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UM ABRAÇO AFETUOSO DO TAMANHO DO MUNDO PARA TODOS!































23 de novembro de 2015

E POR FALAR EM ILHA... PAQUETÁ! ILHA DOS AMORES E DAS PESSOAS COMUNS



E POR FALAR EM ILHA... 

A Fiscal foi imperial, a Paquetá ilha dos amores virou prazer das pessoas comuns!


Já foi a ilha dos amores a primeira vista de D. João VI  que ficava no Solar D’El Rei  por lá e foi moradia exílio doméstico do patriarca da Independência José Bonifácio.




Porém ela é visitada desde sempre por pessoas que nela buscam um recanto “pra se aquietar” como canta Luis Melodia em que a cita.

Sim, sempre fomos lá em família e amigos. Visto que virou um bairro, de Catamarã na praça XV as buscávamos, em especial nas manhãs de domingo.



Em Angra dos Reis as ilhas dos abastados, Paquetá da gente simples do Rio. E de seus moradores, que em seu contorno fazemos breve por sua pequena extensão.



Já foi dos Tamoios e seu líder Guaixará – que chamavam a ilha dos pacas e atás ( muitas pacas) - Paquetá,  aí os franceses a tomaram, fundaram em 18 de dezembro de 1556, data que ficou como aniversário da localidade, até o dominio português resgatar em seu passado de luta.




Até que fez parte da Coroa até virar um bairro que  não por acaso nos serve de lazer. De andar de bicicletas individuais, a dois e coletivas, de charretes, de pedalinhos.









Casais, pais e filhos, amigos e solitários vagam por suas ruelas sem carros e silhuetas de naturezas. É com certeza um passeio aprazível familiar.




Houve tempo que se banhava em suas águas da baia da Guanabara onde se encontra, hoje imprópria ao banho  se levado em rigor. Há quem não o faça. vão pelo passeio e visual em si.




Hoje mais pelo seu charme simples bucólico. Como voltássemos no tempo, destarte começaram os problemas degradantes que no Rio fugimos, uma pena!







Fico a lembrar o dia que de pilequinho de capirinhas lá cheguei  com pessoal lá sem lembrar como foi depois! Muitos lá usufruem de noite - by night, dos bares e restaurantes de lá.



Paira um quê de romance na Pedra da Moreninha, no que é baseado em livro do romantismo de Joaquim Manoel de Macedo, em relato de um amor pueril. E há ainda o real de dois indios, Aotin e Ahy em que a pena do amor é que se perdeu.







Na ponte dos suspiros os ais de saudades do escravo João da Saudade por sua família que ficou na África. Que bom que hoje lá vão famílias unidas, integras, integradas ao local!


E na pedra dos namorados, a lenda a busca do amor eterno embala quem faz do romantismo ainda seu  diapasão, sua paixão.


O baobá chamada de Maria Gorda diz quem a beija tem sorte grande - eu que só tenho pequenas ando precisando da frondosa árvore oscular! rs



Eu após casar, fui com ex esposa e mamacita a usufruir de dia de encanto pessoal. Saudades de tempo bom antes do desenlace. E da presença maternal marcante em dupla ao pedalo.


Foram tantas idas e vindas dela. Que ainda  fica a vagar no ar seu nome...



PAQUETÁ PAQUETÁ!




Primeira canção que  fiquei a ouvir Paquetá... pra aquietar!

- Luis Melodia.


Los Hermanos tem essa canção com título "Paquerá"
- será inspirado pela ilha dos amores?



Textos abaixo colhido em outra postagem de outro blog - curiosidades!

Uma das histórias mais conhecidas sobre a Ilha de Paquetá – e que a colocou no mapa, é o romance tamoio do século XIX, “A Moreninha”, de Joaquim Manuel de Macedo. É na Pedra da Moreninha, localizada ao final da praia dos Coqueiros, onde a Moreninha esperava pela volta de seu namorado. 

Há também uma lenda indígena, do casal Aotin e Ahy, denominada “Lágrimas de Amor” que tem como tema a mesma pedra.- Além da Pedra da Moreninha, a Pedra dos namorados também foi palco de outra lenda, onde dizem que deve-se atirar 3 pedrinhas de costas, em direção ao topo da pedra. Se ao menos uma não cair, fica com ela a certeza do amor correspondido e eterno.

- Nosso Príncipe Regente Dom João VI frequentava Paquetá e passava as noites no Solar D’el Rei, que hoje abriga a Biblioteca Pública do bairro – apesar de estar fechado para reformas.

- Apesar de Paquetá hoje ser pacata, em 1893 houve a Revolta Armada e seus mortos são homenageados no “Cemitério de Paquetá”.

