eu. Mas como sempre fui realista, deixava quem faria em papel do que se concretizava. Talvez o cinema foi meu primeiro refugio para uma existência que sentia vazia. Lá me integrava, vencia também a solidão de certas horas e deu vazão a minha imaginação, de olho na tela ou querendo forjar uma idéia para ela. De algumas idéias que tive sobre cinema, do que sentia, tentei nos versos e letras repassar. O antigo lema cinema é a melhor diversão, era além para mim, se fosse o caso até de forma indireta trabalhando na extinta EMBRAFILME que produzia os filmes nacionais de época..
Cinema foi a arte dentro de mim de fora pra dentro. Cinema para mim era a melhor digressão, concepção, entretenimento, entendimento. Cinema foi minha primeira incursão na cultura, só que filmada, o foco estava nas imagens, nas falas, nas atuações, na direção do cinema de autor. Um tanto perdi, nem sei se hoje posso dizer que ainda sou cinéfilo, mas com certeza o cinema é algo que vai fundo dentro do meu ser. E com vocês o que escrevi, sucinto de visões cinematográficas, em versos, letras ,crônicas repasso. O cineasta que nunca fui, o cinéfilo ou “cinemaníaco” ainda vaga por ai toda vez que vê um filme em sua completa interação dentro de mim...
ALGUNS FILMES QUE ME FORAM MARCANTES, IMPACTANTES, MAS MUITOS OUTROS HOUVERAM E FICARAM NO MEU IMAGINÁRIO DE CINEMA, COMO CINÉFILO QUE FUI, COMO CINEASTA QUE SONHEI
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