Neste dia 25/07 é dia do escritor e justo
neste dia, recente foram ceifados do mundo literário e cultural deste plano de
vida, três monstros sagrados, consagrados: os libertários literários João Ubaldo de Oliveira,
Rubem Alves e Ariano Suassuna nessa ordem. Ficamos mais pobres de intelectualidade
misturada com humanidade. Por conta que os três também eram figuras ímpares
como seres humanos e divulgadores da boa escrita e seus meios de propagando
idéias e ideais.
De João Ubaldo de Oliveira, um baiano da
ilha de Itaparica, universalista em seus escritos, seja como cronista, contista ou como romancista,
pela primeira vez me aproximei de seus escritos através de “Sargento Getúlio” que
tinha ares como diz a crítica de Graciliano Ramos e Guimarães Rosa, ao estar em
livraria fiquei curioso, comprei e li com gosto no seu jeito de ver profundo o
homem brasileiro. Tempos depois virou filme com Lima Duarte no papel principal,
e ele ajudou como roteirista. Os livros expressivos extraordinários “Viva o povo brasileiro” e “O sorriso do
lagarto” o fizeram notável mais ainda ao ponto de chegar como imortal na Academia
Brasileira de Letras. Teve muita mais, porém foram esses que destacaram para
mim.
Confesso que o mineiro Rubem Alves era o menos
próximo do que já li e sei a mais. Vejo que era acima de tudo educador. Porém é
relevante sua obra literária, mais voltada a temas religiosos em forma de
teologia, existenciais e claro dentro de sua seara área educacional. E ainda
por cima em livros infantis. Suas frases pelo que andei lendo são um alto ego
que cabe a muitos de nós, é quando o pensamento próprio vai além de si.
Ariano Suassuna, o nascido paraibano radicado em terras pernambucanas, foi de todos aqui
homenageados, o mais marcante pra mim: desde sempre o jeito meio cordel meio fábula
de “Auto da Compadecida” me fez sempre sorrir com as agruras de Chicó com o seu
“só sei que foi assim” em suas histórias fabulosas e o frágil mas esperto
amarelo João Grilo precisando no além da morte, da condescendência de Nossa
Senhora no tribunal celeste destarte o
maligno que o queriam punir além de outros que se forma na trama: o cangaceiro,
o padeiro e sua esposa, o Bispo e o Padre local, todos ditos pecadores, eles
eram um “quê” do popular homem do interior nordestino que luta na adversidade e
não perde a graça. Li a obra em forma literária, a vi teatral, pois ele era
também dramaturgo de mão cheia ( como foi na peça " O santo e a porca" ), e em forma de livro que li e
reli, e em seriado e filme de sucesso.
Só que a primeira vez que me chamou atenção
por Ariano foi com “A pedra do Reino’ num tema que ele tanto gostava: o
sertanejo caboclo do nordeste, em meio ao misticismo de ditos profetas
populares, feito o Antonio Conselheiro, este seu baseado em outro personagem
que existiu de fato no sertão nordestino. Sempre foi alguém ligado ao popular
regional que se faz universal. Esteve a frente de projetos como o Movimento Armorial,
que levava a cultura popular regional de forma mais erudita e levada em
projetos culturais. E foi além de tudo um ensaísta e seus pensamentos
humanistas são freqüentemente divulgados.
Não importa que agora eles não estão nesta
vida, se foram: suas obras ficaram vivas em legado, e a lembrança de homens cultos sim, escritores
maiores, mas acima de tudo sábios, serenos e de fina estampa da grandeza
humana....
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