Uma volta ao Rio de Janeiro do início do século XIX. Assim pode ser descrita a viagem até a Ilha de Paquetá, distante apenas uma hora do Centro do Rio. São 455 anos de história desde que a ilha foi refúgio de Dom João VI e abrigou o patriarca da independência, José Bonifácio. 

Com seu casario centenário, suas ruas de terra e pouquíssimos veículos motorizados, o bairro mais bucólico da cidade investe em atrações culturais para atrair visitantes, sem deixar de lado o clima de cidade do interior.

E dicas da VEJA RIO para quem for lá...

1- Parque de Darke de Mattos

A área verde à beira-mar oferece vista extraordinária do Rio. De lá, é possível ver Niterói, o Pão de Açúcar, o Cristo Redentor e o Maciço da Tijuca. O melhor é aproveitar a sombra das árvores para caminhar. Ou sentar em um dos bancos e relaxar ouvindo apenas o barulho das ondas.

2 - Praia José Bonifácio

A bela praia recebe o nome daquele que é chamado de o Patriarca da Independência. José Bonifácio viveu ali entre 1830 e 1838 e enfrentou momentos difíceis ao ser proibido de deixar a ilha após romper com D. Pedro I. É um dos locais com mais atrações na ilha. Há pedalinhos, que podem abrigar até duas pessoas, caiaques, restaurantes e bares.



3 - Ponte da Saudade

Em frente ao número 31 da Praia José Bonifácio, a ponte, que na verdade é um píer, tem esse nome em homenagem ao escravo João Saudade. De acordo com a lenda, ele foi separado de sua família na África ao vir para o Brasil e, diariamente, visitava a ponte para rezar pelo reencontro. Do píer se vê a ilha de Brocoió, utilizado como residência de verão do governador do Rio.

4 - O baobá

Localizada na Praia dos Tamoios, a enorme árvore de origem africana tem cerca de sete metros de circunferência. A planta é apelidada de "Maria Gorda" e foi tombada em 1967. Segundo uma lenda local, quem faz carinho na árvore é recompensado com a sorte eterna.

5 - Casa das Artes

É o centro cultural de Paquetá e abriga uma biblioteca, recitais de chorinho, exposição sobre a história da ilha e da Baía de Guanabara e projetos de capacitação para jovens, entre outras atrações. Restaurada, tem em seu quintal o Arte & Gula Café, que serve lanches simples. O casarão fica de frente para a Baía de Guanabara e vista para a Serra dos Órgãos. O centro funciona diariamente, das 10h às 17h.

6 - Praça São Roque

Um dos pontos mais antigos de Paquetá, recebe o nome do padroeiro da ilha. É ali que fica o lendário Poço de São Roque. Reza a lenda que suas águas eram milagrosas e curaram uma úlcera na perna de Dom João VI. Na praça também fica uma capela para o santo, uma joia arquitetônica construída em 1697.

7 - Igreja do Senhor Bom Jesus do Monte

Localizada na porta de entrada da ilha, na praia dos Tamoios, fica próxima à estação das barcas. A construção original da paróquia

data de 1763 e foi reformada no início do século XX. Seu interior é simples e em estilo neogótico.

8 - Pedra da Moreninha

A dica é óbvia, mas não pode deixar de ser citada. A Pedra da Moreninha tornou-se nacionalmente famosa através do romance "A moreninha", de Joaquim Manoel de Macedo, publicado em 1844, e da novela de mesmo nome, exibida pela TV Globo nos anos 70. Localizada na praia da Moreninha, seu acesso foi reformado e está em bom estado de conservação.



9 -Bar do Zarur

O barzinho abriga uma das mais famosas rodas de samba da ilha e é ponto de encontro de moradores. A festa animadíssima acontece todo terceiro domingo do mês e começa ao meio dia. Para acompanhar, fazem sucesso os pasteizinhos de camarão (R$ 3,00, a unidade).

10 - Os moradores

Os habitantes da ilha são uma atração a mais. Como numa cidade do interior, muitos cumprimentam os visitantes na rua e jogam conversa fora no portão de casa.No fim de tarde, é comum ver grupos de vizinhos sentados nas calçadas, cena rara em metrópoles estressadas.

Centro de Visitantes de Paquetá (Paquetur): funciona bem na entrada da ilha, em frente à estação das barcas, na Praça São Roque, 31, 2598-4242.

9 de novembro de 2015

A ILHA FISCAL E O ÚLTIMO BAILE EM SUSPIRO DO IMPÉRIO!




Nesta Ilha chamada Fiscal, ex  "dos ratos" ( argh!  rs) tem um palacete onde houve o último baile do império, onde a família imperial com convidados da realeza,  como que deram adeus em 9 de novembro de 1889 ao Império para 6 dias depois se proclamar a República!


