Novelas em geral não são retratos absolutos
da vida real. Mas digamos que tem alguns reflexos dela. E aí se pinça aqui e
acolá algo pra si e para todos. Ainda mais quando escrita originalmente pelo
grande Dias Gomes, ainda que seja num surrealismo fantástico de Saramandaia.
Vamos ao que interessa: um personagem,
médico acho que era, é traído na moita pelo canalha da trama, do ator Marcos
Pasquim. Ela pede desculpas, quer o perdão, ele o faz em parte. Grande foi a
decepção e mágoa, mas pra que alimentar rancor e ressentimentos? Mas voltar ao
que era antes da quebra de confiança? Jamé! Ao que ele diz peremptoriamente
firme:
- De
você eu só tenho indiferença!
Isso que calha, claro. Nada de se
entorpecer do raivoso, apenas se distanciar. E ao final ficou com uma
personagem bem simples, mas que nutria um sentimento verdadeiro, livre,
sincero. E assim terminaram não todos felizes para sempre, mas do jeito que
deu, e vida que se sucedeu e a fila que andou!
Em outras ocasiões, é o inverso: como é
perverso esse modo, na sem tanta razão para a indiferença, de quem tanto nos amou e por isso nos fez
amar. Dois que se conheceram tão íntimos, agora se ignora como um estranho que
não se nota, não devota nem ao menos uma atenção de querer bem, de saber, de
como está. A indiferença é a não presença até nos pensamentos, quiçá dos
sentimentos.
Isso falando amiúde de nós comuns, mas
existe a indiferença que faz diferença: a grande indiferença desumana a
miséria, a fome, as guerras pelo mundo, a dor existencial das pessoas, a
infância perdida de tantos, as drogas que consomem, o desemprego e a
necessidade que permeia. Tantos clamam em vão cai no vão do vazio de pessoas e
governantes. A indiferença infame.
Muitas vezes a indiferença vem em sequência de uma causa que a faz consequência.
Porém...
Da indiferença amorosa: é a desatenção que machuca e maltrata!
Na indiferença desumana: a desconsideração que desampara e destrata...
Muitas vezes a indiferença vem em sequência de uma causa que a faz consequência.
Porém...
Da indiferença amorosa: é a desatenção que machuca e maltrata!
Na indiferença desumana: a desconsideração que desampara e destrata...
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