Cada 5 anos parece que valem por 1 - ter o viço de 25 anos,
com o vigor da maturidade inserida nos 50 - pleno como
sempre, maravilhoso como nunca –
ao se fazer idade ser como motor 5.0 -
e Victor Hugo falou que 50 é o jardim de infância da terceira idade -
se assim for...
Somos criancinhas redescobrindo novas facetas do mundo
que nos rodeia do ponto que estamos e estabelecemos -
quase metade do ainda viver e crescer
dentro de si - se Deus quiser.
Um sopro de vida além do bolo com o 5 e o zero!
Parabéns pois...
pra mim na data de hoje:
Meu aniversário!
·
Dos 5 aos 5.5 anos – múltiplos quinquenais, idades pontuais.
Diversos ideais, gênios, jeitos e histórias, mas era a mesma pessoa.
Com 5 era só um menininho, acho que só
devia no pai e na mãe espelhar, num olhar ainda inocente, pingo de gente a se esbaldar.
Menino retraído e ao mesmo tempo leve, ainda com vó materna Maria Pereira em
São Cristóvão, a gente a sair dos cafundós do Murundu pra Estrada do Realengo
em Padre Miguel . Era tempo lúdico, não havia ainda a escola, só brincadeirinha
de criança e a esperança da mãe Lucia de bem cuidar. O menino homem que ela
tanto queria havia sido gerado, agora gerido ao novo ser a ser criado. Bem
criado – no sentido dos bons valores em meio ao mundo iniquo. Era tempo de
brincar e ver TV. E naqueles idos boa parte em P & B e quem se importava.
Não existia games, tinha que ser criativo e as brincadeiras de rua de criança
ajudava e dentro de casa a imaginar modos de se entreter.
Com 1.5 havia o adolescer que se achegava. Alguns
confundiam o arredio com timidez e era mais inibição ao inóspito desumano.
Diante do que depois se chamaria bulyng.
Até que se soltava com coleguinhas de rua nos bate bolas do futebol na
calçada da Estrada do Realengo em Padre Miguel. A jogar totó e futebol de
botão. E no futebol de verdade se esbaldar com o Zico em começo de carreira a
fazer golaço no Maracanã – como torcia pelo Mengo naqueles tempos, com meu pai
era cheio de graça da euforia! A ouvir os sons das paradas com os coleguinhas
de rua. Fugi do colégio agressivo aos 14, repeti ano aos 15 mas me enquadrei
num meio mais afeito ao centro de Bangu. Nessa fase a gente começa a se definir
como pessoa humana e alí começou o rapaz que sonhava com a namorada amiga
enquanto a rapaziada de lá queria eram os bailes suburbanos do Bangu clube e do
cassino Bangu e eu começando adorar era MPB. E cinema e teatro de qualidade,
não era elite mas gostava do mais apurado e não do massificado. Sou o que sou e
sempre seria não diferente – mas diferenciado, e muito obrigado viu?
Com 2.5 chegando fui deixando de lado a
juventude de arrabalde e já era bacharel em economia da Universidade Gama Filho
que hoje é só lembrança fechada. E que se fazia fomento na ramificação pelas
ações da Bolsa de valores do Rio de Janeiro a pleno vapor nos idos anos 80 ainda
que em meio a maior crise brasileira entre planos cruzados que não deu certo,
qual futuro a essa geração era dado? Saindo da ditadura, estive no “Diretas já”
na Av. Presidente Vargas na Candelária em meio a multidão. E por esses tempos
incertos a primeira ilusão amorosa: alguém surgia, me aprazia de relacionamento
estável e achava que era pra sempre, quando eterno era só o momento. Era época de conhecer mais a fundo a poesia e
a crônica, primeiros escritos pra desabafar. Ao fim a quebra da corrente entre
o profissional e pessoal a primeira crise existencial e só a família que me
valia – pai Donário e mãe Lucia doutores de ouro, já canta Djavan, é ouro de
mina. Fora a mana Denise. Os colegas de rua não são amigos, se foram já Av.
Santa Cruz. Tinha a mim mesmo isso sim pra dar a volta por cima...
Com 3.5 acontecendo, a contenda de um bom embate
se fez em combate, achava que vivia nova era. Solidificando estruturando em
vida. Já na estabilidade ainda que simples de funcionário público do Estado, já
estava casado em humilde, mas digna residência, as ações serviram ao menos pra
casa própria. E logo a seguir a responsabilidade maior: o filho que chegava
Eduardo, que se achega. Eu que renegava no passado ter paternidade, nas
dificuldades e dissabores do mundo e do país, tinha que me acertar nesse novo
ser que era nossa guarda. Confesso que cantava tolices líricas ao filho. Levava
e trazia pra creche, pros avós. Pai de primeira viagem meio que me comportei
como paternidade presente, sendo do marujo a capitão do navio chamado lar. Em
conjunto com alguém que apoiei e acolhi, a mãe de meu filho numa escolha que se
hoje parece equivocada, foi a que fiz e de certo modo aconteceu e virou
manchete de mim mesmo. Não sei dizer se foi um segundo amor, mas com certeza criava
uma estabilidade emocional. E um sentido de responsabilidade como nunca antes
em minha vida, aquele menino e rapaz meio que assustado de outrora se fazia
homem em pleno poder de decisões em meio a desafios.