Lá no inicio da Baia da Guanabara nas imediações da Praça XV se avista a Ilha Fiscal. A quem não sabe, há passeios marítimos pra lá pela Marinha. 


Eu em frente à paisagem na Baia de Guanabara  onde há a Ilha Fiscal.



Quem quiser é neste prédio amarelinho, próximo da Praça XV,  em estilo clássico histórico que abriga o museu naval da Marinha, que tem bom acervo histórico desta força armada, que se compra ingressos pro passeio pra Ilha Fiscal que hoje completa 126 anos do Baile do ultimo suspiro imperial.


Em frente ao prédio da Marinha onde se compra as passagens pra ir na Ilha Fiscal há essa breve e concisa explicação ( CLICA EM CIMA PRA LER MELHOR ) sobre a Ilha Fiscal...


No cartaz ( CLICA EM CIMA PRA LER MELHOR ) a explicação dos horários pra ir na Ilha Fiscal  Vale a pena conferir. ‪#‎ficaadica‬.




O passeio se faz de fragata da marinha, em que se chega a este interessante local, que além do turismo em si é uma imersão na história do Brasil Imperial em seus últimos instantes.







My family foi há pouco tempo atrás lá. Nas fotos minha sobrinha e afilhada Renata Manfredini, sua mãe e minha mana Denise Manfredini e a queridinha sobrinha-neta Paolla, além da prima desta. 

QUANTO AO ÚLTIMO BAILE DA ILHA FISCAL  QUANTO AOS FATOS HISTÓRICOS: FOTOS  E IMAGENS DE SEUS REGISTROS...










Quanto a descrição das histórias do baile da Ilha fiscal na graça de 9 de novembro de 1889, seis dias antes da proclamação da história, deixo pros pesquisadores e historiadores. Pesquisem  e saibam mais no Google, leiam livros, resenhas, o que dispuser às mãos e olhos!


A parte o dia do ultimo baile, imperial às vésperas em que se depôs D. Pedro II, este,  diga-se de passagem era um estadista esclarecido, diferentemente dos presidentes republicanos que vieram.

 Não sou monarquista, mas reconheço isso! Faltou ele o pulso firme do Pedro I, que no entanto era impulsivo demais.quase nas raias de ser um irresponsável. 

Ponderado, trouxe ciências, pintores, cultura pro país. Foi conivente a abolição da escravatura e certa decadência econômica que levaram a culminar a República porém. 

Não sei ao certo se seria melhor uma monarquia com parlamentarismo nos moldes inglês e outras,  na época. Não devemos nos ater a isso

O golpe - que foi militar diga-se - menos de uma semana do tal baile,  o depôs junto a sua família para o exílio na Europa onde pouco depois sucumbiu em morte. 

Não o esquecemos porém no que trouxe de bom pra um país pobre daquela época.



Há esses registros fotográfico da familia Imperial em que se destacam D. Pedro II, sua esposa imperatriz  Teresa Cristina de Bourbon e  sua filha a princesa Isabel e seu marido Conde d'Eu.

Quanto aos aprofundamento dos estertores do fim do Império e inicio da república, gostei bastante do livro "1889"  de Laurentino Gomes.

Último suspiro do Império que durou entre 1822 até 15 de novembro de 1889 quando o Marechal Floriano que titubeava fazê-lo, concretizou de forma pouco popular.

Aplicou a proclamação da República,em 15 de novembro de 1889 sabemos, cujo idealizador maior foi Benjamin Constant pra quem não sabe. 


A ILHA  ESTÁ IMPREGNADA EM SEUS ARES DESSA HISTÓRIA EM SEU LIMIAR E CULMINAR,,,

 O ÚLTIMO BAILE IMPERIAL DA ILHA FISCAL!

Abaixo em vídeos sobre a ilha e o baile...






ABAIXO REPRODUÇÃO DO TEXTO DE "1889" de Laurentino Gomes descrevendo o baile:
  
15. O BAILE - "NOS DIAS ENSOLARADOS E SEM neblina do Rio de Janeiro, toda vez que os aviões fazem a aproximação do aeroporto Santos Dumont a partir da ponte Rio-Niterói, os passageiros têm oportunidade de contemplar um marco da queda do Império brasileiro. É uma ilhota rochosa, dominada por um edifício de cores esverdeadas em estilo gótico provençal, que aparece sob a asa direita segundos antes que a aeronave toque a pista de pouso. Ali aconteceu o famoso Baile da Ilha Fiscal. Foi o último grande evento social da Monarquia brasileira, realizado na noite de 9 de novembro de 1889, um sábado, em homenagem aos oficiais e marinheiros do encouraçado chileno  Almirante Cochrane.

