A VIDA E O TEMPO NO CALENDÁRIO
“Bendito quem inventou o belo truque do calendário, pois o bom da segunda-feira, do dia 1º do mês e de cada ano novo é que nos dão a impressão de que a vida não continua, mas apenas recomeça...” - Mário Quintana.
“O ano novo cochila em nós” - Drummond de Andrade.
Para mim foi assim distribuído:
1989, 2003 e 2008 – anos desastrosos, tenebrosos
1988, 2007, 2009- anos coloridos, esperançosos.
2010 – a mescla de ano dolorido e deleitoso.
É estranho ser assim, fazer de um ano, um dia, uma semana, momentos distintos. O ano a principio não muda de um para outro, somos os mesmos, as estruturas as mesmas, mas não acontece? Um ano que queríamos ter esquecido pelos fatos marcantes destoantes, desequilibrastes com de anos delirantes, deliciosos e às vezes em seqüência?
Drummond acha que qualquer dia para outro podemos ter ou fazer a transformação, a mudança, a evolução. mas o fato que muitas vezes a mudança de ano nos renova ou nos desencaminha. Eu os tive na seleção que fiz de três anos de balanço positivo e três bem negativos. Os anos se sucedem como invenção humana, mas eis que às vezes os anos se sucedem para nós, em nós.
Mas existem os de altos e baixos, eu diria o 2010 foi assim, ano de perdas, uma amorosa de alguém marcante e de a maior de todas a mama mia, e meu coração machucado em dobro. Ao passo que logo depois o ano novo cochilou dentro dele, procurei outra pessoa para sonhar, tentei em ações superar o trauma da mãe que se foi, criei finalmente meu blog. Um ano novo dentro do ano.
Ou seja, meus caros, o ano que muda ou a semana, tudo pode ser ilusão criada na batida dos relógios e sucessão das folhinhas do calendário, mas ele às vezes acompanha nossos ritmos de vida cotidiana nas circunstâncias. Um vai-e-vem, zigue-e-zague, sinuoso de altos e baixos e assim seguimos nossa trajetória, um dia, uma semana, um ano, após outro. E nós fazendo nossos destinos na linha do tempo que se sucede.
Um dia o hoje é tempo de recordar, então demarcamos nele o melhor que pudermos no que dispusermos. Cada período de nossa passagem terrestre vai correndo, às vezes acelerado outras arrastado, mas tudo segue, prossegue e nós agentes e passivos nessa história, de tempos de humanidade e hombridade. Na busca incessante de um tempo mais feliz!!!
O dia, a semana, o mês, o ano são tempos de calendário, mas nossos ideários seguem alem dos momentos, idos e subseqüentes, vida que cochila e acorda em nós... Ontem, hoje e sempre! Do inicio ao fim do ano, do nascimento até o fim de todos nós. Ainda que não mesmo jeito e forma em reforma...
Como canta Lulu Santos...
Nada do que foi será
De novo do jeito
Que já foi um dia
Tudo passa
Tudo sempre passará
A vida vem em ondas
Como um mar
Num indo e vindo infinito...
O TEMPO... ( por Quintana )
- ao som do rock sinfônico de
Pink Floyd "TIME"
