COMPLETADOS EM
“ 25
anos e minha vida está parada,
estou
tentando subir essa grande montanha da esperança
por
um destino”
(
tradução de trecho da balada rock “Whats going on, what’s up -
cantada por Four Non Blondes ).
Escutava
outro dia essa canção no youtube e esse trecho da letra me fez
lembrar de quando fiz 25 anos em 10/12/1984, 33 anos atrás. E me perguntava refletindo “o que
está acontecendo".
Não havia a distopia de George Orwell, diziam haver ditadura, quando era mais um regime militar ao qual passei sem qualquer repressão não sendo comunista.
Havia
1 ano que me formei em economia e me fecharam as portas ou porque
não tinha experiência apesar do estágio que fiz ou porque minha
formação era maior que previa certos cargos.
Cargos
públicos não faziam concursos que estavam nas mãos de politicos
que prometiam ajudar só pelo voto e não cumpriam.
Passei
o ano de 1984 tentando fazer curso pro único concurso existente de
fiscal de ISS da Prefeitura do RJ. Que não deu em nada, Assim no
campo profissional era estagnação só.
Em
termos culturais, a vontade em forma de utopia de escrever letras em
canções e de roteiros pra cinema que não saiam do papel.
Os
colegas que se faziam de amigos de rua ficaram pra trás quando
mudamos em família de endereço. Um quase isolamento em que buscava ver filmes como escape a solidão.
Até
porque as pretendentes a namorada, as que não gostei que me
procuraram, as que adorei ficou num campo platônico do que poderia
ser e não era.
O
quanto sabia de muitos que aos 25 já conseguiam seu primeiro milhão
em mercado financeiro ou se consolidavam em bons empregos ou
empreendedorismos.
Falar
a verdade, estar parado não significava não tentar e almejar e eu
era vítima que muitos outros jovens na época sofriam e até
sucumbiam.
Então
a esperança está lá latente de viver e alcançar objetivos, fazer
seu destino em nossas mãos. A lacuna deixa nos perplexos e
incomodados. E agoniados até.
Porém,
dentro de nós a incerteza não faz com que desistamos. Por mais que
pareça congelado o destino que queremos chegar.
A
razão de estar aqui relatando tudo isso, é que ao virar o ano para
1985, aquelas vontades não foram cerceadas e bloqueadas.
Descobri
através de marido de amiga o mercado de ações como investidor e
até como profissional, preparando para atuar lá.
Tempos depois a crise do mercado pelo mega especulador Naji Nahas implodiu trabalhar...
Porém propiciou ao menos ter conseguido casa própria, ainda que simples mas minha propriedade.
Tempos depois a crise do mercado pelo mega especulador Naji Nahas implodiu trabalhar...
Porém propiciou ao menos ter conseguido casa própria, ainda que simples mas minha propriedade.
Apareceu
alguém, que apesar dos dissabores, mantive relacionamento posterior
de 3 anos e 10 meses e após isso com outra tive casamento por 11
anos.
Descobri
a poesia e crônica , que me fez um canal pra desabafar em forma
literária, apesar que sempre digo que não escritor e sim apenas
alguém que escreve o melhor possível.
E
passar em concurso que estou até hoje. Que bem ou mal mantive
estabilidade de emprego e base pra bancar despesas a minha vida e de
filho que tive.
Ou
seja, a vida se recicla, se refaz, ainda que sem o brilho imaginado
em esplendor, e apesar de às vezes que ela volta a ficar parada como
inicio dos meus 25 anos, ela pulsa de determinação em perspectivas.
Tive
um destino afinal. Que se não onde merecia em forma mais ampla, ao
menos não olho pra trás e direi que nada aconteceu.
Não
tenho sucesso, mas tenho ao menos a certeza do dever cumprido de ter
ido além da sentença que a vida estava parada. Ela foi um rio que
seguiu seu fluxo...
Em 1984, às vésperas de completar 25 anos, fomos ao antigo Canecão em Botafogo ver Caetano Veloso, lançar o álbum "Velô", época que ele se restringia a ser bom cantor e compositor e não de seu proselitismo esquerdizante de hoje. O mais importante é na época estar ao lado de meus queridos entes familiares vivos, pai e mãe. Época de vida não muito boa em termos gerais que aqui descrevo em post de meu blog, porém havia essa riqueza da presença inestimável paterna e materna, me é tão faltosa hoje em dia! Saudades eternas!