As relações do Brasil com o Chile sempre foram as mais cordiais possíveis. Entre todas as nações sul-americanas vizinhas, eram as que tinham menos conflitos e mais interesses comuns, situação que, a rigor, se mantém até hoje. Além disso, no final do século XIX  os dois países eram vistos como politicamente os mais estáveis da região, diferentes de todos os demais, sempre envolvidos em golpes militares e lutas entre caudilhos locais. 


Por essas razões, as demonstrações recíprocas de amizade entrechilenos e brasileiros incluíam visitas frequentes de diplomatas eautoridades e também de navios das respectivas Marinhas de Guerra. Emjaneiro daquele ano, o cruzador brasileiro  Almirante Barroso , já citado noprimeiro capítulo deste livro, havia passado várias semanas no porto deValparaíso, escala de sua viagem de navegação ao redor do mundo. Comolevava a bordo um neto de dom Pedro II , o tenente e príncipe dom Augusto,fora alvo de grandes deferências por parte do governo chileno.


O  Almirante Cochrane  entrou na baía de Guanabara no dia 11 de outubro daquele ano. Vinha de um período de reformas na Inglaterra.Comandado pelo capitão Constantino Bannen, tinha capacidade para 210 tripulantes e carregava treze canhões, onze metralhadoras e três tubos lançadores de torpedos. Fora batizado com o nome de um herói compartilhado por chilenos e brasileiros na história da Independência dos dois países, o almirante escocês Thomas Alexander Cochrane, mercenário contratado para comandar as forças navais do Chile e do Brasil contra espanhóis e portugueses, respectivamente, entre 1817 e 1823. Oficiais e marinheiros chilenos permaneceram no Rio de Janeiro até 18 de dezembro e acabaram se tornando, involuntariamente, personagens importantes da história da Proclamação da República. 


Durante as dez semanas de sua temporada carioca, participaram da celebração das bodas de prata do casamento da princesa Isabel e do conde d’Eu e foram alvos de diversas homenagens — primeiro por parte dos monarquistas e, depois de 15 de novembro, dos republicanos.Duas semanas antes do baile, em 23 de outubro, os chilenos haviam testemunhado, também de forma involuntária, um dos muitos incidentes daquele período envolvendo os militares e o governo imperial. O fato ocorreu durante um banquete oferecido pela Escola Militar da Praia Vermelha à tripulação do  Almirante Cochrane.


 Entre os convidados estavam tenente-coronel Benjamin Constant, ídolo da “mocidade militar”. O que deveria ser apenas uma festa de caráter diplomático acabou se transformando numa celebração republicana. Os alunos aproveitaram a ocasião para homenagear o professor Benjamin na presença do ministro interino da Guerra, Cândido de Oliveira.— Viva o mestre Benjamin Constant! — gritou o aluno Vicente de Azevedo. Seguiram-se quinze minutos de vivas, palmas e flores.


 Benjamin tomou apalavra e fez um discurso violento contra o Império. Reclamou contra o tratamento dado aos militares pelas autoridades e terminou dizendo que“sob a farda de cada soldado pulsa o coração de um cidadão e de um patriota!”. Sentindo-se ofendido pelo discurso, o ministro Cândido de Oliveira retirou-se antes de Benjamin acabar de falar. Enquanto o ministro deixava o recinto, ouviu-se de várias partes do salão um brado jocoso dos estudantes:— Viva a República... do Chile!


Ao tomar conhecimento do incidente, o visconde de Ouro Preto criticou o ministro Cândido de Oliveira dizendo que, em vez de se retirar do salão,deveria ter prendido o tenente-coronel imediatamente e na frente dos alunos e oficiais chilenos. Em seguida, procurou o imperador, sugerindo que Benjamin fosse substituído no comando da ESG ( Escola Superior de Guerra ) e punido pelo novo diretor. Para sua grande surpresa, dom Pedro II  respondeu:— Olha, o Benjamin é uma excelente criatura, incapaz de violências, é homem de X mais B, e além disso muito meu amigo. Mande chamá-lo, fale com franqueza e verá que ele acabará voltando ao bom caminho! Por essas e outras razões, o Baile da Ilha Fiscal foi um evento sem paralelo em quase meio século de Segundo Reinado. 