Eis que os 4.5 adveio e veio cheio de
desconfortos. A separação de corpos e almas. O divórcio. Tudo de novo de novo –
estava só comigo mesmo. Como prosseguir e voltar a ser o cara solitário ainda
que esteja na multidão. Só me restava a mais o filho que precisava dar um
futuro. E assim tomei as rédeas dele e ser um dono de casa, eu cuidando mais de
mim mesmo. E pra não entrar na crise existencial dos 40, o jeito foi mais
escrever. Pena que as letras que um dia fiz com melodias deixei de lado, mas as
crônicas e poemas que lá na juventude apenas alinhavava, agora se desenhava em
contornos definitivos. Espécie de catarse. E o trabalho em ferramenta de ser
criativo ainda que na rotina burocrática de . Lembro que uma canção escutada
nos 2.5 ecoava nos 4.5: Legião Urbana – olho no espelho e não tenho mais o
tempo que passou. Sim, não tinha mais, com algum a frente a passar. E tudo que
passei está no que fui e no que sou. E que tal voltar a tentar encontrar alguém
especial? Nas redes sociais e nos meios sociais. A internet entrou de sola
nesta fase. Não é bengala, mas forma de extrapolar e interelacioanar com gente
de tanto lugares diferentes e distantes, ao ponto de aproximar morando
distante. Ou a quem estava próxima mas desconhecia. Entre encontros e
desencontros vai se levando a vida.
Ano passado 5.5 cravou. Crise dos 50
haveria? Uma vitória: entre trancos e barrancos, fazer filho acabar segundo
grau de informática e agora ingressar na faculdade. Olha só, fazendo o destino
do rebento, um tento a favor, gol de placa. E o gosto por ter criado o Blog que
repasso tudo isso que aqui descrevo. Não sendo escritor, mas alguém que
escreve, é forma de me expressar, de contar minha história, minhas opiniões,
repassar sentimentos e sentidos do meu mundo e do que passa no fundo da
essência do meu ser. A vida segue aparente rotineira. Voltou o gosto por ver
filmes junto do filhão através de downloads de internet. Quanto ao amoroso,
algo moroso, após mais algumas digressões. Melhor seguir por si mesmo quem
sabe. Já não tenho meus pais, ó que falta eles fazem, os únicos que amaram de
verdade, ainda que paizão sem perfeição como humanos que foi e mama mia virou a
amada imortal no céu que a acolheu. E Mana Denise virou meio que mãe a saber e
acontecer, irmão tem que ser assim unidos ainda que haja discórdia em meio a
concórdias.
E agora? Os anteriores 5 a 5 se foram. Hoje
faço 5.6, mas chegarão os 6.5, 7.5, 8.5 se Deus e o destino assim o permitir. Quem
sabe possam continuar a ser dignos. Alguns dizem ser a melhor idade, alguns
detratam ser a terceira idade só mais desconfortável fisicamente perto do fim.
Mário Quintana já dizia que a melhor idade é o agora que você vive. Não
importa: a porta está aberta, a vida que segue, prossegue, não descarto o que
passou, foi experiência, é lembrança, herança que trago em mim para até o
último suspiro. Não sei se serei esquecido por completo ainda que repassando
tudo isso que aqui registro nos anais de minha história pregressa. Não regressa
mais nada, não tenho como mudar os erros do passado, mea culpa, nem tem como
ficar atrelado aos acertos numa vida certinha mas enfadonha. Quem sabe ainda
possa editar um livro ainda que não tenha sucesso. Registar musicalmente o que
era letra se fazendo de poesia. Continuar a fazer observações no dia a dia
cotidiano pelo PC ou pessoalmente. Somos frutos de nosso tempo. Volta de novo a
ecoar a canção que diante do espelho não temos mais o tempo que passou, mas o
que dele ficou e do que se fará nos seus dias restantes que está diante de meu
( e do seu ) nariz caro leitor que teve paciência de saber desse ser comum sem
fama, com restrita grana, mas que se vale da rica sapiência da experiência...
Etários cronológicos estágios de vida. Etapas em resumo, em suprassumo.
A se espelhar na imagem com idêntica imagem
e identidade. Em cada idade.
OUTROS
Minha história - com Chico Buarque de Holanda
Vc é meu querido irmão e nunca será esquecido. Agradeço a Deus e aos nossos pais por vc existir. Melhor irmão não poderia ter. Conte sempre com sua irmã, seja nas horas boas ou ruins. Feliz aniversário!!! Te amo demais. Bjs.
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