Na ida-e-volta do trabalho na condução
costumo escutar com fone de ouvido no celular rádios FM. Algumas
vezes pra ouvir músicas ( em geral MPB ), alguns de entretenimento e
divertimento e em alguns casos debates misturado a noticiário.
Foi num desses vais-e-vens que escutei o
proeminente jornalista e analista político-social Ricardo Boechat
após ausência até então não explicada, confessar que esteve
preso numa espiral depressiva e só após tratamento de remédios
pode sair da tormenta.
Ele foi transparente de contar e foi desses
casos em que o problema se originou de mudanças químicas cerebrais.
E uma prova que depressão não é sinônimo de alienação e
fraqueza, nem é fruto de fracasso humano.
Logo quem relatava sua luta de sair dessa é
alguém de sucesso, realizado, forte e firme em seus propósitos
profissionais e pessoais. O caso dele era de quimica cerebral a ser
tratado com remédios anti-depressivos. E só.
Há quem precise de terapia, quando é algo
que vai além em angústia e apatia de sua psiquê. Há sim outros
que se deve buscar alternativas de vida pra superar por conta de algo
que mistura depressão com melancolia, a vida bate fundo dentro de
nós abatendo. Esse foi meu caso...
Longe de tentar dar explicações e métodos
de combate ou cura, não sou especialista, só queria tirar o estigma
de fricote desse mal que para muitos é o mal do século. Quando se
pensa em câncer diria que nem tanto, mas não importa: é mal e nos
faz mal.
Tive circunstancias terríveis de defrontar
em 1989 e 2003, porém quando nem tanto o era em 2008, a mais forte
me acometeu: aquela em que ficamos reféns de pensamentos negativos e
o corpo se prostra na cama e não dá vontade de sair, trabalhar,
fazer nada.
Não imaginem que basta dizer: basta! Vou
sair dessa. Pode ser mais forte que nós. E assim fiquei nesse
redemoinho na alma e id, Minha identidade no mundo se perdia, era
apenas alguém que se tolhia a dor, inclusive física na constrição
do coração.
E até tonturas. É como fosse um redemoinho
em si mesmo. Há quem precise de terapias psicológicas e
psiquiátricas. Ou como no caso do jornalista medicamentosa. Se
preciso busque ajuda. A minha fiz em mim mesmo um ajuste interno.
Drummond diz em verso que o ano novo cochila
em nós. Por coincidência no reveillon de 2008 para 2009 peguei
filhote fomos pra praia Recreio dos Bandeirantes bater bola e ver os
fogos e prometi a mim mesmo sair dessa. Nada e ninguém vale nosso
estupor e dor eterno.
Tive sorte de conseguir por mim mesmo,
fazendo de 2009 um ano cheio de surpresas e posturas inclusive
voltando a escrever mais e encontrar alguém amorosamente. Alguns
dirão que então que é isso, basta querer que é poder- nem sempre
digamos.
Há quem precise mais, até se internar para
não cometer o mal pior que é o suicídio que acaba perpassando quer
queira ou não. Importante reagir e buscar algo que faça sair da
redoma que nos refugiamos do mundo do qual ficamos inseguros de
voltar e se abandonar, depreciar e até auto flagelar,
Depressão não é frescura, não é
fraqueza. Apenas perdemos o plumo e o rumo e devemos buscar o nosso
eixo de volta. E voltar a vida plena. Acaso seja sistemático vai
combatendo dia a dia. Se for sintomático por um período, não
deixar que vire o primeiro, pois podemos prisioneiros ficar.
Uma conhecida amiga de família cabeleireira entrou num surto
depressivo e anos a fio lutou contra essa forma regressiva de
espírito, Sua família e amigos foram seus esteios concomitantes com
tratamentos pra sua digna vivência apesar do mal. Se não sair ao
menos controlar.
Só que feito a depressão geográfica, é um buraco que se não der
pra contornar como sempre sinto que vou cair o faço e refaço constante, se entrar, sair, que se suba dele
escalando de volta a planície. Seja artífice de sua cura ou sua
reintegração a vida ao menos em ação de causa e efeito ao que se
faça refeito.
Depressa lute contra a depressão. Não só
por familia, emprego, sociedade – mas pra si mesmo vitorioso,
voltando a ter prazer até nas pequenas coisas da vida que a
depressão faz desgostar. Ame a si mesmo e seja uma aliança pra todo
sempre contra ela e o que lhe fizer mal...
E se mire como Ricardo Boechat falou e disse...
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