II

A corte de D.Pedro II era famosa pela ausência de festas, saraus ou celebrações sociais. O historiador José Murilo de Carvalho chegou a incluir esse aspecto entre os motivos para a queda do Império. Segundo ele, em todos os outros lugares do mundo em que a Monarquia fora bem-sucedida o regime sempre contou com uma corte socialmente atuante e, se possível, brilhante. Era nas festas, bailes e concertos que a nobreza acertava negócios públicos e particulares, combinava o casamento de seus filhos e promovia alianças políticas que, ao final das contas, asseguravam a sobrevivência dos tronos. “As cortes tradicionalmente atraíam e congregavam as elites sociais, e distribuíam títulos e benesses”, observou o historiador mineiro. 

“Eram focos de sociabilidade, acercavam os reis da elite e fortaleciam as lealdades sociais.” Mais afeito aos livros do que às festas, dom Pedro II  abriu mão disso tudo.Até a recepção da ilha Fiscal, uma semana antes da Proclamação da República, o último grande baile oferecido pelo imperador tinha ocorrido quase quatro décadas antes, em 31 de agosto de 1852, no encerramento da sessão legislativa.


Compareceram 548 senhoras e 962 cavalheiros. Afesta terminou às cinco horas da manhã. A partir daí, a corte brasileira murchara por completo. As atividades sociais se fragmentaram pelos salões de casas particulares. O imperador deixou de ser o ponto de convergência dessas reuniões. Muito raramente ia aos bailes do Cassino Fluminense, mas logo voltava para casa exausto e entediado. “Que maçada”, anotou em seu diário em 1880. Sua falta de ânimo pelos eventos dessa natureza preocupava o restante da família imperial. “Tudo isso é de um efeito péssimo”, reclamava da Europa, em tom profético, a princesa Francisca, irmã de dom Pedro. “Pode fazer mal ao prestígio social da Monarquia. Se ele nos foge estamos perdidos sem dúvida.”.


A professora alemã Ina von Binzer, já citada neste livro e que morava no Rio de Janeiro na época, confirmou: Vida social praticamente não existe fora dos limites do corpo diplomático; o imperador não dá recepções. Com exceção do palácio imperial de Petrópolis, as instalações da corte brasileira surpreendiam os viajantes e diplomatas pelo aspecto de abandono e decadência. “Uma barraca”, definiu o jornalista alemão Carlos von Koseritz ao visitar o Paço da Cidade, no centro do Rio de Janeiro, em 1883. Segundo ele, o casarão que abrigara a corte do príncipe regente dom João VI ao chegar ao Brasil em 1808, naquela ocasião, apresentava-se “velho,pobre, arruinado, maltratado, nunca pintado de novo”. 


Todo o andar térreo estava alugado a negociantes e barbeiros, o que dava ao edifício uma aparência mais de feira livre ou mercado público do que de palácio real. Outro que se surpreendeu com o despojamento e a falta decharme da corte foi o escritor português Ramalho Ortigão. “Sem mundanismo, sem arte, sem moda, sem equipagens, sem uniformes, semfestas, sem flores, sem bibelôs, o Palácio de São Cristóvão era um desterro mortífero para toda gente alegre, para todos os homens novos, para todas as mulheres bonitas”, registrou Ortigão.[300]


Inicialmente programado para o dia 19 de outubro, o Baile da Ilha Fiscal teve de ser adiado pela chegada de notícias tristes de Portugal. O rei dom Luís I, sobrinho de dom Pedro II , estava muito enfermo e agonizante. Temia-se que não sobrevivesse mais do que alguns dias, portanto não faria sentido promover uma celebração da Monarquia brasileira em ambiente de luto dos seus parentes europeus. Dom Luís morreu, de fato, no próprio dia 19 de outubro, quando uma nova data já estava marcada para o baile,9 de novembro. Sem que os organizadores da festa soubessem, no entanto,haveria uma segunda coincidência sinistra no calendário. 


Naquela mesma noite, enquanto a nobreza estivesse celebrando na ilha Fiscal, grande número de oficiais se reuniria no Clube Militar, a pouca distância dali, sob a presidência do tenente-coronel Benjamin Constant, para tratar dos últimos detalhes necessários ao golpe contra a Monarquia.Vistas hoje, à distância de mais de um século, todas essas coincidências — a morte de um rei em Portugal, a reunião dos militares republicanos,uma celebração incomum da nobreza exatos seis dias antes da queda do Império — conferem ao Baile da Ilha Fiscal um forte valor simbólico. 


Para anfitriões, homenageados e convidados da época, no entanto, tratava-seapenas da maior e mais desejada festa promovida pela Monarquia brasileira em todos os seus 67 anos de história, ou seja, desde que o país se tornara independente.O local escolhido chamara-se ilha dos Ratos durante o período colonial. Fora rebatizado como ilha Fiscal em abril de 1889, data da inauguração do palacete destinado a servir de posto avançado da aduana responsável pela fiscalização das cargas e pelo recolhimento dos impostos e taxas dos navios que entravam e saíam do porto do Rio de Janeiro. 


