Neste dia 20 de novembro, dito dia da consciência negra é pelo fato como
muitos sabem bem de homenagem ao grande líder quilombola Zumbi dos Palmares,
que em matas próximas ao litoral de Alagoas, fez uma Tróia negra e de todas as raças
que pra lá afluíram em tempos de colonização com a mancha da escravidão e dos
povos desassistidos da periferia, livres mas despossuídos.
E no ano de 1984, Cacá Diegues, cineasta considerado naquelas épocas
dos anos 80, fez um épico cinematográfico, em co-produção brasileira-francesa,
“Quilombo” – tendo um bom elenco negro como Antonio Pitanga no papel título e
tantos outros. Mostrou a saga de forma colorida e positiva, jamais esqueço de
ter ido ao cinema e prestigiado a obra.
Uma comunidade fraterna e festiva, que muito combatida, era combativa. Lutou
até o fim. Zumbi sucedeu Ganga Zumba feito por Tony Tornado que titubeava na
defesa dessa comunidade de fugitivos da injustiça e da violência nos engenhos.
Os índios, mestiços e até brancos acabaram atraídos por essa grande utopia que
se fazia real, mas caiu depois de muitas batalhas ganhas de defesa.
Até que o bandeirante Domingos Jorge Velho, bem interpretado pela
grande Mauricio do Vale fez sucumbir ao final. O filme se valia bem das cores
locais, parecia até obra de ficção. Fazia
com ritmo, inclusive do dia a dia daquele refúgio de uma quase terra sem males.
Só que não seria fácil resistir pra sempre.
E pelo filme ele se jogou no despenhadeiro,
mas não se entregou. Havia na época o grande temor daqui se repetir o feito do Haiti, que
virou uma grande nação negra libertada. Só que a realidade brasileira colonial
foi esmagada a mão de ferro, só que os exércitos tiveram grandes perdas na
resistência, inclusive com ciladas bem armadas pelos quilombolas. Virou um
grande estrategista o herói de sua gente, Zumbi.
Que por incrível que pareça era alguém liberto e acabou sendo líder de
seu povo oprimido e massacrado. Aos poucos a sistema escravocrata tinha que ir
caindo. Começou com a libertação dos índios pelo Marques de Pombal, quase na
época dos anos 1600 da trama, mas os negros tiveram que esperar dois séculos a
mais pra quebrar as algemas da barbárie agressora.
Quem quiser ver o filme eu recomendo. Não é um filme histórico
propriamente, mas não se pode dizer que é uma alegoria, dado que é baseado em
fatos reais. Foi um marco cinematográfico, de atuações inesquecíveis. E mais
que mito, fez do herói revoltoso, um vulto nas telas também. E que hoje bem
podia passar em homenagem ao grande personagem histórico agora.
Zumbi do Quilombo dos Palmares – primeira consciência de que todos
devem ser tratados iguais.
E lá ele fez um povoado que enquanto pode trouxe a igualdade,
liberdade, a alegria e a paz.
No dia de Zumbi dos Palmares, lembrando o filme "Quilombo" que retrata a saga desse herói da resistência contra a opressão da escravidão e a injustiça. Deu pena que massacrada depois.
Monumento em homenagem a Zumbi
no Centro da Cidade do Rio de Janeiro
Trilhas sonoras...
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