Sua localização, nas proximidades da ilha das Cobras e da fortaleza de São José, quartel-general da Marinha de Guerra do Brasil, o tornava especialmente seguro para esse fim. Projetado pelo engenheiro Adolpho José Del Vecchio, o palacete da nova aduana ocupava uma área de 2.300 metros quadrados, com 68 metros de frente e 28 metros de fundos. Sua arquitetura era toda uma celebração à Monarquia. 


Os vitrais coloridos nas paredes laterais destacavam o busto do imperador Pedro II  com seu uniforme de almirante, a coroa e o brasão dacasa imperial. Um segundo vitral, no lado oposto, mostrava a princesa Isabel, herdeira do trono, também emoldurada pela coroa. O piso era feito com madeiras nobres das selvas brasileiras, símbolo da riqueza e da vastidão do Império. A heráldica monárquica se espalhava por todas as janelas e vitrais dos amplos salões adornados de peças de bronze e portas vermelhas de ferro batido.


Para rematar tão esplendorosa arquitetura fora instalada na torre central um gigantesco farol de 60 mil watts, suficiente para iluminar grande parte da baía de Guanabara em todas as direções, facilitando a fiscalização do tráfego noturno de navios. Nessa mesma torre, um relógio conectado por cabos elétricos ao Observatório Astronômico Imperial permanecia iluminado à noite, possibilitando aos comandantes saber com precisão a hora de chegada ou partida de suas embarcações.


Por fim, umcabo submarino permitia a comunicação entre a ilha e o prédio principal da aduana, situado no continente, por uma linha telefônica recém-chegados Estados Unidos. Toda essa parafernália tecnológica, que encantava os cariocas em dias normais, foi reforçada para a noite do baile. Utilizou-se oque havia de melhor, mais surpreendente, mais fino e elegante na época para tornar a ocasião inesquecível, com ênfase na luz elétrica — novidade que, ainda pouco conhecida pelos brasileiros, reforçava o caráter inovador do Império.


A casa León Rodde se encarregou da iluminação do palacete com energia fornecida por quatro motores instalados em uma barcaça nas extremidades da ilha. Ao todo havia 14 mil lâmpadas e faróis postados emlocais estratégicos para destacar o ambiente e seus convidados. Ao anoitecer, os poderosos refletores de três grandes navios — os brasileiros Riachuelo  e  Aquidabã  e o próprio encouraçado chileno alvo das homenagens,  Almirante Cochrane  - foram dirigidos para os ediícios da simediações, inundando de luz o Paço da Cidade, a Capela Imperial e aIgreja do Carmo. 


Outras pequenas embarcações ostentavam lanternas venezianas, como se as águas da baía estivessem pontilhadas de centenasde pirilampos. “Parecia um sonho de poeta aquela ilha em festa emergindo do mar, transbordante de luz e gala”, descreveu o jornalista Medeiros e Albuquerque, que naquele mesmo dia tinha retornado de São Paulo, onde fora avisar os republicanos paulistas da iminência da revolução e mandamento.


 “Era como se a ilha tivesse sido transformada em uma terra mágica”, anotou Claudio Costa Braga, oficial da Marinha brasileira e autor de um livro sobre o baile: Um belo bosque artificial de palmeiras tropicais, construído especialmente para a ocasião, surpreendia os convidados logo na chegada da ilha, em frente ao ancoradouro. Nos ângulos do edifício se erguiam as pérgulas destinadas a abrigar as orquestras. 


O terraço, também transformado em bosque artificial, ficou reservado para a banda de música do Arsenal de Guerra. Os seis salões internos, três de cada lado do primeiro piso, estavam ornados com as bandeiras nacionais do Brasil e do Chile, coroas de flores, frisos dourados e prateados, espelhos e jarros de porcelana. No primeiro deles, à direita da entrada, destacavam-se os retratos pintados a óleo do almirante Cochrane e de outro oficial britânico herói da Independência dos dois países, capitão Joe Pascoe Grenfell. 


Para a família imperial, fora providenciado um espaço privativo nesse primeiro salão equipado com banheiro.O bufê seria servido sobre mesas de ferro e madeira em um pavilhãoarmado sobre 21 colunas que ocupava toda a frente da ilha A ConfeitariaPaschoal, a preferida do imperador, responsabilizou-se pelo cardápio.


Preparado por quarenta cozinheiros e cinquenta ajudantes, era compostode onze pratos quentes, quinze frios, doze opções de sobremesas, incluindo12 mil porções de sorvete de diversos sabores.Os convidados começaram a chegar ao entardecer de um dia ensolarado,de céu claro e luminoso. Eram as pessoas mais importantes do Império —ministros, senadores, deputados, barões, viscondes, marqueses, altos funcionários públicos, diplomatas e oficiais militares de primeiro escalão.


Ao todo foram distribuídos 3 mil convites, mas estima-se que o número de presentes chegou a 4.500, o que significa que, para cada dois convidados havia um penetra no baile. Ao anoitecer, cerca de setecentas carruagens se enfileiravam em frente ao cais Pharoux, atual praça XV de Novembro, onde as pessoas eram entretidas pela banda de música do Corpo Militar de Polícia em uniformes de gala, enquanto esperavam pelos barcos que as levariam até a ilha.Por volta das 21 horas, o som de uma corneta anunciou a chegada do imperador e da imperatriz. Dom Pedro trajava a habitual casaca preta. Na lapela, o “fiel carneirinho”, símbolo da Ordem do Tosão de Ouro, a sua condecoração preferida. A imperatriz usava um longo vestido negro comadornos de contas de vidro. Foram ambos imediatamente transportados para a ilha e entraram no salão principal ao som do Hino Nacional brasileiro. 


O futuro escritor Rodrigo Otávio, então um jovem de 23 anos, registrou em suas memórias:

"Aí vi o imperador cercado de sua família, de ministros de Estado, de diplomatas. Salvo a imponência do porte, era o menos aparatosonaquela roda de fardões bordados e peitos engalanados de grã-cruzes e brilhantes veneras. Cabeça descoberta, casaca preta, folgada, ostentavadom Pedro no peito apenas um penduricalho, o precioso carneirinho pendente da nobilíssima Ordem do Tosão de Ouro. Embevecido na maravilha daquela noite e no deslumbramento daquela festa, o velho monarca não imaginava que, naquela mesma hora se estavaconcertando, num pequeno sobrado do Campo de Santana, o trambolhão do Império, e que os dias do seu reinado estavam contados..."

A expressão “trambolhão do Império”, usada por Rodrigo Otávio, se referia à reunião do Clube Militar, que, naquela mesma noite (como se viu anteriormente), discutia os detalhes finais do golpe de 15 de novembro.Conta-se que, ao desembarcar na ilha, dom Pedro II  teria tropeçado no tapete e perdido o equilíbrio por alguns segundos. Várias pessoas correram para socorrê-lo, mas o imperador logo recuperou o passo e comentou de forma bem-humorada: - A Monarquia tropeçou, mas não caiu...


Uma hora após a entrada triunfal do imperador e da imperatriz chegaram o conde d’Eu e a princesa Isabel, que usava um vestido igualmente escuro com listras brancas, emoldurado no peito por um bordado em ouro. Na cabeça, um diadema de brilhantes. Como o cais estava muito congestionado por carruagens e pessoas, o casal imperial teve de esperar cerca de uma hora até que o próximo barco o levasse à ilha. “Fiquei transpirando no meio da multidão”, reclamou depois o conde em carta à condessa de Barral.


O baile começou por volta das 23 horas. Inspirado nos saraus das cortes europeias, o programa oferecia várias opções de danças simultâneas em diferentes salões, na seguinte sequência de ritmos: quadrilha, valsa, polca,lanceiros, valsa novamente, polca, quadrilha, valsa, lanceiros, valsa,mazurca, polca e “galope final”. O imperador dançou uma única vez, com a filha adolescente do barão Sampaio Vianna, que naquele dia completava quinze anos. 


O engenheiro André Rebouças, abolicionista amigo da família imperial e um dos poucos negros convidados para o baile, passou a noite conversando, sem se arriscar a convidar nenhuma das damas (brancas)presentes a acompanhá-lo na dança. Temia ser rejeitado por sua cor. Ao observar isso, já depois da meia-noite, o conde d’Eu sugeriu à princesa Isabel que tomasse a iniciativa de valsar com o engenheiro, o que ela fez imediatamente para surpresa de toda a corte.[304] A ceia foi servida à uma hora da madrugada. 


A família imperial se retirou quinze minutos mai starde, com exceção do príncipe Pedro Augusto, que continuou a dançar animado madrugada adentro.Quem não tinha sido convidado se conformou em disputar um lugar ao longo do cais, de onde podia ver a iluminação feérica da ilha, ouvir o som das orquestras e observar o vaivém dos barcos ocupados em transportar os convidados. Uma dessas testemunhas foi Benjamin Constant, recém-saído da sessão do Clube Militar na qual os sócios lhe delegaram poderes para “tirar a classe militar de um estado de coisas incompatível com a sua honra e a dignidade”. 


Por volta das onze da noite, encerrada a sessão do clube, Benjamin havia retornado para casa, segundo o diário de sua filha Bernardina, então uma adolescente de dezesseis anos. Ao chegar lá,porém, não encontrou a mulher nem as filhas. Como muitos moradores do Rio de Janeiro, elas tinham ido ao centro da cidade ver de longe o movimento do baile. Ao saber disso, ele foi ao encontro da família. No cais,perguntou se uma das barcas poderia levá-los até as imediações da ilha, sópara ver as luzes de perto, sem desembarcar. Responderam que não. Só com convite. “Então papai tratou um escaler ( pequeno barco ) a 1$ por pessoa e vimos perfeitamente a ilha, o baile e as pessoas”, escreveu Bernardina no seu diário. “Chegamos em casa às três horas e tanto da madrugada.”


Na manhã seguinte, exausta pela noitada fora de casa, ela faltou à aula. A festa varou a noite. Os últimos convidados foram embora ao alvorecerdo domingo, no exato momento em que nuvens premonitórias encobriramo sol nascente. Pouco depois, um aguaceiro como havia muito não se via no Rio de Janeiro desabou sobre a cidade. Como em toda folia de arromba, o ambiente da madrugada havia sido bem menos elegante do que as primeiras horas do baile. 


Devido ao excesso de penetras, os banheiros entraram em colapso. No meio da noite, as latrinas começaram a transbordar. Um odor desagradável inundou os salões. No banheiro das mulheres foi necessário usar baldes como vasos sanitários improvisados. O alto consumo de bebidas alcoólicas fez com que muitos convidados perdessem a compostura. 


Um grupo de oficiais da Guarda Nacional espancou um cavalheiro que havia criticado a guarnição em alta voz.Nos dias seguintes, os empregados encarregados de recolher o lixo efazer a limpeza da ilha catalogaram uma lista curiosa de despojos, que osjornais republicanos reproduziram com grande alegria. Entre os objetos encontrados havia dezessete ligas femininas, usadas na época para prender as roupas íntimas das senhoras na altura da coxa; 23 almofadinhas, adereços também conhecidos como “puffs” e que serviam para dar contorno ao corpo das mulheres sob os vestidos; oito raminhos de corpinho, peça do vestuário destinada a esconder o decote e o começo do sseios; sete xales e mantilhas; nove dragonas militares; oito cartolas(chapéus masculinos de copa alta); e dezesseis sombrinhas.


Ainda segundo o balanço publicado nos jornais, na festa foram consumidos 3 mil pratos de sopa, cinquenta caixas de peixes grandes,oitocentas latas de lagosta, oitocentos quilos de camarões, cem latas de salmão, 3 mil latas de ervilhas, 1.200 latas de aspargos, quatrocentas diferentes saladas, oitocentas latas de trufas, 12 mil frituras, 3.500 peças de caça miúda, 1.500 costeletas de carneiro, 1.200 frangos, 250 galinhas,quinhentos perus, 64 faisões, oitenta patos, 23 cabritos, 25 cabeças de porco, 18 mil frutas, 1.200 pratos de doces, 20 mil sanduíches, 14 mil sorvetes, 50 mil quilos de gelo — tudo isso regado a 10 mil litros de cerveja, oitenta caixas de champanhe, vinte de vinho branco, 78 de vinho tinto, incluindo os prestigiados Bordeaux e Borgonha franceses, noventa vinhos de sobremesa, além de 26 de conhaques, vermutes e outros licores.


Alguns dias após a Proclamação da República, enquanto as notícias do baile ainda repercutiam nos jornais, Rui Barbosa, novo ministro da Fazenda do governo provisório, decidiu fazer uma visita de inspeção à ilha Fiscal. Estava acompanhado dos jornalistas Aristides Lobo, Quintino Bocaiúva e outros expoentes do novo regime. 


Um dos presentes ficou escandalizado ao ver o palacete repleto de símbolos monárquicos e sugeriu que pelo menos o brasão imperial fosse eliminado da fachada: - Como, pois, o Brasil republicano conserva um bem nacional com as armas da Monarquia! Convém derrubá-lo! 


Para sorte do patrimônio histórico nacional, o engenheiro Del Vecchio, autor do projeto arquitetônico, que também estava presente, interveio de imediato em tom de súplica:— Não, senhores! Por Deus! Se mereço algo da República, à qual posso servir com a mesma lealdade e o mesmo espírito de sacrifício com que servi ao Império, peço que não toquem neste emblema. É uma obra-prima! 



Diante desse apelo, o escudo imperial foi mantido. E lá hoje ainda se encontra, como testemunha silenciosa de um Brasil que deixou de existir naquela noite de 9 de novembro de 1889.